Ultima atualização em 12 de Março de 2019 às 15:26
No site do Ministério da Saúde foi publicado o documento “Uso de medicamentos e Medicalização da Vida: recomendações e estratégias”, elaborado por um Comitê Nacional para a Promoção do Uso Racional de Medicamentos (URM) formado por colaboradores ligados a diversas entidades e instituições parceiras. Um dos membros é o professor Rui Harayama, do Instituto de Saúde Coletiva (Isco) da Ufopa.
Esse comitê é uma instância técnica consultiva do Ministério da Saúde, com a finalidade de orientar e propor ações, estratégias e atividades para a promoção do uso racional de medicamentos no âmbito da Política Nacional de Promoção da Saúde.
A publicação é fruto de um trabalho colaborativo realizado desde o ano passado sobre os temas: medicalização da vida; uso de medicamentos por grupos em situação de vulnerabilidade; e uso racional de antimicrobianos.
O documento busca somar esforços com outros trabalhos já desenvolvidos sobre as temáticas, alinhando-se aos objetivos e competências do Comitê e integrando grandes agendas de discussão que visam ao aprimoramento do Sistema Único de Saúde (SUS).
O uso racional de medicamentos (URM) é definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), desde 1985, como sendo a situação em que “os pacientes recebam medicamentos adequados às suas necessidades clínicas, em doses que atendam às suas necessidades individuais, por um período de tempo adequado e ao menor custo para eles e sua comunidade”. A necessidade de discutir sobre esse tema decorre dos problemas que são enfrentados sobre o mau uso dos medicamentos.
De acordo com a publicação do Ministério da Saúde, dados da OMS apontam que mais da metade dos medicamentos sejam inadequadamente prescritos, dispensados e/ou vendidos, e que metade dos pacientes os utilizem de forma incorreta.
Essa recomendação discute o uso de psicofármacos na atenção básica e nos sistemas de privação de liberdade, assim como o uso de antimicrobianos, popularmente conhecidos como antibióticos. A publicação é uma importante ferramenta para a discussão sobre assistência farmacêutica no Oeste do Pará, assim como aponta para a importante discussão do uso dos antimicrobianos em humanos e animais.
Professor Rui Haraiama destacou a importância de a população conhecer as orientações presentes no documento. “Na região Oeste do Pará é muito comum vermos o uso de psicofármacos por jovens e idosos, por indicação de amigos ou vizinhos. Os jovens para melhorar o rendimento escolar e os idosos porque são muitas vezes diagnosticados com depressão na atenção básica ou em consultas com o clínico geral. Acontece que o uso continuado de psicotrópicos traz problemas graves a longo prazo, seja impotência sexual ou Alzheimer. É preciso conscientizar a população quanto a esses perigos, algo que deve ser observado pelos gestores dos municípios da região", enfatizou.
Confira a publicação completa:
Comunicação/Ufopa
19/2/2019