Ultima atualização em 29 de Abril de 2019 às 10:42
“Estou tendo a oportunidade de conhecer um novo mundo, ter contato e trocar experiência com professores fenomenais, assim como também estou tendo a possibilidade de conhecer um pouco da história e da grandiosidade desta universidade (Universidade de Coimbra, em Portugal), além de socializar as ações realizadas pelo programa N+Adesa, do Campus de Alequer (PA), do qual faço parte”. A afirmação é da universitária Kilse Maiana Sousa Cruz, 30 anos, uma das 40 contempladas com o edital de Mobilidade Externa Internacional (PMAI 2019/2019), lançado pela Agência de Relações Nacionais e Internacionais (Arni) da Ufopa. A Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (Proen) também lançou edital do Programa de Mobilidade Externa Acadêmica Nacional 2018, que possibilitou o intercâmbio de mais 120 estudantes de cursos de graduação para diferentes universidades brasileiras. Fomos buscar algumas dessas histórias, que apresentamos a seguir.
Mobilidade Externa Internacional - Continuamos falando de Kilse, que antes de chegar a Coimbra enfrentou horas de barco, depois de avião, até alcançar o sonho de conhecer outro país. Ao ingressar no curso de graduação em Administração do Campus de Alenquer, em 2018, ela tinha alguns desejos, um deles era viajar pelo mundo. Mas o que era apenas um sonho distante e que parecia quase impossível virou realidade com o apoio da Ufopa. Cursando o 3º semestre, Kilse faz intercâmbio no campus de Ciências Humanas e Sociais da Universidade de Coimbra, em Portugal, onde está tendo a oportunidade de "dialogar com outras teorias" e de "vivenciar atividades diversas".
De 25 de março a 28 de abril ela participa de seminários, colóquios, grupos de debates e reuniões de grupos de pesquisas sobre as políticas sociais mundiais, além de aulas com o Prof. Dr. Boaventura de Sousa Santos, que tem trabalhos publicados sobre globalização, sociologia do direito, epistemologia, democracia e direitos humanos com repercussão mundial. “Estou realizando visitas a bibliotecas, centros históricos e museus, sempre que possível”. Sem esconder a alegria, ela acrescentou: “Algo muito interessante aqui é o número de brasileiros que podemos encontrar dentro da Universidade de Coimbra, às vezes até penso que estou no Brasil”. Conversamos com Kilse via aplicativo de mensagens, pois ela ainda está por lá.
Quem também está frequentando a Universidade de Coimbra é a estudante Juliane Conceição de Meireles, 23 anos, do curso de licenciatura integrada em Matemática e Física, do Instituto de Ciências da Educação (Iced) da Ufopa, em Santarém. Ela também foi contemplada pelo edital de mobilidade externa, que leva acadêmicos para outros países. Além de conhecer a Kilse, elas dividem apartamento. Durante um mês, Juliane passa por experiência na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação (FPCE) da Universidade de Coimbra. Participa de atividades no Laboratório de Tecnologia Educativa (LabTE), onde desenvolve recursos educativos de Matemática, além de aprofundar conhecimentos sobre “aula invertida” e “realidade aumentada”, com a orientação da professora Ana Amélia Amorim Carvalho.
Nas primeiras semanas da experiência, ela visitou uma escola para verificar como são as aulas de matemática através de aplicativos lá do outro lado do oceano. Juliane destacou que a experiência com a mobilidade está sendo uma oportunidade para sua formação cidadã. “Estou tendo contato com pessoas em uma cidade que jamais havia visitado. Isso proporciona que conheça outras realidades e que eu seja um ser humano melhor, no sentido de respeitar e conviver com outras culturas”, disse. Juliane chegou a Portugal no dia 26 de março e volta a Santarém no dia 28 de abril.
Kilse, Juliane e mais outros 39 universitários foram contemplados pelo Edital de Mobilidade Externa Internacional (PMAI/2018) da Arni, que destinou recursos financeiros para apoio a projetos que integrem ensino, pesquisa e extensão em instituições de ensino estrangeiras.
“A mobilidade internacional possibilita ao aluno contato com outras culturas, outros hábitos de vida e, claro, outro idioma, além de contribuir para o desenvolvimento pessoal; é uma excelente oportunidade de aprimorar conhecimentos acadêmicos que irão refletir no futuro desenvolvimento profissional”, afirma o diretor da Assessoria de Relações Nacionais e Internacionais (Arni), Prof. Rodrigo da Silva.
