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22/08/2014 - O Estado do Tapajós - Positiva
22 de Junho de 2020 às 15:55
Silvia Vieira, Repórter de O Estado do Tapajós - 22/08/2014
Pesca de pirarucu no interior do Amazonas -
Embora estudo realizado por pesquisadores da Faculdade de Recursos Naturais e Meio Ambiente da Virginia Tech, nos Estados Unidos, mostre que em algumas comunidades do interior do Pará, inclusive próximas ao município de Santarém, não tenham mais pirarucu, e que o peixe esteja sendo capturado em larga escala onde é encontrado em tamanho juvenil e adulto, o professor e pesquisador do ICTA, da UFOPA (Universidade Federal do Oeste do Pará) Tony Braga, afirma que não há risco iminente de extinção do pirarucu no estado do Pará.
“O que a pesquisa publicada no periódico Aquatic Conservation: Freshwater and Marine Ecosystems, mostra a partir de relatos de pescadores experientes, dessa região, é que durante muito tempo existia pirarucu espalhado em diversos lagos e nos rios de água branca. Só que existe uma demanda. O pirarucu é um peixe que as pessoas gostam e que quando o pescador captura o retorno financeiro é garantido porque tem uma grande quantidade de carne e o valor comercial é significativo em relação a outras espécies. Em consequência dessa demanda, em alguns locais a quantidade desse peixe foi diminuindo e em outros já desapareceu. É isso que fala a pesquisa. Não se trata de perigo iminente de extinção da espécie como muitos imaginam. Agora, é lógico que é preciso monitorar essa pesca para que seja respeitado o período de reprodução, por exemplo”, observou.
Segundo Tony Braga, os pesquisadores da Faculdade da Virginia fazem um comparativo mostrando que em comunidades onde é feito o trabalho de manejo, a população de pirarucus se mantém, porque há um respeito às regras que regulamentam esse tipo de atividade. Os pesquisadores, inclusive recomendam que a prática do manejo seja intensifica nas regiões de várzea do município de Santarém e entorno, permitindo assim um maior controle sobre a pesca do pirarucu que é protegido pelo Defeso no período de 1º de dezembro a 31 de maio, nos rios amazônicos.
“Os mapas originais da pesquisa mostram que em algumas áreas há pirarucus juvenis, em outras há pirarucus adultos e em poucas comunidades o peixe não é mais encontrado. Mas não se trata de extinção e nem de um risco estabelecido”, enfatizou Tony Braga que está acaba de finalizar uma pesquisa sobre consumo e comercialização de pirarucu, que será apresentada à UFOPA no próximo mês de setembro.
O pirarucu é a maior espécie nos rios da Amazônia, podendo pesar até 200 quilos e alcançar 3 metros de comprimento. Por seu tamanho avantajado, o peixe acaba sendo capturado pelas redes usadas para pescar outras espécies. Muitas vezes o pescador nem está à procura do pirarucu, mas ele cai na rede e acaba morrendo. O pescador não vai deixar o peixe estragar, então aproveita a carne para ganhar um dinheiro a mais.