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Universidade Federal do Oeste do Pará

Ultima atualização em 30 de Abril de 2020 às 12:59

Cuide-se em casa: como manter a saúde mental durante a pandemia


Não saber lidar com o isolamento social, medo de adoecer, preocupação com que alguém querido seja infectado, obsessão por limpeza. Estes são alguns sentimentos comuns que o serviço de psicologia da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) tem observado nos atendimentos durante a pandemia da Covid-19.

Todas essas emoções têm impacto sobre o organismo e podem prejudicar significativamente a qualidade de vida de uma pessoa. Por isso, na última matéria desta série, o psicólogo Ruy Guilherme Assis ensina como gerenciar as emoções durante este período e identificar o momento em que é preciso buscar ajuda profissional.

Preste atenção ao seu corpo – Causas emocionais também trazem consequências físicas. Uma crise de ansiedade, por exemplo, pode ter sintomas como sudorese, palpitações, respiração ofegante, medo de morrer, medo de enlouquecer, dor no estômago. “São vários sintomas físicos casados com sintomas emocionais. A pessoa precisa estar muito atenta para os sinais que o corpo apresentar”, explica Ruy.

Como já se sabe, a falta de ar é um sintoma da Covid-19, mas pode aparecer durante crises de pânico e ansiedade. Assis orienta que, quando a pessoa não apresenta sintomas gripais e sente que começa a respirar com dificuldade, ela deve deitar-se ou sentar-se, fechar os olhos e tentar respirar pausadamente.

É preciso manter calma e observar o corpo: “A falta de ar na crise de pânico e de ansiedade vai de 0 a 5 minutos, podendo chegar ao seu pico em até 10 minutos. Depois disso, começa a decair. O interessante nesses momentos é que as pessoas percebem quando já estão entrando nesse processo”, esclarece.

Além disso, há outras doenças, como a depressão, que podem ter início em períodos problemáticos. Irritabilidade, falta de paciência com o outro e consigo mesmo e sensação de desmotivação são sintomas que precisam ser observados.

Respeite o seu limite – Ao mesmo tempo em que é importante estar bem informado, o excesso de informações pode influenciar seu estado psicológico. “Se você tem uma predisposição a ficar muito sensível a essas informações, diminua o seu acesso a redes sociais, a grupos de WhatsApp, à televisão”, orienta o psicólogo.

Ele também chama atenção para o cuidado com as fake news, que não devem ser consumidas ou compartilhadas. São aquelas falsas notícias, que chegam muitas vezes em correntes de mensagens, com conteúdo alarmista e apelativo. Se sentir necessidade de buscar informação, busque em fontes oficiais, como o site do Ministério da Saúde. Há, inclusive, uma página para identificar fake news relacionadas à pandemia.

“É interessante nós fazermos o crivo e também respeitarmos o nosso limite. Isso não quer dizer que você vai ficar uma pessoa alienada. Você apenas vai respeitar o que é importante para a sua saúde mental”, reforça.

Alivie o estresse – Além de reduzir o acesso aos noticiários e mídias sociais, há outras formas de diminuir o estresse e a ansiedade. “Se você acordava todo dia às 8h da manhã, continue acordando nesse horário. Faça uma lista das coisas que você tem que fazer ao longo do dia. Tente fazer exercícios físicos em casa e continue com os relacionamentos interpessoais mesmo à distância”, enumera Ruy.

Atividades que dão prazer, como leituras e filmes, ajudam a liberar neurotransmissores que auxiliam no bem-estar e amenizam o estresse.

Procure ajuda – “Quando você sentir que não está dando conta sozinho, é o momento de procurar o apoio psicológico ou até mesmo psiquiátrico”, destaca Ruy. Isso pode se refletir na sensação de perda de controle da situação e em comportamento irritadiço, que, muitas vezes, são sinalizados por pessoas que estão ao nosso redor: “Muitas vezes a gente não se percebe doente, quem percebe é a outra pessoa”.

Se precisar, entre em contato com a Diretoria de Saúde e Qualidade de Vida (DSQV). Desde março, a equipe de psicólogos da Ufopa e de voluntários está ofertando um serviço de apoio psicológico para toda a população. Os atendimentos são on-line e agendados pelo telefone (93) 99147-1619.

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Comunicação/Ufopa

30/4/2020

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