Porto - Natural do município de Monte Alegre, Lino Arlem, 23 anos, também cruzou o oceano para viver mais uma experiência que só foi possível por meio da Ufopa. O estudante do 9º semestre do curso de História e servidor do Núcleo de Acessibilidade está passando um período de 45 dias no Instituto Politécnico do Porto, em Portugal. Lá ele está desenvolvendo pesquisas no Departamento de Educação Inclusiva relacionadas à área de acessibilidade e educação de surdos no ensino superior.
Lino é tradutor/intérprete de Língua Brasileira de Sinais da Ufopa desde 2017, quando foi nomeado antes mesmo de concluir a graduação. Desde que ingressou na Ufopa como aluno, aproximou-se da área de educação para surdos, participando de grupos de pesquisa e atuando como bolsista monitor de acessibilidade. Em sua primeira viagem internacional, acredita que a oportunidade servirá para aprimorar sua atuação dentro da Universidade: “É uma experiência fantástica. Estou vivendo outro contexto de educação especial em Portugal. Participar dessa modalidade de intercâmbio só traz cada vez mais contribuições para minha vida pessoal, profissional e acadêmica, e a possibilidade de traçar estratégias, propostas de metodologias e adaptações que podem surtir efeitos positivos na educação de surdos em nossa universidade”.
A pró-reitora de Ensino de Graduação (Proen), Solange Ximenes, afirma que o programa de apoio ao intercâmbio nacional e internacional faz parte da Política de Ensino da Ufopa e sua forma de operacionalização consta no Regimento de Graduação: “Junto com o Programa de Mobilidade Internacional, compõe estratégia de melhoria da qualidade da educação superior, ao permitir que os estudantes possam cursar componentes curriculares em outras universidades, realizar pesquisas e participar de outras atividades que complementem a sua formação”.
“A Ufopa reafirma a importância do Programa, e no ano de 2018 ofereceu 120 auxílios individuais, no valor de R$ 4 mil reais, para despesas de deslocamento, totalizando um investimento do PNAES da ordem de R$ 480 mil reais”.
Mobilidade Externa Nacional - Cursando o 10º semestre de Geofísica na Ufopa, a aluna Ana Carolina Chahini está desde o dia 19 de março no Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP). Ela submeteu a proposta para participar da mobilidade acadêmica com o intuito de se aprimorar em um método geofísico chamado “Radar de Penetração”, que faz parte do seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). “A USP é uma referência de estudo no País e possui no corpo docente grandes nomes da pesquisa. É uma oportunidade única poder ter, por exemplo, acesso aos pesquisadores que escreveram os livros e artigos que são a base na minha graduação”, ressalta.
Segundo a estudante, os programas de mobilidade são um caminho para renovar o conhecimento acadêmico e abrir portas para novas oportunidades, seja na pesquisa ou mercado de trabalho. “Tem sido proveitoso, tanto academicamente quanto socialmente. É inevitável que a gente não se envolva com outras áreas, estreite amizades e aumente nossa rede de contatos. No futuro profissional, com certeza, esse networking fará diferença”, acredita.
A experiência tem ajudado a afastar um pouco as incertezas quanto ao futuro. “Além da chance de vivenciar outras experiências, agregar novos saberes e poder compartilhá-los com os colegas de curso, minha vinda pra cá visa também sondar as áreas do meu interesse para fazer pós-graduação”, explica.
Êmily Sthephane Rodrigues da Silva, de 24 anos, é aluna concluinte do curso de licenciatura em História, turma de 2015, em Santarém. Por meio da mobilidade acadêmica interna, ela viajou, no início de abril, até o Rio de Janeiro para conhecer a Universidade Federal Fluminense (UFF), onde participou de atividades e eventos acadêmicos ligados à Idade Média, área que pesquisa na sua graduação, sob a orientação do professor Douglas Mota Xavier de Lima, do Instituto de Ciências da Educação (Iced). “Na Ufopa, desenvolvo um projeto de pesquisa sobre História Medieval e a UFF é um dos maiores centros de referência de estudos medievais no Brasil. Aqui vou poder participar de eventos sobre o Medievo”, comemora.
Para a aluna a experiência foi “maravilhosa”, além de contribuir para a sua formação. “Desde o dia primeiro conheci um mundo novo aqui no Rio de Janeiro. São novas experiências, novos lugares para visitar, e o sentimento é de completa alegria. Estou muito feliz porque estou fazendo a mobilidade, é um intercâmbio importante, uma ponte entre a UFF e a Ufopa. Isso tudo está somando para a minha formação como historiadora e futura professora de história, e eu só tenho a agradecer”.
Comunicação/Ufopa, com a colaboração de Lenne Santos, Rosa Luciana Rodrigues, Maria Lúcia Morais, Luena Barros e Renata Dantas
25/4/2019