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Criado em 4 de Junho de 2019 às 12:14

Grupo de pesquisa Brama e PPGRNA colaboram em estudo nas torres do LBA


Os resultados da pesquisa serão publicados na revista Science desta semana. Participam do trabalho 16 instituições brasileiras e estrangeiras, lideradas pela Universidade do Arizona, Ufopa e Inpa.

Os resultados do estudo, realizado em colaboração com docentes e estudantes da Ufopa, explica a sazonalidade na fotossíntese da floresta na Amazônia Central. Liderado por Jin Wu durante seu doutorado na Universidade do Arizona, o estudo usou uma combinação de câmeras multiespectrais e dados do fluxo de CO2 entre a atmosfera e a floresta, registrados pelas torres do Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA).

De estudos prévios é conhecido que o CO2 atmosférico é fixado pela floresta a diferentes taxas de acordo com o período do ano. Por exemplo, o pico de absorção de CO2 (fotossíntese) pela floresta ocorre no fim da estação seca e no início da chuvosa. O que foi demonstrado neste estudo é que esse padrão sazonal da fotossíntese não ocorre apenas em função de variáveis climáticas como variação da temperatura, da luz ou da umidade ao longo do ano. Existe uma renovação de folhas mais intensa nos meses mais secos (junho a novembro), sendo que a quantidade de folhas na copa das arvores não sofre grandes variações ao longo do período chuvoso, mas sim a idade das folhas. As folhas mais velhas possuem menor capacidade de realização de fotossíntese.

Para o pesquisador Dr. Scott Saleska, orientador de Jin Wu, a importância maior do estudo reside em demonstrar uma deficiência nos modelos que preveem a resposta da floresta às futuras mudanças climáticas. “Estes modelos não incorporam os efeitos da fenologia foliar e, portanto, não conseguem reproduzir corretamente a variação sazonal da fotossíntese”, diz.

Os resultados desse estudo têm, como base principal, dados coletados na torre de fluxos do LBA, instalada na Floresta Nacional do Tapajós, na altura do km 67 da rodovia BR-163, e em outras duas torres de fluxos no Amazonas, sendo uma delas a torre ATTO (Observatório da Torre Alta da Amazônia), de 325 metros. Em 2010 e 2013, foram instaladas câmeras automáticas nestas torres que fotografam e monitoram diversas arvores no entorno das torres. Os dados da torre na Flona Tapajós foram utilizados e analisados pelo mestrando Kleber Silva Campos, do Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais da Amazônia (PPGRNA), em sua dissertação defendida no final de 2015. Kleber Campos também assina o artigo em Science. Para o PPGRNA, o fato de ter resultados de seus alunos publicados em revistas de altíssimo impacto deve refletir no fortalecimento e reconhecimento do programa junto à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), por exemplo. Para o líder do Grupo Brama (Biogeofísica da Região Amazônica e Modelagem Ambiental), Prof. Dr. Rodrigo da Silva, do Instituto de Engenharia e Geociências (IEG), a Ufopa possui destaque e está estrategicamente bem representada neste campo de estudo, como comprovado nesta publicação.

A pesquisa foi financiada pela Parceria para Pesquisa e Educação Internacional (Pire) da Fundação Nacional de Ciências Norte-Americana (US-NSF); pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) do Brasil; pela Fundação Agnese Nelms Haury da Universidade do Arizona; e pelo projeto Go-Amazon, financiado conjuntamente pelo Departamento de Energia Norte-Americano e pelas agências brasileiras Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), além do financiamento da Capes a mestrandos e doutorandos que participaram desse estudo.

Comunicação/Ufopa, com informações do Prof. Dr. Rodrigo Silva

25/2/2016