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13/11/2013-DIÁRIO DO TAPAJÓS - Positiva
8 de Junho de 2020 às 21:16
Sebastião Tapajós é Doutor Honorís Causa pela Ufopa
ARITANA AGUIAR
"A música é minha alma, meu porto seguro, minha vida", declarou o violonista Sebastião Tapajós, ao receber na segunda-feira, 11, o título de Doutor Honoris Causa, pela universidade federa! do Oeste do Pará (UFOPA).
O músico é consagrado ao fazer maestrias em seu inseparável violão. Ele consegue tocar uma música, como se fossem dois violões, causando admiração para quem ouve. "Estou muito emocionado, por que é um título além do que eu poderia almejar, e muito feliz", declarou.
Para o reitor da universidade, Seixas Lourenço, conceder o título ao músico é uma honraria excepcional. "A universidade se engrandece ao entregar esse título a uma das pessoas mais extraordinárias, um músico conhecido nacionalmente e internacionalmente. Eu acho que até mais conhecido no exterior. Tive oportunidade de visitar alguns países da Europa, como a Alemanha, e lá ele é um artista consagrado", afirma.
Emocionado e em poucas palavras, Sebastião mostra sua sensibilidade, apesar de ter recebido o mesmo título pela Universidade do Estado do Pará (Uepa), em Belém, ser Doutor Honoris Causa em sua terra natal é algo inexplicável. "Para minha carreira, isso é grandioso, estou feliz e sem palavras", declarou Tapajós.
Durante o discurso, Sebastião falou do valor a música e do amor por Santarém. "Um dia essa terra me viu nascer e aqui descobri a importância construtiva. Aprendi amar a natureza com seus rios, como não existe em nenhum outro lugar, com seus peixes, com seus pássaros e suas lendas".
O músico acrescentou que em Santarém ele descobriu a beleza da arte, e foi onde se apaixonou pela música. "A música é o expoente maior da minha caminhada, amiga inseparável de toda uma vida. Todas as vezes que tocava, onde quer que eu fosse , todas as vezes que eu era aplaudido, era da minha terra que eu lembrava, era meu povo que eu via , era Santarém que eu escutava, pois verdade, daqui nunca sairei", pondera o músico.
A grande felicidade de Sebastião era poder mostrar por onde passou a poesia do seu violão. "O meu violão tem raízes nesse pequeno paraíso cravado no Oeste do Pará. Por isso, sempre dividi com Santarém, do fundo do meu coração, todos os aplausos que recebi. Não costumo falar em palavras, mas com a nota do meu pino, pois sempre encontrei em suas cordas o canal adequado para passar as minhas expressões na linguagem musical", finalizou o músico.
De acordo com o reitor, "esse título mostra a sensibilidade da academia com o mundo da arte e comemora o fato de Santarém ser uma cidade musical".
Segundo Seixas, há mais de um ano que a universidade pretendia entregar esse titulo ao músico, mas tudo dependia de um conselho e avaliação. "Ano passado houve um desejo muito forte de entregar esse título a Sebastião. Fiz uma exposição de motivos, encaminhei ao conselho universitário e foi aprovado por unanimidade", lembrou.
Para quem sonha com a carreira musical e está começando, Sebastião afirma que não deve desanimar. "O músico tem que ser viciado em música. O tempo que ele pode tem que estar com a
música, trabalhando e cultivando, por que Deus te dá o talento. Tem que cultivar a música, é um
sacerdócio", aconselhou.
CARREIRA
O santareno Sebastião Tapajós começou a estudar violão ainda criança, aos nove anos. tendo seu
pai como professor. Em 1964, foi estudar na Europa, onde se formou pelo Conservatório Nacional
de Música de Lisboa, em Portugal. Regressando ao Brasil, recebeu a cadeira de violão clássico do
Conservatório Carlos Gomes, em Belém, onde lecionou até 1967.
O evento que deu impulso decisivo à sua carreira foi a execução da obra-prima de Villa--Lobos, o
Concerto para Violão e Pequena Orquestra, com a Orquestra Sinfônica Nacional no Teatro
Municipal do Rio de Janeiro. A partir daí, seguiram-se vários convites para concertos no Brasil e no
exterior. Hoje. com uma sólida carreira internacional, o violonista e compositor possui mais de 50
discos lançados. SIGNIFICADO
Doutor Honoris Causa c o título máximo que a UFOPA pode conceder a uma pessoa, ele é
destinado a pessoas, personalidades eminentes ou autoridades que tenham prestado relevante
apoio e que tenham contribuído para o progresso da Universidade, do estado, da região ou do
País. ou pela sua atuação em favor das ciências, das letras, das artes ou da cultura. A outorga de
títulos ocorre por decisão do Conselho Universitário em sessões extraordinárias, convocadas com a
finalidade exclusiva de aprovar a concessão da honraria, por meio de votação.