Ultima atualização em 3 de Maio de 2022 às 17:55
A segunda-feira, 9 de março, foi um dia intenso, marcado por diversas atividades que envolveram docentes, técnicos administrativos e calouros da Ufopa. O ponto alto foi a Aula Magna, com o tema "Ensino de Pesquisa na Amazônia: Desafios e Perspectivas do Século XXI”, proferida pela Dra. Beatriz Ronchi Teles, que fez diversos apontamentos para dar visibilidade à importância dos estudos realizados na região amazônica. Na ocasião, expôs todo o funcionamento do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), onde atua como coordenadora de Capacitação.
De fato, foi uma verdadeira aula, que representou a abertura oficial do ano letivo 2020 na Ufopa. A palestrante expôs os reais números de profissionais capacitados pelo INPA, cujos estudos abordaram temáticas regionais, com foco nas questões ambientais, com amostragem de dados indicando de onde são e onde estão esses pesquisadores atualmente, e mostrou com precisão que 68% deles são oriundos da região Norte.
Dra. Beatriz Ronchi também mostrou dados com números de pessoas que têm o privilégio de entrar em uma universidade. Disse que “somente 21% da população brasileira, de 18 a 24 anos, chegam à universidade. São 8,4 milhões de estudantes, mas apenas 2% deles estão nas universidades federais”.
Na abertura da Aula Magna, a Profa. Dra. Solange Ximenes, pró-reitora de Ensino de Graduação (Proen), fez um panorama da desigualdade social na região e reforçou a importância de os ingressantes terem visão crítica e cidadã dentro de suas áreas de formação. Falou ainda da valorização da Universidade, que conta com a eficiência na formação dos alunos: “Vocês estão ingressando em uma universidade pública e certamente verão alguns conflitos entre as crenças que vocês possuem e os saberes científicos que serão base da formação a ser construída na Ufopa. Nossa formação de recursos humanos é uma das mais eficientes, onde se tem a produção de conhecimento, desenvolvimento tecnológico, prestação de serviço à sociedade, promoção da cidadania e redução das desigualdades sociais”.
Solange Ximenes prosseguiu, lembrando que “para a universidade, uma parcela da população não percebe que está tentando desconstruir aquilo que tem de mais precioso. É na universidade pública que se concentra o maior número de estudantes das camadas populares. É aqui também que está o quadro de professores, pesquisadores e extensionistas mais qualificados do Brasil. É um espaço de todos e para todos. Educação é um espaço de alto nível. Isso demonstra que na Ufopa vocês não receberão apenas formação técnica ou profissional, mas uma formação que vai propiciar a vocês que desenvolvam uma concepção sobre as contradições que vamos ter no mundo capitalista e permitir que se tornem cidadãos críticos, compreendendo seus direitos e os direitos de sua comunidade”.
A pró-reitora enfatizou que a Ufopa é nova e foi a primeira universidade pública criada no coração da Amazônia, e que, ainda assim, a produção acadêmica é maior que muitas outras mais antigas: “A universidade é um mundo, ainda novo para muitos de vocês. É um mundo de proximidades. Esperamos que a formação de vocês se construa sob a ética, com base no ético-democrático e ético-cultural. Esperamos que possamos construir juntos cada um de vocês. Essa é a universidade que cada um de nós sonha, com foco na responsabilidade social, transparente, inclusiva e comprometida com desenvolvimento da região Oeste do Pará e da Amazônia”.
A vice-reitora e reitora em exercício, Profa. Dra. Aldenize Ruela Xavier, fez um discurso falando da emoção em participar do crescimento da Ufopa. Ela lembrou o momento da cerimônia de formatura de alunos do Instituto de Ciências da Educação (Iced), em que uma das formandas tem problemas de audição: “Há três dias estive aqui nesse auditório e foi um dos momentos mais felizes da minha vida. Foi a formação de alunos do Iced. Estávamos formando, aqui, alunos do curso de Pedagogia, entre outras turmas. Nós tínhamos uma aluna com problema de surdez e não conseguia se comunicar. Toda a cerimônia foi interpretada por um servidor, intérprete de libras, que fazia o diálogo com a comunidade. O momento foi muito emocionante, porque ele reflete um pouco da história de cada um de nós, dos desafios que ainda temos”.
A reitora lembrou aos calouros da necessidade de entender que a Ufopa, embora registre muitos avanços, ainda está em fase de evolução: “Provavelmente vocês vão encontrar uma universidade que tem tentado se adaptar à realidade de vocês, mas ela não vai estar toda preparada para atendermos dentro da complexidade, da magnitude que cada aluno exige. Então, vocês vão encontrar essa universidade em fase de evolução, mas irão encontrar uma universidade muito mais forte, muito mais preparada para fazer com que a formação de vocês possa ser integral”.
Professora Aldenize incentivou os calouros a “lutar pela consolidação de um ambiente mais acolhedor. Que possa ser ambiente em que você queira estar, que você possa tirar daqui um bom conhecimento e aproveitar o máximo toda a infraestrutura e o conhecimento que a universidade poderá lhe oferecer”.
Ela ainda lembrou do momento atual que os calouros 2020 estão vivendo, com a entrega do Restaurante Universitário (RU), inaugurado na segunda-feira, 9 de março: “Uma das políticas em que avançamos na direção de reduzir as desigualdades se consolidou com a entrega do RU. Ele vai fazer com que tenham uma formação diferente de qualquer outra. O ano letivo para vocês de 2020 não vai ser o mesmo dos calouros de 2019. Aproveitem ao máximo que puderem desta instituição, que está cada vez mais preparada para dar a formação de que vocês precisam”.
Durante toda a segunda-feira, 9, os calouros 2020 tiveram atividades diversas. Antes da Aula Magna, as direções das unidades acadêmicas (CFI, Ibef, Iced, ICS, ICTA, IEG e Isco) e das pró-reitorias apresentaram o passo a passo de seu funcionamento. Os calouros também tiveram momentos de descontração e de lazer, com participação em show de karaokê, e após o encerramento da Aula Inaugural ainda participaram da programação na parte externa do Bloco de Salas Especiais (Laranjão), na Unidade Tapajós.
Albanira Coelho – Comunicação/Ufopa
10/03/2020