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Criado em 28 de Maio de 2020 às 17:31

Campus da UFOPA em Juruti realiza I Ciclo de Debates.

O Impacto. 16 de dezembro de 2010.

28 de Maio de 2020 às 17:31

Campus da UFOPA em Juruti realiza I Ciclo de Debates

Mesa que presidiu reunião em Juruti
Dez comunicações orais e setenta painéis expositivos com resultados de pesquisas realizadas pelos alunos do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR), além de mesas-redondas que debateram questões relativas à Educação à Distância no Oeste do Pará, marcaram o I Ciclo de Extensão e I Encontro Acadêmico Científico realizado pela Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) em Juruti, nos dias 11 e 12 de dezembro. Os debates ocorreram na sede da colônia de pescadores Z42, onde se reuniram alunos, professores, pesquisadores, além do Pró-Reitor de Planejamento Institucional da UFOPA, Prof. Aldo Queiroz.

A abertura ocorreu na manhã do sábado, dia 11, com a participação da coordenadora do PARFOR/UFOPA, Profa. Terezinha Pacheco, e do coordenador do Campus de Juruti, Prof. Jailson Novaes. Em seguida, foram iniciadas as comunicações orais com resultados das pesquisas elaboradas para as disciplinas cursadas durante o primeiro semestre do PARFOR.

Logo após a primeira rodada de apresentações de trabalhos, foi instalada a mesa-redonda: “Educação à Distância no Oeste do Pará: desafios e perspectivas”, da qual participaram o representante do MEC e presidente da Universidade Aberta do Brasil, Prof. Dr. Celso Costa, a diretora do CFI/UFOPA, Profa. Dóris Farias, a coordenadora do PARFOR/UFOPA, Terezinha Pacheco e o Prof. Jailson Novaes. Também estiveram no local representantes da Prefeitura Municipal, da Secretaria Municipal de Educação e do pólo local da UAB.

Durante um breve pronunciamento, o prefeito de Juruti, Henrique Costa, garantiu o terreno para a construção do campus da UFOPA no município. “Já temos o local onde será erguida a estrutura física da UFOPA. Vamos agilizar a construção, em virtude da importância dessa instituição para o desenvolvimento do nosso município”.

Juruti foi um dos primeiros municípios a manifestar interesse em criar um polo da Universidade Aberta do Brasil, que atualmente mantém 556 polos, atendendo a 200 mil alunos na modalidade Educação à Distância (EAD). “Vamos continuar investindo na criação de novos polos e aumentar a força da Educação à Distância”. Costa rebate as críticas ao modelo. “Já comprovamos que esses alunos (EAD) demonstram pró-atividade, maior capacidade de planejamento e disciplina”. Ele anunciou a criação do primeiro curso de mestrado profissional da modalidade.  Mais informações pelo sítio: http://www.uab.capes.gov.br.

Em Juruti, debates priorizam discussão sobre desenvolvimento e construção do conhecimento

Entender como o conhecimento científico produzido na Amazônia pode contribuir para o seu desenvolvimento foi a tônica da mesa-redonda que reuniu os professores Ademir Terra (do ICED) e Ricardo Scoles, Décio Duarte e Rossivanderson Baia (do CFI), na tarde do sábado, dia 11. “Vivemos sob a vigência de dois modelos de desenvolvimento. Um que prioriza a lógica do capital surgido no pós-guerra e outro, mais recente, focado nos aspectos sócio-humanos”. Para o professor  Ademir Terra é preciso muito cuidado ao lidar com conceitos como desenvolvimento sustentável. “Desenvolvimento sustentável para quem?”, questiona.


Alunos que participaram do evento
Na manhã de domingo, 12, foi a vez de Juana Galvão, Superintendente de Biodiversidade da Alcoa, debater as teorias e a prática da sustentabilidade local. Para ela, o desenvolvimento da Amazônia deve estar pautado em um novo modelo que valorize o patrimônio natural e cultural. “Mineração comprometida com o desenvolvimento sustentável do local onde está inserida é um dos aspectos fundamentais para as empresas que atuam neste segmento”, explicou citando exemplo de ações e projetos desenvolvidos pela Alcoa na região de abrangência do município de Juruti, como, por exemplo, a Agenda Positiva, que em breve entregará à população local um moderno hospital público.

Alunos apresentam projetos de pesquisa e extensão junto às comunidades locais

Durante os dois dias de evento os alunos tiveram a oportunidade de apresentar o resultado de pesquisas elaboradas como atividades das disciplinas ministradas ao longo do semestre. No total foram 10 comunicações orais e setenta pôsteres. Os temas variam em torno de leitura, interpretação de texto, higiene na escola, lixo, preservação ambiental, entre outros. Os trabalhos expostos foram avaliados pelos professores da UFOPA. Na tarde do domingo, 12, os alunos foram submetidos a avaliação.

As alunas do curso de Química e Biologia apresentaram o tema: “Higiene Corporal e métodos de prevenção das DSTs e gravidez precoce”. Durante a aplicação dos questionários, identificaram que 37% dos adolescentes da escola em que trabalham têm relações sexuais sem usar preservativos. “O maior problema era a falta de informação. Quase a metade dos alunos entrevistados não tinham usavam preservativos em suas relações sexuais. A partir desse dado, entregamos folhetos explicativos e realizamos palestras para os alunos”, afirmou Alessandra Silva. “Vamos continuar realizando este projeto durante todo o ano”, completou Ana Dark.

“Biblioteca Itinerante” foi o tema apresentado pelo grupo da comunidade de São Pedro no Mamumuru, localizada nas proximidades do município de Parintins (AM). Elas desenvolveram o projeto junto a seis escolas. “As distâncias são grandes e a dificuldade para conseguir livros que não sejam os didáticos, também por isso criamos o projeto e conseguimos que a comunidade doasse livros de literatura infanto-juvenil que estão sendo usados nas atividades de leitura com os alunos”, afirmou Antônia Maria da Silva. Para chegar a Juruti, ela tem de utilizar três tipos de transportes: motocicleta, automóvel e barco. São quase dois dias de viagens, considerando-se os contratempos. “Saí da minha casa, quinta-feira, 9h. Cheguei em Juruti no final da manhã de sexta-feira. Ainda tive de desembolsar R$ 250, mas vale a pena vencer o cansaço e participar das aulas”.

“Ficamos muito felizes com os trabalhos, que tiveram estreita relação com a realidade de cada aluno. Eles realizaram pesquisas e exercitaram a utilização do método científico, apesar do pouco tempo que tiveram”, afirmou o coordenador do Campus de Juruti, Prof. Jailson Novaes.

Da Redação

 

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