Desculpe, o seu navegador não suporta JavaScript!

Universidade Federal do Oeste do Pará

Ultima atualização em 4 de Dezembro de 2019 às 11:58

A cara da aprendizagem: plataforma digital capta expressões faciais para avaliar reação a conteúdos educativos


/media/file/site/ufopa/imagens/2019/73c33c27981b13e567ff1eafe6c4dbd1.JPG
A ferramenta é resultado da tese de doutorado da professora Carla Paxiúba. Foto: Luena Barros

A cena é a seguinte: um aluno assiste a uma videoaula no seu computador. Durante a aula, a câmera capta as emoções de quem está assistindo: alegria, surpresa, medo... Os dados são usados para descobrir como ele reage ao conteúdo que precisa ser aprendido. Essa situação já é uma realidade. O projeto “Cadap: Cara da aprendizagem”, desenvolvido na Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), criou uma plataforma educacional que permite correlacionar as emoções à aprendizagem. Inovador, o projeto tem sido premiado pelo Brasil e é fruto da tese de doutorado da professora Carla Marina Paxiúba, do Instituto de Engenharia e Geociências (IEG), defendida no último dia 2 no Programa de Pós-Graduação Sociedade, Natureza e Desenvolvimento (PPGSND), sob orientação do professor Celson Lima.

O Cadap foi financiado pelo projeto Acácia, da União Europeia, que reúne várias universidades da América Latina com o objetivo melhorar a educação. Também teve o apoio de egressos do Programa de Computação da Ufopa, Marcelo Costa e Ygor Dutra da Silva, que participaram da criação da ferramenta.

Segundo Carla, o Cadap permite que o professor tenha respostas mais concretas sobre a qualidade do aprendizado dos seus alunos. “Muitas vezes, o professor olha para a sala de aula e vê os rostos tristes, entediados. Só que ele não sabe dizer o que o aluno está sentindo e, mais ainda, qual a relação entre esse tédio e o desempenho. A ideia é que a gente consiga reconhecer as expressões faciais através da ferramenta e faça essas relações”, explica. Se verificar que houve baixo desempenho da turma, por exemplo, o professor pode rever a forma como o conteúdo está sendo apresentado e fazer ajustes para torná-lo mais didático.

A ferramenta reconhece sete expressões: alegria, tristeza, raiva, surpresa, medo, desgosto e desprezo. Além disso, combina a avaliação do professor e a autoavaliação do aluno para gerar dados mais precisos sobre como aquele aluno se sente diante do que precisa aprender.

Na plataforma, o professor cadastra videoaulas e acrescenta as habilidades, competências e conhecimentos que devem ser desenvolvidos. Ao final das videoaulas, são gerados os gráficos das expressões faciais e os alunos fazem a autoavaliação, informando sua percepção sobre o que assistiram. O professor também inclui o resultado das avaliações que foram aplicadas, que podem ser dentro ou fora da plataforma.

Ao final, todas as informações são cruzadas, permitindo verificar se o desempenho está relacionado a alguma emoção. “Nós conseguimos perceber que o medo é uma emoção muito atrelada ao baixo desempenho. Os alunos que tinham medo quando estavam visualizando [as videoaulas], no geral, depois apresentavam uma aprendizagem menor”, exemplifica Carla Paxiúba.

A princípio, a plataforma tinha como foco a educação a distância, mas se mostrou como um bom suporte também para aulas na modalidade presencial. Mais de 500 pessoas já a testaram, em Santarém, em outros estados brasileiros e em países da América Latina, como Colômbia e Chile.

/media/file/site/ufopa/imagens/2019/23667b13220f5d3601de01be4cc08ce0.jpg
A defesa da tese ocorreu na última segunda-feira, dia 2 de dezembro. Foto: Acervo pessoal

Reconhecimento – Como resultado do esforço, o projeto já coleciona vários prêmios: em 2018, ficou em primeiro lugar do Concurso Latino-Americano de Tecnologias Educacionais para Aprendizagem – Edutech; também conquistou a segunda colocação no concurso Apps.edu, do Congresso Brasileiro de Informática na Educação 2019; o Selo de Inovação da Sociedade Brasileira de Computação (SBC); e foi selecionado pelo BNDES Garagem, programa de desenvolvimento de startups. No Empreenda Santander, ficou entre os dez primeiros lugares, o que lhe rendeu a participação em um programa de aceleração de ideias para incentivar a formação de uma startup.

“Nós ficamos orgulhosos e também vemos a possibilidade dos nossos alunos fazerem a mesma coisa. Dá orgulho saber que os egressos estão criando soluções que estão sendo reconhecidas.  Isso serve para motivar os alunos, para que eles vejam que têm potencial como em qualquer outro local, que algo que fazemos aqui tem possibilidade de crescer e ser reconhecido”, comenta a professora.

O acesso ao Capad é aberto. Para ver como a plataforma funciona, acesse: http://www.cadap.net/cadap/.

Comunicação/Ufopa

3/12/2019

Notícia em destaque