Ultima atualização em 4 de Setembro de 2020 às 14:54
O Projeto Mata sem Fogo, voltado para recuperação de áreas degradadas por incêndios florestais em comunidades/aldeias indígenas da Reserva Extrativista (Resex) Tapajós-Arapiuns em Santarém, Pará, coordenado pelo Museu Paraense Emílio Goeldi em parceria com a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), tem realizado uma série de estudos para identificar os efeitos dos incêndios florestais na degradação florestal e socioambiental para as populações indígenas Tupinambá. Pela Ufopa, é ligado ao Grupo de Estudos e Atividades Socioambientais na Amazônia (Geasa).
A partir desses estudos, foi elaborada a cartilha Queimadas na Amazônia em Tempos de Covid-19, lançada nesta sexta-feira, 4 de setembro, durante live realizada pelas duas instituições. “Queimadas e incêndios florestais estão em evidência nos biomas brasileiros. Na Amazônia o quadro se agrava sobretudo quando a estação seca é mais intensa. Se não houver prevenção, os problemas com fogo se intensificarão, causando grandes impactos”, diz a professora Amanda Ferreira, do Instituto de Ciências e Tecnologia das Águas (ICTA) da Ufopa, responsável pelas pesquisas socioambientais deste projeto.
Com a cartilha, a coordenação do projeto tem o objetivo de prevenir as populações locais quanto ao uso do fogo e risco de incêndios florestais, bem como alertar sobre o agravamento de problemas respiratórios nesse período de pandemia.
“Nesse momento crítico da pandemia por Covid-19, que já acometeu mais de 1 milhão de pessoas na Pan-Amazônia, e no qual as queimadas se expandem para áreas mais remotas, podemos ter agravados os problemas respiratórios da população”, afirma a pesquisadora do Museu Goeldi, Ima Vieira, ecóloga e uma das autoras de um estudo que aponta a associação da vulnerabilidade das populações da Amazônia à Covid-19 com a rota da degradação florestal.
“Os efeitos dos incêndios florestais vão além dos padrões de degradação florestal e perdas de biodiversidade já conhecidos, afetando, ainda, a vida de populações tradicionais, que tem seus padrões de caça, coletas de produtos da florestas e as mais diversas formas de relação alterada, perdendo seus ‘caminhos’ já conhecidos de acesso aos recursos da floresta”, enfatizou professora Amanda.
Cartilha
A cartilha Queimadas na Amazônia em Tempos de Covid-19 contém alguns dos resultados do projeto de pesquisa. Foi elaborada em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Rede Tapajoara e o Instituto Iniciativa Amazônica (Iniama), com financiamento do projeto Prevfogo, ligado ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.
O material traz informações didáticas sobre o que são queimadas controladas, incêndios florestais, desmatamento e as consequências, ligando as discussões ao tempo da pandemia. A cartilha, editada pelos pesquisadores da Ufopa, também apresenta orientações preventivas quanto ao fogo e relacionadas à covid-19.
Acesse a versão digital da cartilha AQUI.
Live
A live, nesta sexta-feira, começa às 10h30. A data foi escolhida para fazer referência ao Dia da Amazônia, celebrado em 5 de setembro. Terá a participação da pesquisadora Ima Vieira, do Museu Paraense Emílio Goeldi; de Jackeline Nóbrega, analista ambiental da Reserva Extrativista Tapajos-Arapiuns – ICMBio; de Dinael Arapiun, representante da Tapajoara; e da professora Amanda Ferreira, da Ufopa, que será a mediadora.
Haverá emissão de certificados pela Pró-Reitoria da Cultura, Comunidade e Extensão (Procce). Interessados devem se inscrever pelo link (AQUI).
A transmissão ocorrerá canal do YouTube do Museu Emilio Goeldi.
Comunicação/Ufopa, com informações da professora Amanda Ferreira
03/09/2020, atualização em 04/09/2020.