Desculpe, o seu navegador não suporta JavaScript!

Ultima atualização em 8 de Janeiro de 2021 às 21:43

O dia de mudança na Ufopa

18/11/2013-BLOG DO JESO - Neutra

8 de Junho de 2020 às 21:10


O dia de mudança na Ufopa


por Jackson Fernando Rêgo Matos (*)
A primeira eleição para reitor e vice-reitor revelam duas situações distintas e divergentes:
1) a continuidade de um processo que tem raízes na criação do campus da UFPA há mais de 20 anos e da UFRA há 10 anos em Santarém;
2) a mudança baseada na união de antigos e novos servidores que hoje são responsáveis pela formação de inúmeros alunos de mais de 30 cursos que, por sua vez, serão responsáveis pelos rumos de uma região saqueada secularmente.
O programa da chapa encabeçada pela professora Raimunda Monteiro, que tem como vice o professor Anselmo Colares, traz à luz da consciência a clara proposta de mudança de um quadro que perdura por mais de 7.300 dias e noites, administrada sem diálogo, respeito ao censo comum e adequado tratamento do bem e da causa pública.
Sabemos que devido a este precioso tempo, há muito que fazer, mais antes é preciso retonar a direção correta do interesse coletivo. A UFOPA, por tratar-se de uma universidade nova, a primeira no interior da Amazônia, precisa de uma nova trilha a ser percorrida a partir de hoje, 18 de novembro de 2013.
Fazendo um contraponto. O que é um oportunismo e continuísmo para situação, é uma possibilidade real de mudança para a chapa Gestão Participativa com Excelência. Não temos ilusão, o trabalho para mudança será difícil, mas com a ajuda de todos, teremos a força para vencermos os desafios.
Agora é preciso que se tenha dimensão mais qualitativa e menos quantitativa, inserindo os conhecimentos já adquiridos, num contexto mais regional e global (Morin, 2013). Os valores defendidos pela chapa Gestão Participativa com Excelência estão representados de forma coletiva por alunos, técnicos, professores-pesquisadores, que com muita dedicação, empenho construíram uma sólida proposta, a partir da experiência em outros centros de excelência e juntamente com o envolvimento geral, estarão aptos a contribuírem na construção de uma nova universidade, com maior sintonia com as demandas dos trabalhadores da educação e da realidade regional que vivemos, isto com a diferença, de que será cada um de nós, os responsáveis pela evolução institucional e coletiva.
A UFOPA vota hoje na "Introdução da visão de que a educação e o conhecimento devem ser avaliados em um sentido mais amplo, em que critérios quantitativos e qualitativos devem ser combinados como parâmetros para a excelência do ensino;" Vota numa reforma da educação de múltiplos aspectos, inseparável da reforma do PENSAMENTO, em que podemos a partir da reforma do modelo acadêmico, incorporar nos conteúdos, as próprias experiências dos Professores e alunos, p.e. os discentes do Parfor, que possuem a experiência de um saber adquirido nas comunidades onde vivem de forma harmoniosa com a natureza e com seus alunos, numa relação comunitária com todos elementos naturais, compondo um rico ambiente em diversidade e perspectivas.
A proposta de mudança é mais ampla. É a garantia de termos um ambiente com infraestrutura
adequada ao ensino, a pesquisa e a extensão com excelência, com nova concepção de gestão, com uma nova relação de trabalho e entre colegas, sob a liderança e carisma de Raimundinha e Anselmo.
Essa visão traz princípios e valores que são balizadores de uma nova via para a universidade e para a vida de todos os que a frequentam e respiram o seu dia a dia, como os seus técnicos administrativos, dando uma maior valorização do ser humano. Esta perspectiva refere-se a uma construção de um Novo Espírito de Universidade.
Isto se refere à política administrativa e de planejamento que coloca o corpo de professores, de funcionários e de alunos como sujeitos importantíssimos dentro de um processo coletivo de construção, sem privilégios de uns em detrimento das condições de trabalho de outros. Todos serão os agentes que operacionalizarão a mudança e o funcionamento de uma nova mentalidade. Apenas as mentes reformadas podem reformar o sistema educacional, mas um sistema educacional reformado poderá formar espíritos reformadores (Morin, op cit).
A gestão administrativa inclui propostas de valorização e flexibilização da carga de trabalho dos servidores; políticas de aprimoramento e desenvolvimento de Ensino, Pesquisa e Extensão; política de valorização e aperfeiçoamento do Corpo Docente e Discente; infraestrutura que garanta saúde integral e qualidade de vida; métodos e processos que garantam áreas e práticas para aulas tanto na sede quanto nos campus do interior.
O voto na mudança garante a descentralização e o estímulo às iniciativas que darão prioridade às vocações sociais e culturais de cada cidade do interior, que são polos de desenvolvimento sustentável, estratégicos para a pesquisa e extensão nos diferentes ecossistemas onde a biodiversidade, incluindo os recursos minerais, é a nossa grande riqueza a ser trilhada, trazendo mais satisfação acadêmica e profissional, sem preconceitos, a partir do diálogo com a sociodiversidade, universalizando as oportunidades.
Para que isto realmente ocorra e a universidade tenha Missão, Valores e Visão de forma objetiva, o apoio para esta construção coletiva, conduzirá a educação com mentalidade capaz de enfrentar os nossos problemas fundamentais sem sermos atropelados pelos mitos de desenvolvimento global, que não respeita as diferenças.
Votar confiante em uma gestão participativa com excelência, certamente criará maior sintonia/identidade com o clamor da comunidade/sociedade para sermos o embrião do Estado do Tapajós, com uma universidade amazônica e brasileira de grande qualidade, unida pelo poder da verdade de integrar todos os valores e capacidades que participarão de um novo processo pautado no respeito e na justiça.
Referência: MORIN, Edgar. A via para o futuro da humanidade/ Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2013. 392 p.
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
* É doutor em Desenvolvimento Sustentável/UnB, ex-coordenador de Extensão do INPA, ex-coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais da UFAM. Hoje, é professor da UFOPA.

Veja a matéria no site de origem