Ultima atualização em 6 de Julho de 2022 às 10:01
São sete linhas de pesquisa desenvolvidas por pesquisadores da Ufopa com financiamento da TNC/Brasil por meio do Projeto “Águas do Tapajós”.
Pesquisadores da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) apresentaram na quinta-feira, 9 de junho de 2022, o I Seminário Científico do Projeto de Conservação de Base Comunitária dos Ecossistemas de Água Doce no Rio Tapajós. Abertas ao público e à comunidade acadêmica, as atividades ocorreram em Santarém (PA), das 8h às 12h e das 14h às 17h, no auditório da Unidade Rondon da Ufopa.
O projeto, intitulado “Conservação de Base Comunitária em Ecossistemas de Água Doce: Rio Tapajós”, tem por objetivo contribuir para o desenvolvimento local, aumentando o conhecimento sobre o uso sustentável dos recursos aquáticos e a conservação da biodiversidade de água doce na região do médio e baixo Tapajós, apoiando as comunidades ribeirinhas em sua organização, governança e gestão comunitária, melhorando seu desempenho com outros atores da região e no planejamento do território.
Durante os dois anos de execução do projeto foram desenvolvidas pesquisas na região do médio e baixo Tapajós, envolvendo dez comunidades ribeirinhas localizadas às margens direita e esquerda do rio Tapajós, nos municípios paraenses de Trairão, Itaituba, Rurópolis, Aveiro, Belterra e Santarém.
Serão apresentados os resultados das sete linhas de pesquisa desenvolvidas pelos pesquisadores da Ufopa que tiveram financiamento da TNC/Brasil por meio do Projeto “Águas do Tapajós”, cujo objetivo geral é a conservação das águas dos rios da região do Tapajós. A seguir as linhas das pesquisas relacionadas ao projeto:
1. Avaliar os níveis de mercúrio (Hg) no cabelo de indivíduos residentes em comunidades do baixo e médio Tapajós; avaliar os níveis de Hg no tecido de peixes coletados em comunidades do baixo e médio Tapajós; realizar atividades de educação em saúde voltadas para a prevenção e promoção da saúde no contexto da exposição mercurial voltadas às comunidades estudadas e a profissionais de saúde da atenção primária no que se refere ao reconhecimento de sintomas da exposição mercurial.
2. Realizar um levantamento da ocorrência e situação das populações de quelônios no rio Tapajós, incluindo novos registros de distribuição, seu uso e importância para as populações ribeirinhas, a contaminação por mercúrio e organoclorados, a identificação dos locais de agregação, desova e as rotas de migração, e o efeito da recente oferta de grãos (soja e milho) no porto de carregamento de Miritituba para atração e dieta das espécies.
3. Caracterizar a atividade da pesca e implementar o monitoramento participativo e voluntário dos pescadores e pescadoras ribeirinhos; identificar variações sazonais na disponibilidade dos recursos pesqueiros e mudanças de comportamento extrativista em função desta disponibilidade; caracterizar os sistemas de produção dos pequenos produtores ribeirinhos, determinando padrões, formas de uso e de interação entre as comunidades e o ambiente pesqueiro; identificar taxonomicamente os peixes conhecidos pelas comunidades e os sistemas de classificação tradicionalmente empregados; descrever o calendário etnoecológico da pesca nas comunidades ribeirinhas nos trechos do baixo e médio Tapajós.
4. Caracterizar a assembleia de peixes do médio e baixo rio Tapajós quanto à composição, riqueza, diversidade e abundância; analisar a influência de fatores ambientais sobre a estrutura das assembleias de peixes no baixo e médio Tapajós; relacionar as espécies de peixes com maior interesse econômico, endêmicas, ameaçadas de extinção, indicadoras de qualidade ambiental, bem como aquelas cientificamente desconhecidas.
5. Determinar a composição e abundância de larvas de peixes de interesse econômico no Tapajós; comparar os índices de abundância, riqueza e diversidade dos táxons coletados; analisar os padrões de variação na distribuição temporal (diurna e noturna) e sazonal (enchente, cheia, vazante e seca) do ictioplâncton; verificar o período e a utilização da região como área de desova e criadouro natural de várias espécies de peixes; avaliar a influência das variáveis ambientais sobre a ocorrência de ovos e larvas de peixes nos diferentes pontos e períodos de amostragem; descrever alternativas de uso sustentável da área, visando à conservação e ações de manejo sustentável dos recursos.
6. Descrever e acompanhar as florações de cianobactérias na bacia do rio Tapajós durante um ciclo hidrológico, bem como analisar a influência destas florações no uso de recursos aquáticos pelas populações locais.
7. Fazer o inventário das unidades de produção vinculadas aos pescadores, considerando as culturas (ciclo curto e perenes) utilizadas e frequência de plantios nas comunidades; inventariar os tipos de manejo utilizados nas unidades de produção nas comunidades; construir um mapa das unidades de produção em cada comunidade; inventariar e mapear a participação das mulheres nas unidades produtivas e analisar o quanto e como as mulheres contribuem para a renda da família.
A continuação das pesquisas está garantida, pois o projeto “Águas do Tapajós” foi renovado para os próximos dois anos.
Comunicação/Ufopa
06/06/2022, atualizada em 10/06/2022 com informações do projeto
Evento: SEMINÁRIO DE APRESENTAÇÃO DO PROJETO “ÁGUAS DO TAPAJÓS”
Local: Auditório da Ufopa (Campus Santarém/Unidade Rondon, Av. Marechal Rondon – Bairro Caranazal)
Data: 9 de junho de 2022 (quinta-feira)
Horário: das 8h às 12 horas e das 14h às 17 horas
Sugestão de entrevistas:
Profa. Iracenir Andrade dos Santos, coordenadora geral do projeto “Águas do Tapajós” na Ufopa;
Juliana Simões, representante da TNC;
José Edinaldo, representante do Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais do Oeste do Pará (Mopebam).
Atualizada em 10/6/2022