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16/10/2013 - DIÁRIO DO TAPAJÓS - Positiva
8 de Junho de 2020 às 19:09
Santarém sedia XVII Simpósio Brasileiro de Óleos Essenciais
Atividade é lucrativa e sustentável, porém restrita por leis ambientais
RAPHACL RIBEIRO
Pela primeira vez o Simçósio Brasileiro de Oleos Essenciais será realizado na Amazônia e em Santarém. Em sua sétima edição, o evento tem como tema, "Ciência, tecnologia e inovação na Amazônia". Espera-se a presença de mais de 300 inscritos entre profissionais, pesquisadores e representantes de empresas de todo o Brasil.
A região Oeste do Pará tem um forte potencial para a produção de óleos que podem ser utilizados por diversos tipos de indústria como alimentícia, de cosméticos, perfumaria e medicinal. Existe uma variedade de mais de 1000 espécies de plantas que podem ser comercializadas, e que tem valor significativo no mercado nacional e internacional.
Outros produtos como a andiroba, castanha-do-pará, açaí e priprioca fazem parte da biodiversidade amazônica e de acordo com o professor Lauro Barata, coordenador do simpósio, essas plantas podem ser cultivadas por comunitários e juntamente com plantações de produtos alimentícios como frutas e verduras.
É uma atividade sustentável, porém com alguns entraves impostos por leis consideradas burocráticas, que inibem o interesse pela atividade, "Isso iremos discutir no evento com convidados e representantes de instituições ambientais, para que essas leis que restringem a atividade comecem a ser revistas", comenta o Lauro Barata que é Ph.D. em química natural. Para o produtor iniciar a atividade precisa ter uma autorização do Ibama, que nem sempre é expedida.
O Brasil é o quarto produtor em óleos essenciais, 92% dos óleos são cítricos, de baixo valor no mercada O pau-rosa, que se encontra em extinção é o mais demandado pelas empresas de perfumaria nacional e mundial.
A demanda por esses produtos é altíssima. O Brasil é o primeiro produtor em perfumaria e o terceiro em cosmética. Existem mais de 2 mil empresas da área no país,
nenhuma no Estado do Pará.
Além das restrições, a questão da qualidade na manipulação desses produtos também não satisfaz os compradores das empresas, por isso o tema do simpósio se refere à ciência e tecnologia, dois pontos que estão faltando para que o setor se desenvolva consideravelmente na região. "O problema de qualidade é muito sério, já tivemos casos recentes de prejuízos, de produtos serem recusados por países europeus", conta Barata.
Programação
A cerimônia de abertura do simpósio foi na tèrça-feira, 15, e o evento segue com palestras, minicursos, seminários sobre todas as áreas que estão diretamente ligadas a produção oleaginosa. Além de profissionais, participarão do simpósio também estudantes de diversos cursos de universidades da região Oeste.
Quem promove o simpósio é a Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) em parceria com o
Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Química, Biológicas e Agrícolas (CPQ-BA) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).