Ultima atualização em 4 de Maio de 2022 às 11:08
Com o tema Inovação, Aula Magna marca o início da semana de recepção dos calouros.
A Inovação é o motor do crescimento econômico, pois gera vantagem competitiva, ganhos de produtividade e novas possibilidades de emprego e renda, resultando, assim, na melhoria da qualidade de vida da população. “A Inovação é para todo mundo. Melhor ainda se for para a inclusão”, afirmou o professor José Roberto Branco Ramos Filho, diretor da Agência de Inovação Tecnológica (AIT) da Ufopa, durante a Aula Magna, realizada na segunda-feira, 18 de março de 2019, em Santarém (PA).
Aberto ao público e à comunidade acadêmica, o evento, que lotou o Auditório da Unidade Tapajós, marcou o início da semana de recepção dos mais de 1.400 calouros da Ufopa, que prossegue até sexta-feira, 22 de março, nos institutos e demais campi da universidade. Durante o evento, a Coordenação de Comunicação apresentou para a comunidade acadêmica a campanha de comemoração dos 10 anos da Ufopa. Formado por servidores, o Coral da Ufopa também participou da solenidade.
Docente do Instituto de Engenharia e Geociências (IEG), José Roberto Branco Filho abordou, em sua conferência, o tema “Conexões com a Inovação: A Inovação na Tríade Ensino, Pesquisa e Extensão”, em referência à campanha de comemoração dos 10 anos da Ufopa, que a cada mês aborda um assunto relevante para a Universidade. Em março, o tema escolhido foi a inovação.
“O resultado da pesquisa deve permear o ensino, não apenas da pós-graduação, mas também da graduação. Precisamos que a pós-graduação coloque seu conhecimento para a sociedade”, afirmou durante a palestra. “Outra coisa importante que temos na Universidade é a extensão tecnológica. Temos o compromisso de levar esse conhecimento, principalmente para as pequenas empresas”.
Segundo Roberto Branco, a inovação não compreende só criação de novas tecnologias. “A inovação pode incluir muita gente no mercado de trabalho. Também dá para fazer inovação no âmbito do governo. Espero que parte dessas inovações parta de vocês”. Para o docente, a inovação também está associada a riscos, incertezas, investimentos, ao uso de conhecimento novo. “O fato é que a inovação exige muito esforço”.
Sonho, conexão, entrega – O reitor da Ufopa, Hugo Alex Carneiro Diniz, fez a abertura oficial do evento, dando as boas-vindas aos calouros presentes. “É um privilégio enorme recebê-los aqui, na sua, na nossa universidade, na universidade do coração da Amazônia. Somos uma equipe de mais de mil pessoas, entre servidores e terceirizados, trabalhando para receber vocês. Cada vez que vocês chegam, a universidade renasce. Somos uma universidade multi: multiétnica, multirracial, partidária, ideológica, de orientação sexual e gênero. É importante que vocês convivam com todas essas pessoas que compõem esta universidade tão grande”.
Hugo Diniz falou sobre os desafios enfrentados na gestão da universidade. “Desde o ano passado, temos trabalhado num projeto que foi aceito pela comunidade acadêmica. Nossos desafios são enormes, como enormes foram nossos chamados. Resumo nossa missão em três palavras: sonho, conexão e entrega”, afirmou durante o evento. “Tudo começa com sonho. Você chegou até aqui porque teve um sonho. Eu faço parte da geração que sonhava com uma universidade em Santarém, com uma universidade do Oeste do Pará, e hoje nosso sonho é muito maior. Cada ônibus, sala de aula, carteira, foi o sonho de alguém que veio antes de nós. Estamos sonhando o sonho de alguém”.
O reitor também falou sobre as entregas previstas para este ano, como a inauguração do Bloco Modular Tapajós (BMT), a ser realizada no próximo dia 3 de maio. “Estamos trabalhando para fazer entregas. Primeiro a nossa entrega para conquistar nossos sonhos. Hoje, a nossa entrega é para a comunidade, o foco é na Amazônia. Nosso compromisso é com nossa região”, afirma. “Estamos enfrentando muitas dificuldades pra isso, mas vamos entregar o Bloco Modular Tapajós. Vamos fazer uma grande festa e peço ajuda do Diretório Central do Estudantes para isso”.
