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Criado em 22 de Maio de 2020 às 18:05

Ufopa, onde a floresta Amazônica é o laboratório.

Portal IG . 18 de Novembro de 2010. .html

22 de Maio de 2020 às 18:05

Privilégio é essencial para missões da universidade: integração e desenvolvimento regional. Mas desafio começa nos corredores
Do alto do avião, a paisagem de Santarém impressiona. Cidade localizada a 1,4 mil quilômetros da capital do Pará, Belém, o município conta com grande extensão da Floresta Amazônica (que cobre 64% do território municipal) e abriga o encontro de três grandes rios – Tapajós, Amazonas e Arapiuns. É nesse bonito cenário que os estudantes da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) encontram um dos laboratórios mais privilegiados do País: a natureza.

Formar profissionais menos especialistas é desafio na UfopaNovas universidades federais cobrem vazios no mapa do ensinoUniversidade da Fronteira Sul, uma instituição popularComo alcançar qualidade na nova Universidade da Fronteira SulO potencial hidrográfico e florestal dessa região paraense está no foco da proposta de expansão da rede federal de universidades planejada pelo Ministério da Educação com o Reuni. Considerada estratégica pelo potencial de desenvolvimento econômico e pela necessidade de preservação ambiental, a floresta que cobre Santarém está a pouco mais de 20 minutos dos campi da Ufopa, uma das novas federais criadas em 2009, que o iG apresenta em série de matérias até sábado .
Também chamada de Universidade da Integração Amazônica, a Ufopa carrega em seu projeto original a mesma missão da Universidade da Integração Latino-Americana (Unila) e da Universidade Integração da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab): integrar. Primeiro, os estudantes dos municípios vizinhos à cidade. Depois, a comunidade à floresta em que vive e da qual se alimenta. Por fim, países fronteiriços ao Brasil.

Para isso, definiu currículos diferenciados para formar os futuros profissionais . Todos os estudantes a partir do próximo semestre terão de aprender sobre os ecossistemas amazônicos e aspectos socioeconômicos da região. A formação, dividida em ciclos, começa com um semestre igual para todos, que pretende dar uma visão ampla sobre a realidade local e também dar noções de disciplinas úteis em qualquer área, como língua portuguesa.


Só depois, o estudante escolhe uma grande área de interesse entre as opções Ciências da Educação; Biodiversidade e Florestas; Ciências da Sociedade; Engenharia e Geociências ou Tecnologia das Águas. Após três anos nessa área, eles ganham um diploma de bacharel interdisciplinar. A partir daí, os alunos podem escolher uma formação profissional como direito ou engenharia florestal, por exemplo. Ingressar na pós-graduação será outra possibilidade.

nullRodrigo Ramalho Filho, pró-reitor de Ensino de Graduação, diz que a Ufopa nasceu dentro do projeto de inovação no ensino superior liderado pelo MEC. Ele acredita que modernização do ensino é mais do que necessária e trará benefícios para a região e o país. “Queremos criar mais do que mais uma universidade moderna. Queremos dialogar com o mundo. Nossa ideia é estimular a educação continuada”, diz.

Heranças

Para cumprir sua missão, a Ufopa precisará vencer primeiro um desafio único, não vivido por outras instituições criadas recentemente. Por ironia ou vocação, a tarefa se resume à integração: manter estudantes e cursos herdados de duas universidades, com os primeiros calouros de 2011, que serão os estreantes da proposta de currículo inovador da Ufopa. “Teremos de conviver com duas culturas universitárias completamente diferentes. Isso é muito difícil. O ensino universitário esqueceu de ousar e estimular a criatividade. Por isso, os modelos inovadores enfrentam resistência”, ressalta Ramalho Filho.

Apesar de sua criação ter ocorrido oficialmente em novembro de 2009, a Ufopa não começou do zero. Ela herdou dois campi de federais que já funcionavam em Santarém: uma unidade da Universidade Federal do Pará (UFPA), agora o Campus Rondon, mais próxima do centro, e uma da Federal Rural da Amazônia, o Campus Tapajós. Os atuais alunos dos nove cursos oferecidos pelas antigas instituições não serão transferidos para os novos currículos e seguirão nos modelos tradicionais.

As estruturas recebidas, já antigas, também precisaram de adaptações e os dois campi da Ufopa se transformaram em canteiros de obras. A biblioteca do campus mais antigo, o Rondon, ficou meses desativada para reforma. Agora, está pronta, mas não possui móveis. Por enquanto, funciona como uma grande sala de professores no andar de cima. No andar debaixo, fica vazia.

Os livros estão amontoados nos fundos dos laboratórios do campus Tapajós, porque não há espaço físico suficiente para improvisar salas de estudo ou estantes para que os alunos folheiem e emprestem materiais. As salas de aula também são insuficientes. Com o surgimento da Ufopa, muitas tiveram de ser transformadas em ambientes administrativos para abrigar funcionários ou em laboratórios para os novos docentes.

Difíceis adaptações

Fonte: Último Segundo - iG @ https://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/ufopa-onde-a-floresta-amazonica-e-o-laboratorio/n1237829542354

Link:https://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/ufopa-onde-a-floresta-amazonica-e-o-laboratorio/n1237829542354.html