Ultima atualização em 11 de Julho de 2022 às 16:36
“Tapajós sob o Sol” reúne cinco artigos que trazem novos elementos e descobertas de riqueza e conflitos envolvendo diversos setores da sociedade na bacia do Tapajós.
Livro escrito por quatro pesquisadores — dois deles da Ufopa: a arqueóloga Bruna Rocha (PAA/ICS) e o ecólogo Ricardo Scoles (CFI) — foca os aspectos socioambientais de um dos maiores ecossistemas de água doce do Brasil.
A publicação, intitulada Tapajós sob o Sol, é uma revisão atualizada sobre conhecimentos científicos e tradicionais em diferentes áreas do conhecimento, intensamente interconectadas e tendo como marco geográfico e socioambiental a bacia do Tapajós, a quarta sub-bacia em drenagem líquida da Amazônia. A publicação também pesquisa a bacia e seus rios a partir de uma perspectiva de saberes das populações tradicionais que nela vivem.
Para o pesquisador Ricardo Scoles, “a nova publicação apresentada de forma didática e com imagens realmente belas, sintetiza e revisa estudos científicos em diferentes áreas do conhecimento — ecologia, história, sociologia, economia —, tendo como marco geográfico e socioambiental a bacia do Tapajós. É uma proposta de divulgação científica que almeja mostrar o estado de arte das pesquisas na região de estudo, da forma mais atualizada possível, desde uma perspectiva crítica, integrada e multidisciplinar, valorizando especialmente o conhecimento tradicional e a sociobiodiversidade”.
O manuscrito reúne cinco capítulos atualizados, com base na bibliografia recente, que trazem novos elementos e descobertas sobre riqueza e diversidade socioambiental e cultural, o potencial para um desenvolvimento sustentável, bem como discussões sobre as ameaças e conflitos envolvendo diversos setores da sociedade na região da bacia do Tapajós.
Desta forma, ainda de acordo com o pesquisador Ricardo Scoles, “além de mostrar as principais ameaças e pressões que sofre o território, a exemplo de grilagem de terras ou garimpagem de ouro ilegal, a publicação enfatiza a importância ambiental, cultural e socioeconômica dos rios que permanecerem livres, ou seja, sem barragens, e saudáveis, sem poluição, com seus serviços ecossistêmicos plenamente funcionais. Considero também muito relevante a participação de pesquisadores da Ufopa na elaboração da publicação, direta e indiretamente, pois o texto cita trabalhos taxonômicos de identificação de novas espécies de vertebrados realizados por equipes de pesquisadores da nossa instituição. Por último, não posso deixar de destacar a enorme contribuição da colega Profa. Bruna Rocha, uma arqueóloga cujas pesquisas na região permitiram avançar significativamente no entendimento dos processos históricos de ocupação humana e no reconhecimento de territórios tradicionalmente ocupados na bacia do Tapajós”, finaliza.
A publicação traz, em seu último capítulo, considerações finais sobre as lacunas e necessidades de estudos adicionais que integrem as diferentes áreas do conhecimento, considerem a bacia na sua totalidade, contemplem o conhecimento tradicional dos povos do rio Tapajós e afluentes e respondam às exigências e dimensões da sustentabilidade.
O manuscrito foi editado pela International Rivers (IR), apresentado por Flavio Montiel (diretor interino do Programa Amazônia de IR) e com prólogo de Ailton Krenak, liderança indígena e filósofo, com amplo reconhecimento internacional.
Acesse AQUI o arquivo PDF da publicação.
Leia AQUI a notícia publicada pelo International Rivers.
Comunicação/Ufopa
16/02/2022