Ultima atualização em 7 de Setembro de 2020 às 12:25
Os dados subsidiaram o Governo do Estado do Pará na implementação de políticas públicas para o enfrentamento da pandemia.
O estudo de previsão epidemiológica sobre a Covid-19, que subsidiou o Governo do Estado do Pará e contou com participação da Ufopa, apresentou mais de 95% de acerto, segundo pesquisadores.
O estudo, que lançava periodicamente a previsão de casos de contágios e óbitos por Covid-19 no Pará, bem como a demanda por recursos hospitalares, estava sendo conduzido por uma força-tarefa sob coordenação da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), com apoio institucional da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), com o envolvimento direto do reitor da instituição, professor Hugo Alex Diniz, e da professora Luana Lorena Rodrigues, vinculada ao Instituto de Saúde Coletiva (Isco).
Com a taxa de acerto acima de 95%, o estudo vinha sendo utilizado pelo Governo do Estado desde maio, como referência técnico-científica para auxiliar nas políticas públicas de enfrentamento à pandemia. Ao longo desse tempo, as projeções apontaram os padrões de comportamento da doença no estado e em suas microrregiões, utilizando metodologias de modelagem matemática e redes neurais artificiais (RNA), baseadas nos dados oficiais fornecidos pela Secretária de Estado de Saúde Pública do Pará (SESPA).
O estudo contava também com a participação de pesquisadores e outros profissionais da Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Universidade do Estado do Pará (Uepa).
A pesquisadora Luana Lorena Rodrigues, professora adjunta na Ufopa e vice-coordenadora no Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde, esteve responsável por incrementar o projeto pelo acompanhamento da pandemia nas microrregiões de saúde Baixo Amazonas e Tapajós, referentes ao 9° Centro Regional de Saúde da SESPA, onde estão inseridos os campi da Ufopa.
“Muito mais que publicações para nós, conseguimos mostrar à gestão do estado do Pará a necessidade de alocação de recursos hospitalares para regiões de saúde específicas; assim, mais respiradores e leitos foram demandados para atender àquele município e região, e isso salvou muitas vidas. As discussões entre os pesquisadores eram diárias; na verdade, todo tempo, depois isso foi diminuindo cada vez mais, por um reflexo natural da pandemia, que ainda existe, não devemos negligenciá-la de forma alguma, porém felizmente o cenário de estabilidade tem persistido”, declara Luana Rodrigues.
A pesquisadora aponta que esse acompanhamento diário foi possível pela contribuição de infectologistas, enfermeiros, clínicos gerais, farmacêuticos e outros profissionais da saúde que atuavam na linha da frente contra a pandemia.
Para o idealizador do projeto, professor Jonas da Rocha, da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), foi uma experiência com resultados muito positivos, realizar pesquisas apoiadas pela Ufopa. “Nós agradecemos muito a participação dos professores Hugo Diniz e Luana Rodrigues, que atuaram conosco nos trabalhos de modelagem, nas interpretações, na realidade de campo com vistas diárias nos hospitais de campanha, na realidade vivenciada na região do Baixo Amazonas. Tivemos oportunidade de poder opinar e mostrar nossos trabalhos junto ao Governo do Estado, principalmente na dinâmica de distribuição dos recursos hospitalares”.
Ainda segundo o professor Jonas da Rocha, a dinâmica da pesquisa gerou oportunidade de estar suplementando para o Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), leitos de UTI, além de estar agilizando e solicitando também uma maior quantidade de leitos para o HRBA. “Nós conseguimos, através da ciência, apresentar uma metodologia adequada e segura de redistribuição dos recursos hospitalares, o que certamente congregou pra reduzir a mortalidade de pessoas que tiveram a vida preservada por conta dessas ações, ou pelo menos colaboramos para que isso acontecesse, junto com as demais ações do Governo do Estado. Mais uma vez, a universidade, mostra sua efetividade e a que veio. A Ufra e Ufopa, inclusive alguns pesquisadores da própria UFPA e outras instituições, mostraram que a academia está aí pra atender a população e poder ajudar a sociedade”.
Confira aqui o 13º Boletim Covid-PA.
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Comunicação/Ufopa, com informações da Profa. Luana Rodrigues
02/09/2020, com atualização em 07/09/2020