Ultima atualização em 22 de Março de 2019 às 18:39
Projeto orçamentário já foi apresentado ao governo do estado, por meio da Sead.
Implantar uma fábrica de ração na Base Santa Rosa, localizada a 32 quilômetros de Santarém, na rodovia Santarém-Cuiabá, é o objetivo da parceria que vem sendo costurada entre a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), Instituto Federal do Pará (IFPA), Ulbra e Governo do Estado do Pará.
O projeto, apontando todos os custos e a infraestrutura necessária para a implantação e funcionamento inicial da fábrica, foi apresentado na tarde de quinta-feira, 21 de março, aos representantes da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap): Gerferson Almeida (diretor de Pesca), Thiago Alvão (coordenador financeiro) e Alisson Castro (coordenador do Núcleo Regional da Sead em Santarém).
Na oportunidade, as informações foram repassadas pelo diretor do Instituto de Ciências e Tecnologia das Águas (ICTA), Lucinewton Silva de Moura, e pelos integrantes da equipe técnica do projeto, Prof. Esaú Carvalho, do ICTA, Prof. Thiago Marinho Pereira, também do ICTA, e pelo pró-reitor da Cultura, Comunidade e Extensão, Prof. Marcos Prado. Foram explanados o objetivo do projeto e todos os fatores positivos que serão gerados para a região, após o funcionamento da fábrica.
Para o professor Thiago Marinho, “com a fábrica implantada, será possível direcionar estudos, envolvendo alunos e professores da Ufopa, sobre o aproveitamento de produtos regionais para confeccionar a ração, reduzindo assim custos elevados e fornecendo a custos baixos para o produtor. Inicialmente, vamos começar com insumos tradicionais e a pretensão é que possamos fabricar aproximadamente 15 toneladas de ração por mês”.
Já para o diretor do ICTA, Lucinewton Silva de Moura, tirar o projeto do papel e colocá-lo em funcionamento gera uma “expectativa grandiosa, porque com uma ação desta natureza a gente vai conseguir alavancar uma fábrica de ração que não pode ser implantada desde 2011. Com parcerias externas, ganha a Ufopa, com possibilidade de expansão, da produção acadêmica e científica em termos de extensão, ensino e pesquisa. É importante para o estado colocar em ação um projeto que está para fechar as portas por falta de administração e de recursos. E, desta forma, consegue-se alinhavar duas entidades, e só vai ter ganho efetivo para todo mundo”.
Lucinewton ressaltou que a universidade tem termo de cooperação, mas não tem custos para tocar um empreendimento desta natureza: “Uma fábrica dessas terá retorno imediato; com a fábrica de ração, os peixes poderão ser comercializados, vai poder tornar o mercado competitivo, uma vez que hoje os peixes vêm do Mato Grosso. É um excelente projeto, que a longo prazo será gigantesco, uma vez que não existe fábrica de ração na região. A mais próxima fica em Uruará".
Lucinewton também disse que existe um termo de cooperação desde 2017 para viabilizar a instalação da fábrica, mas nunca teve condições de ser implementado por falta de recursos: “A Base Santa Rosa também passa por problemas e ficou abandonada na gestão do governo estadual anterior, com falta de ração, baixa qualidade da água e outros fatores negativos”. A administração dos recursos da venda de ração e alevinos e da contratação de mão de obra será feita pela Fundação de Integração Amazônica (Fiam). Os recursos que entrarem da venda servirão para investir no próprio projeto.
O professor Esaú Carvalho (ICTA), que faz parte da equipe técnica do projeto, reforçou que o objetivo da fábrica “é proporcionar uma proposta de instalação da máquina e desenvolver a psicultura na região, uma vez que Santa Rosa já vem fornecendo alevinos para piscicultores, agora de forma reduzida. A parceria manterá produção de alevinos e alimento dentro do seu próprio espaço físico, o que é muito positivo. Trata-se de desenvolvimento econômico e social”.
O diretor de Pesca da Sead, Gerferson Almeida, disse que a expectativa da parceria traz uma repercussão muito positiva quando se considera que, na verdade, esse apoio será recebido diretamente pelo produtor rural: "É o pescador e o piscicultor. Então a Sedap, na atual administração, está aberta às parcerias e com muita expectativa em relação a esse projeto, que desenvolverá o setor produtivo na região”.
Participantes - Estiveram presentes na reunião de quinta-feira, 21, no ICTA, o Prof. Lucinewton Silva (diretor ICTA) e os professores Esaú Carvalho e Thiago Marinho Pereira (ambos também do ICTA); o Prof. Marcos Prado (pró-reitor da Procce); Gerfeson Almeida (diretor de Pesca da Sedap); Thiago Alvão (coordenador financeiro da Sedap); e Alisson Castro (coordenador do Núcleo Regional de Santarém da Sedap). Ainda participam do projeto o engenheiro Sérgio Melo (Ulbra) e Roger Tota (IFPA).
Início da parceria - A ideia de tornar a Base Santa Rosa no local de implantação da fábrica surgiu a partir da vinda do secretário de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca, Hugo Suenaga, quando esteve em Santarém, dia 14 de março deste ano, para traçar estratégias quanto ao avanço do desenvolvimento econômico para geração de renda e investimentos para a região. Na oportunidade, foi mantido contato entre Suenaga, o reitor da Ufopa, Hugo Alex Diniz, e técnicos do ICTA.
Para o reitor, Hugo Diniz, a parceria “é importante para colocarmos a Universidade à disposição para interagir com o estado. É muito positivo e nunca vimos tanta integração com o setor produtivo. No encontro, tratamos especificamente sobre a Base Santa Rosa e foi feito um grupo de trabalho, envolvendo universidade, estado, município e produtores. No ICTA, temos estudantes, pesquisas e ações que podem utilizar as estruturas da base, que está com poucas atividades. Fazer a interação entre universidade e comunidade local impulsiona o desenvolvimento regional com o setor produtivo”.
Comunicação/Ufopa
22/3/2019