Ultima atualização em 25 de Julho de 2020 às 23:34
09/12/2014 - G1 Santarém - Positiva
22 de Junho de 2020 às 16:21
Indígenas protestam após justiça declarar tribo inexistente em Santarém
Manifestantes queimaram a sentença divulgada no dia 3 de dezembro.
Ato começou na Praça dos Três Poderes e seguiu até a sede da justiça.
Do G1 Santarém
Indígenas queimaram sentença na sede da justiça federal (Foto: Reprodução/TV Tapajós)
Um ato público em protesto a decisão da justiça federal que declarou inexistente a tribo Maró na Gleba Nova Olinda, foi realizado na manhã desta terça-feira (9), em Santarém, oeste do Pará. Em sinal de repúdio e pacificamente, os manifestantes queimaram a sentença divulgada no dia 3 de dezembro.
No documento de 106 laudas, o juiz federal Airton Portela, da 2ª Vara da subseção do município concluiu que a área que abrange a terra supostamente habitada pela tribo Borari-Arapium, é formada por populações tradicionais ribeirinhas, e não por índios.
A manifestação iniciou na Praça dos Três Poderes e seguiu em caminhada até a sede da justiça federal em Santarém. Com faixas, cartazes e com os corpos pintados com frases como: “Eu existo”, que manifestam a indignação contra a decisão, os indígenas afirmam que só querem preservar as suas terras. “Queremos mostrar o quanto ele feriu a constituição federal, o quanto ele pisou na constituição federal, (...) Hoje a Gleba Nova Olinda é uma área de atuação de empresas madeireiras, e está saindo muita madeira lá de dentro, e além dessa decisão, desse enfrentamento que temos com os madeireiros, também estamos enfrentando agora este juiz, por ter tomado essa decisão negativa e preconceituosa contra os povos indígenas”, defendeu o cacique Borari, Odair Borari.
saiba mais
juiz sustentou na sentença que antropólogos e organizações não-governamentais induziram parte das populações tradicionais da área a pedir o reconhecimento formal de que pertenceriam a grupos indígenas. Diante desta declaração, acadêmicos e professores do curso de Antropologia da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) se uniram aos indígenas em sinal de repúdio.
A equipe de reportagem da TV Tapajós tentou conversar com o juiz que concluiu a sentença judicial, mas ele não está na cidade. O diretor da vara responsável pelo processo, disse que os indígenas seriam recebidos e adiantou que o órgão respeita a manifestação, desde que seja pacífica. Os representantes indígenas tem o prazo de até 30 dias para recorrer da decisão.
Protesto de indígenas ocorreu na manhã desta terça-feira (Foto: Reprodução/TV Tapajós)