Ultima atualização em 9 de Novembro de 2020 às 15:08
“Manejo sustentável de ecossistemas de várzeas no Brasil e Peru” é o livro recentemente lançado pelos professores Patrícia Chaves Oliveira, da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), e Norbert Fenzl, da Universidade Federal do Pará (UFPA), pela editora Novas Edições Acadêmicas. A obra apresenta a experiência realizada por pesquisadores durante cinco anos em comunidades da Amazônia brasileira e peruana para melhoria das condições produtivas da agricultura e da pesca artesanal.
A pesquisa foi realizada por meio do subprojeto “Manejo Sustentável de Várzeas Peruanas e Brasileiras”, coordenado por Patrícia Oliveira, vinculado ao projeto-âncora intitulado “Gestão Integrada e Sustentável dos Recursos Hídricos Transfronteiriços na Bacia do Rio Amazonas, considerando a Variabilidade e Mudança Climática”, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e Organização para o Tratado da Cooperação Amazônica (OTCA), com financiamento do Global Environment Fundings (GEF).
Dividido em oito capítulos, o livro detalha o trabalho interdisciplinar e intersetorial nas comunidades ribeirinhas de Tapará Grande e Igarapé do Costa, em Santarém, no Pará, e de San Regis e San Jacinto, em Iquitos, no Peru. Nesses locais, os pesquisadores fizeram um vasto levantamento para conhecer o contexto social, cultural, agronômico e de pesca dessas populações.
A partir do diagnóstico, propuseram duas inovações agrotecnológicas que pudessem trazer melhorias significativas de produção, sem que isso representasse impacto algum ambiental e permitisse o incremento da renda dos produtores.
“Uma foi a construção das hortas elevadas para cultivo de hortaliças. Nós trouxemos uma estrutura de horta elevada, cinco metros acima do rio, para que no período da cheia eles pudessem continuar cultivando”, explica a pesquisadora Patrícia Oliveira.
A instalação de sistemas de tanques-redes também possibilitou que os produtores fornecessem pescado durante o ano inteiro, sem afetar a reprodução das espécies no ambiente natural. “Outra tecnologia importante foi o cultivo de peixes, no caso de tambaqui, em tanques de piscicultura. A ideia era que eles continuassem produzindo os peixes na época do defeso”, comenta.
“O que nós fizemos nesse projeto foi dar meios para que essas famílias pudessem melhorar suas atividades históricas, que são a agricultura praticada na seca e a atividade de pesca artesanal”, afirma a autora.
Comunicação/Ufopa
09/11/2020