Ultima atualização em 31 de Março de 2021 às 23:09
Um projeto piloto realizado pela Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), em parceria com um produtor rural, obteve sucesso na produção de camarões marinhos em tanques na cidade de Santarém. Os pesquisadores inovaram ao utilizar o sistema de criação em bioflocos para o camarão Litopenaeus vannamei, a espécie mais produzida e apreciada na culinária mundial.
“O sistema de bioflocos, tecnologia considerada ambientalmente amigável por não ocorrer troca de água durante todo ciclo de produção, é muito desenvolvida para o camarão L. vananmei em outras regiões do Brasil. Entretanto, é a primeira vez que se tem relato do sucesso de sua produção em nossa cidade”, explica o coordenador do projeto, Luciano Jensen.
Camarões em fase juvenil e em tamanho para comercialização. Fotos: Luciano Vaz.
Intitulada “Efeito da densidade de estocagem na produção do camarão marinho Litopenaeus vannamei em sistema BFT com água salinizada”, a pesquisa conta com a colaboração da professora Michelle Fugimura e de discentes do curso de Engenharia de Pesca, e surgiu a partir da demanda de um produtor rural, que financiou o projeto por meio da Fundação de Integração Amazônica (Fiam).
A pesquisa iniciou-se em dezembro de 2020, com todos os cuidados exigidos pela situação de pandemia, com a aquisição de pós-larvas de camarão, que vieram da cidade de Natal (RN). Quatro meses depois, os camarões já atingiram um peso médio de 11 gramas e estão prontos para a comercialização. De acordo com o pesquisador, a expectativa é produzir cerca de 700 kg de camarão neste primeiro ciclo de produção.
O teste foi feito em três tanques, em uma propriedade particular na zona urbana da cidade. Em cada um foram colocadas quantidades diferentes de camarões: 300, 400 e 500/m². O projeto vai avaliar qual a quantidade adequada de camarões por metro quadrado, verificando qual dos três tanques tiveram melhor produtividade em relação à densidade de estocagem. “Vamos observar quantos quilos sairão de cada tanque e quanto foi gasto de ração, energia elétrica, mão de obra, entre outros fatores”, detalha Luciano.
De acordo com o pesquisador, a iniciativa abre uma nova possibilidade de geração de renda: “Com o sucesso dessa primeira experiência, a expectativa é que ela sirva de modelo para outros produtores e que nós consigamos ajustar os resultados para melhorar a questão econômica, diminuindo os custos para a produção desse camarão em nossa região”, conclui.
Comunicação/Ufopa, com informações do projeto
31/03/2021