Durante o evento, a vice-reitora da Ufopa, Aldenize Ruela Xavier, também destacou as diversas obras de infraestrutura que estão sendo realizadas, como o Restaurante Universitário (RU), que está na fase final de acabamento, com previsão de entrega no segundo semestre deste ano; e a pavimentação das vias de acesso da Unidade Tapajós. “A partir da terça-feira, 19, estaremos trocando as vias de acesso no Tapajós. Vamos abrir a parte que está pronta e fechar a outra parte pra completarmos os outros 50% que faltam”, explica. “Temos outras pequenas obras acontecendo, como em Oriximiná e Óbidos. Estamos com obras menores, mas há necessidade de acompanhar. Cada conquista é responsabilidade de todos nós. Vamos cuidar juntos de cada espaço, cada planta, sala de aula”.
Ufopa 10 anos – A pró-reitora de Ensino de Graduação (Proen), Solange Ximenes, deu as boas-vindas aos calouros em nome de todos os pró-reitores. “Saúdo todos os 1.448 novos estudantes da maior instituição de educação superior do Oeste do Pará. É com muita alegria que iniciamos mais um ano letivo. O ano de 2019 para nós tem uma simbologia muito auspiciosa, porque comemoramos os dez anos de implantação da Ufopa”, afirmou no início do seu discurso. “A Ufopa é a primeira universidade pública criada no coração da Amazônia. Possui mais de 7.500 estudantes de graduação e de pós-graduação e tem o quadro de servidores mais qualificado do Oeste do Pará”.
Durante sua fala, Solange Ximenes destacou alguns princípios que definem a educação superior oferecida pelas universidades públicas. “Uma universidade se caracteriza por promover formação científica e qualificação profissional de nível superior, por realizar pesquisa teórica e prática em diferentes áreas de conhecimento e por fazer extensão dos saberes produzidos”, afirma. “A educação superior, particularmente a pública, é um espaço de todos e para todos, porque educação é um direito”.
Para Ximenes, a educação superior é espaço de formação de alto nível, crítica e cidadã. “Na Ufopa, vocês não receberão apenas formação técnica ou profissional, mas uma formação que vai proporcionar que vocês desenvolvam uma percepção sobre as contradições de nosso sistema capitalista e se tornem cidadãos críticos, compreendendo os seus direitos e os direitos de sua comunidade”.
A solenidade de abertura também contou com a participação da Pró-Reitora de Gestão Estudantil, Lidiane Leão. Ela falou sobre a Política de Ações Afirmativas da Ufopa, que tem por finalidade a defesa dos direitos humanos e a promoção do direito à diversidade cultural, a igualdade étnico-racial, a busca de igualdade de gênero, a garantia dos direitos das pessoas com deficiência (PcD), bem como a diminuição da desigualdade social e o combate a todo tipo de discriminação e preconceito.
Segundo Lidiane Leão, a ação afirmativa destina-se, prioritariamente, aos grupos historicamente excluídos: indígenas, negros, mulheres, quilombolas, comunidades tradicionais, pessoas com deficiência e população LGBTQ+, com ênfase nas pessoas ingressantes através das políticas de equidade de direitos, como o Sistema de Cotas Sociais e os Processos Seletivos Especiais Indígena e Quilombola.
“O acesso das populações indígenas no ensino superior tem sido uma ação constante desta universidade e vem ocorrendo desde quando ainda se constituía núcleo de educação da Universidade Federal do Pará. A partir de 2010, com a criação da Ufopa, houve reserva de vagas para estudantes indígenas e em 2011 realizou-se o primeiro Processo Seletivo Especial”, explica. Em 2015, criou-se o Processo Seletivo Especial Quilombola. Em 2018, havia 250 discentes quilombolas matriculados na universidade, oriundos de comunidades quilombolas do Baixo Amazonas, dos municípios de Óbidos, Oriximiná, Monte Alegre, Alenquer e Santarém.
Comunicação/Ufopa
19/3/2019