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Universidade Federal do Oeste do Pará

Ultima atualização em 11 de Julho de 2022 às 16:35

Projeto Águas do Tapajós será ampliado


Desenvolvido pela Ufopa e TNC, projeto prevê atuação em 100 comunidades

Implantado em 2020, com a assinatura do termo de cooperação entre a Universidade Federal do Oeste do Pará e a The Nature Conservance do Brasil (TNC), o projeto “Conservação de Base Comunitária em Ecossistemas de Água Doce: Rio Tapajós”, ou simplesmente projeto “Águas do Tapajós”, está consolidando sua primeira etapa de execução. Enquanto isso, as coordenadoras já se reúnem para debater a segunda fase do projeto, renovado para mais 3 anos.

Na semana de 21 a 25 de março foi realizada, em Santarém, uma oficina para a construção de estratégias para a próxima etapa, a chamada fase II do projeto. Durante cinco dias, integrantes da TNC, da Ufopa, do Mopebam, Turiarte e Sapopema debateram acerca dos planos de trabalho para as próximas etapas do projeto.

Na Ufopa, o projeto Águas do Tapajós é coordenado pela Profa. Dra. Iracenir Andrade dos Santos (CFI). Ao fazer um balanço da fase I do projeto, ela ressaltou os “aprendizados” e os desafios impostos pela pandemia de covid-19: “Nós tivemos que reaprender a fazer pesquisa, a pandemia nos impôs esse desafio. Tivemos muito apoio das comunidades e resultados muito interessantes”. Entre os resultados dessa fase, a pesquisadora destacou a “descrição” de uma nova espécie de peixe e citou outras avanços do projeto. “Descobrimos algumas regiões do Tapajós que funcionam como berçários para a reprodução para diferentes espécies de peixes”.

A pesquisadora falou ainda sobre uma constatação importante do projeto: “Que as mulheres são as precursoras no desenvolvimento e manutenção das suas famílias e de suas comunidades. Elas são responsáveis por grande parte de toda a logística da pesca e também da produção de alimentos e da comercialização dos excedentes de alimentos produzidos e a própria manutenção de suas famílias”.

No primeiro dia de trabalho, a equipe da TNC reuniu os quatro parceiros do projeto. A vice-gerente da Estratégia, Povos e Comunidades Indígenas e Tradicionais da TNC Brasil, Juliana Simões, fez uma apresentação sobre a primeira fase e um balanço dessa etapa.

“A fase 1 teve como objetivo o fortalecimento das capacidades do Movimento de Pescadores e Pescadoras do Baixo Amazonas; nós ofertamos uma série de capacitações para melhorar a gestão da pesca pelos presidentes de colônias para que eles pudessem apoiar os pescadores e pescadoras no acesso aos seus direitos”. Ela afirmou ainda que outras capacitações relacionadas às atividades de turismo e da pesca, por exemplo, também foram ofertadas. Simões citou ainda ação desenvolvida em parceria com o Ministério Público e a Ufopa, que foi o curso de justiça restaurativa: “O que é isso? Levar aos pescadores o conhecimento sobre legislação da pesca para que eles possam defender seus direitos e garantir esses direitos de usos equitativos dos recursos naturais aqui na bacia do Tapajós e do Baixo Amazonas”.

A diretora de Ciências da TNC, Edenise Garcia, que também esteve em Santarém na coordenação dos trabalhos da oficina, informou que durante a fase 1 do projeto foram realizadas cinco expedições do projeto Águas do Tapajós, que “cobriram todo o ciclo hidrológico do rio Tapajós, desde as águas mais baixas até as águas mais cheias. Isso é bastante importante porque influencia as comunidades de vida aquática e a própria pesca”.

Garcia informou ainda que os pesquisadores conseguiram monitorar a qualidade da água, questões relativas ao mercúrio, entre outras e, adiantou que irá ocorrer outra expedição com integrantes do GT Águas do Rio Tapajós (Ufopa).

“Vamos fazer um mapeamento das águas, vamos coletar peixes para a mensuração de mercúrio nos peixes pois sabemos que aqui no Tapajós esse é um grande problema devido a vários fatores entre desmatamento e mineração, sobretudo”. Garcia citou outras descobertas científicas que em breve estarão sendo publicadas pelos pesquisadores.

Ampliação — A área de atuação do Águas do Tapajós será ampliada. Na fase 2 as ações chegarão às áreas dos rios Tapajós, Amazonas e Arapiuns. “Aproximadamente 100 comunidades do baixo e médio Tapajós e baixo Amazonas têm direito ao uso de recursos territoriais e aquáticos garantidos e adotam práticas sustentáveis de pesca que protegem e conservam a biodiversidade de água doce em mil quilômetros de grandes rios e mais quatro mil quilômetros de igarapés”, afirmou Juliana Simões, referindo-se ao potencial de atuação do projeto.

Objetivo do projeto — O objetivo do Águas do Tapajós é contribuir para o desenvolvimento local, aumentando o conhecimento sobre o uso sustentável dos recursos aquáticos e a conservação da biodiversidade de água doce na região do médio e baixo Tapajós, por meio do apoia às comunidades ribeirinhas em sua organização, governança e gestão comunitária, melhorando seu desempenho com outros atores da região. E, no planejamento, o território de cobertura do projeto será ampliado em sua segunda etapa de execução.

Estiveram presentes às oficinas, além dos pesquisadores da Ufopa ligados ao projeto, representantes da Associação do Movimento dos Pescadores do Baixo Amazonas (Mopebam), da Sociedade para Pesquisa e Proteção do Meio Ambiente (@sapopemabrasil) e da Cooperativa de Turismo e Artesanato da Floresta (@turiarte_amazonia), entidades que também são parceiras do projeto Águas do Tapajós.

Comunicação /Ufopa

28/03/2022

Pesquisadores da Ufopa debatem ampliação do projeto Águas do Tapajós com a equipe técnica da TNC. Foto: Lenne Santos, 22/3/2022.

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