Ultima atualização em 1 de Outubro de 2018 às 17:36
A IFEAT (The International Federation of Essential Oils and Aroma Trades) – Federação Internacional da Indústria de Perfumistas e Produtores de Aromas e Óleos Essenciais – realiza o prêmio internacional que homenageia personalidades que se destacam nesse campo. Este ano, o Prof. Dr. Lauro Euclides Soares Barata, docente visitante da Ufopa, foi homenageado pela sua trajetória profissional como pesquisador dedicado à ciência e tecnologia dos cheiros e aromas, dos óleos essenciais das plantas da Amazônia, e especialmente do pau-rosa e da priprioca. Professor Barata foi o único brasileiro a receber o prêmio nesta edição.
A entrega da medalha ocorreu em Cartagena, na Colômbia, no último dia 11 de setembro, com a participação de mais de mil convidados, diretores de empresas e perfumistas, pessoas importantes que decidem as origens dos novos produtos. O homenageado, além de proferir palestra aos convidados, dedicou o prêmio ao seu pai, que o encaminhou para a carreira de cientista e lhe permitiu traçar o caminho pioneiro de juntar a academia com a indústria, mostrando que as duas só podem aprender uma com outra.
Professor Barata destacou que o prêmio tem um valor pessoal muito grande, mas que “é muito importante pra Amazônia, para o Pará e, particularmente, para Santarém, para nossa Universidade, porque chama a atenção dessas empresas, que são as maiores do mundo nessa área, para os produtos naturais da Amazônia. Então, essas empresas estão levando esses produtos para o mundo”. Ele acrescentou que, na Ufopa, há um grupo grande de pesquisadores, biólogos, agrônomos, engenheiros florestais, farmacêuticos que trabalham nesse setor de produtos naturais: “Esse prêmio é um reconhecimento internacional para o trabalho desenvolvido na região”.
Pesquisas desenvolvidas na região
O pesquisador desenvolveu pesquisas na Universidade de Campinas (Unicamp) em preparação ao trabalho, pensando na Amazônia: “Já perto da aposentadoria da Unicamp, começou o preparo para o trabalho junto à Amazônia; nasceu no imaginário uma nova tecnologia, consequência de um dossiê preparado para a famosa casa de perfumes franceses Chanel. A técnica desenvolvida, hoje, é empregada com grande sucesso na Amazônia, o que permite que o quase extinto pau-rosa (Aniba rosaeodora) possa ser de novo explorado, mas de uma maneira completamente sustentável, sem destruir as árvores”. Esse trabalho resultou ao professor, em 2006, o prêmio Samuel Benchimol, criado in memoriam de outro grande cientista e comerciante de Manaus, que exportava pau-rosa para as casas de perfumaria fina. “A história dos cheiros da Amazônia ainda tem muitos capítulos a serem escritos”, destaca o professor.
Como professor visitante na Ufopa, Lauro Barata continua pesquisando o pau-rosa com pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) para, agora, desvendar o DNA das plantas supostamente ditas “pau-rosa”, já que a identificação botânica destas, por ser complicada, limita sua exploração comercial. Recentemente, também retomou pesquisas anteriores com a andiroba (Carapa guianensis), e o grande foco agora são resíduos deixados pela indústria que contém valiosas substâncias anti-inflamatórias. Em outro projeto recente, professor Barata se dedica a encontrar as bases para a comercialização do óleo essencial de priprioca (Cyperus articulatus), que tem grande potencial para ser colocado na indústria mundial de perfumaria.
Comunicação/Ufopa
1/10/2018