Ultima atualização em 16 de Maio de 2019 às 14:38
O curso de Pedagogia da Ufopa começou na manhã hoje, 16, no auditório da Unidade Rondon, Campus Santarém, o I Simpósio de Educação Escolar Quilombola e de Educação para as Relações Étnico-raciais, que aborda o tema “Discutindo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola e o Ensino da História e Cultura Afro-brasileira e Africana na Educação Básica de Santarém”.
Na abertura, estiveram presentes estudantes e professores dos cursos da Ufopa, profissionais da educação das redes municipal e estadual de ensino e representantes da Quinta Unidade Regional de Ensino, da Secretaria Municipal de Educação de Santarém, da Secretaria Municipal de Educação de Mojuí dos Campos e de movimentos populares. Coordenado pelo professor Alan Augusto Moraes Ribeiro, do Instituto de Ciências da Educação (Iced), o evento pretende iniciar um debate sobre a educação escolar quilombola, modalidade que passou a ser regulamentada dentro do sistema de ensino escolar brasileiro a partir de 2012. Outro objetivo é discutir coletivamente metodologias de ensino que possibilitem aprendizagens diversas, tendo como ponto de partida os próprios relatos das populações negras e quilombolas.
Entre os representantes da Ufopa na mesa, estava o diretor do Instituto de Ciências da Educação, professor Edilan Quaresma. Ele destacou a importância do evento, realizado dentro de uma universidade pública que, a partir de suas práticas extensivas e de pesquisa, discute a educação básica, oferecendo um serviço da academia em favor da sociedade.
Representando a gestão superior, a pró-reitora de Gestão Estudantil, Lidiane Leão, reforçou a necessidade de a universidade promover discussões como essas, assumindo, junto com as demais organizações, o protagonismo na construção de políticas públicas na área da educação.
A programação consta de quatro mesas-redondas:
As inscrições são feitas no local do evento. Haverá emissão de certificado de participação, com carga horária diferenciada: 8 horas, para participação de um dia; e 16 horas para os dois dias de evento.
Confira a programação completa aqui.
Histórico - Em 2003 foi criada a Lei nº 10.639, que estabeleceu a obrigatoriedade do ensino da História e Cultura Afro-brasileira e Africana na Educação Básica. A partir de 2012, essa modalidade de ensino passou a ser regulamentada no âmbito escolar brasileiro, tendo como base o parecer CNE/CEB 07/2010 e a Resolução CNE/CEB abril/2010, que instituíram esta modalidade nas Diretrizes Curriculares Gerais para a Educação Básica.
Na Lei nº 10.639, houve a introdução da temática “identidade quilombola” como parte dos conteúdos a serem abordados na educação básica. Criticando diretamente uma historiografia oficial que durante anos permitiu que se representasse a história das populações negras, suas culturas e práticas sociais como inferiores ou relegadas a um status epistemológico de segunda categoria, esta lei explicitou uma realidade gritante na sociedade brasileira: a presença e a participação política ativa de negros nas lutas contra o preconceito racial no espaço urbano e no mundo rural.
O processo de instituição da Lei nº 10.639 e das diretrizes foi resultado da ação dos movimentos sociais negro e quilombola, que empreenderam discussões históricas entre diferentes setores da sociedade civil durante os últimos 40 anos. Estas regulamentações estabelecem que o ensino ministrado nas escolas quilombolas e nas escolas da rede pública deve ser formado pela memória coletiva da comunidade, pelas especificidades linguísticas remanescentes, pelos marcos civilizatórios e práticas culturais, pelas tecnologias e formas de produção do trabalho, pelos acervos e repertórios orais, festejos, usos do espaço e tradições culturais, e pelos demais elementos que conformam o patrimônio cultural das comunidades quilombolas e negras em todo o país.
Serviço: I Simpósio de Educação Escolar Quilombola e de Educação para as Relações Étnico-raciais
Comunicação/Ufopa, com informações da organização do evento
22/4/2019, atualizado em 16/5/2019.