Desculpe, o seu navegador não suporta JavaScript!

Ultima atualização em 8 de Janeiro de 2021 às 14:05

Porto, cidade e universidade podem viver em harmonia?

05/09/2013- O ESTADO DO TAPAJÓS - Ufopa citada

8 de Junho de 2020 às 19:06

Porto, cidade e universidade podem viver em harmonia?

José Carlos Lima


Um tumulto tomou conta da cidade de Santarém, atrapalhando a vida de muitos cidadãos. O motivo, duas carretas, cujos motoristas, depois de deixarem suas cargas no porto, resolveram desviar a rota e transitar cidade adentro, para umas poucas horas de lazer, gerando tumulto no tráfego. Os motoristas merecem o lazer. E Santarém não merece o tumulto.
Histórias como esta, tendem a se repetir com mais frequência, tornando a vida urbana santarena insuportável, se políticas públicas de mobilidade urbana não forem adotadas, concomitante aos leilões para concessão de três novas áreas de cargas no Porto de Santarém. A ampliação do Porto é uma realidade prevista na Resolução Nº 3.021-ANTAQ, publicada em 09 de agosto de 2013, que instaurou o procedimento de consultas públicas, previamente à realização do certame licitatório, com audiência pública realizada em Belém, no último dia 2 de setembro.
Antes de fechar os contratos de concessões, o Governo Federal tem obrigação de duplicar pelo menos trinta e sete quilômetros da Rodovia Santarém-Cuiabá, a BR 163, do Porto até a entrada de Belterra. O Porto de Santarém é o ponto final dessa importante Rodovia, cuja extensão abrange totalmente áreas urbanizadas. Os motoristas e as carretas não podem sair das rotas e nem circular pela cidade, sob pena de provocar transtornos aos cidadãos, custo que as empresas exportadora não querem suportar.
Hoje, a área portuária de Santarém recebe 300 caminhões/mês. Com a ampliação das novas áreas a serem licitadas, 400 caminhões/dia chegarão na safra dos grãos, com tendência de crescimento até 2000 carretas/dias.


As novas áreas a serem licitadas para o Porto de Santarém enfrentarão outras restrições. Os licitantes devem saber que as áreas escolhidas, além de apresentar problemas ambientais, encontram-se em imóvel que servirá para ampliação do campus da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA).


A regra do desenvolvimento sustentável preconizado na Constituição de 1988, é internalizar as externalidades. É bom Santarém colaborar para escoar os grãos do Centro Oeste, ajudar o Brasil com as exportações desafogando os portos do sul e aumentando o saldo da balança comercial brasileira. Mas a população não pode, sozinha, suportar o custo ambiental desses projetos, sacrificando o seu direito à mobilidade urbana.

 

Veja a matéria no site de origem