Criado em 16 de Outubro de 2020 às 14:08
4/12/2015 - G1 Santarém e Região - Positiva
16 de Outubro de 2020 às 14:08
Estudantes montam carro com fibras da Amazônia para evento nacional
Característica principal é trafegar em terrenos irregulares.
Universitários da Ufopa em Santarém participam pela primeira vez.
Do G1 Santarém, com informações da TV Tapajós
Um grupo de universitários, sob a coordenação do mestre em engenharia de materiais, Thiago Moreira está utilizando fibras naturais da Amazônia para construir a carenagem de um veículo off-road. A finalidade é participar de uma competição nacional, que acontece no interior de São Paulo, em março de 2016. O carro deverá trafegar em terrenos irregulares. (Veja o vídeo acima).
O veículo é construído pelos próprios alunos do curso interdisciplinar em Ciência e Tecnologia do Instituto de Engenharia e Geociências (IEG) da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA). A equipe é composta por sete alunos. Há um ano os estudantes estão na construção do carro, que começou com o projeto virtual. A parte de montagem física iniciou no mês de outubro de 2015.
A proposta principal do veículo é ter um ótimo desempenho na estrada, em ambientes com obstáculos, como pedras e areias. Além de conseguir capotar com segurança com o piloto dentro.
O estudante José Adebraldo explica que foi aplicado o conhecimento da engenharia. "Tanto na suspensão, quanto na parte da transmissão, aonde precisamos fazer cálculos, projetar no computador, fazer simulações”.
Está previsto que o carro atinja até 60km/h e deve ser concluído no fim do mês de dezembro para testes.
Moreira informou que a princípio vai ser utilizada fibra de curauá, abundante na região amazônica. “A região de Lago Grande possui destaque em sua produção. De acordo com pesquisas é a fibra vegetal de maior resistência mecânica do mundo”, assegurou.
A equipe está em fase de estudo para fazer a carenagem em um sistema híbrido de fibra de curauá, açaí e/ou juta. As fibras naturais são provenientes de fontes renováveis, são biodegradáveis e tem baixa densidade (mais leves) em relação as fibras sintéticas (fibra de carbono, vidro, entre outros).
Dificuldades para execução
Professor Moreira explicou quais as dificuldades para execução do projeto. “É a estrutura, a aquisição de recursos, porque não é um projeto barato, precisamos de patrocinadores, os custos são altos e a distância dos grandes centros para aquisição de algumas peças”.
Montagem iniciou no mês de outubro
(Foto: Reprodução/ TV Tapajós)
Baja Sae Brasil
O carro se chamará Minibaja, em referência a competição que se chama Baja Sae Brasil. A disputa iniciou em 1976 na Califórnia, Estados Unidos. No Brasil, a competição de 2016 deve contar com 70 equipes.
É a primeira vez que a Ufopa participa dessa disputa. Na região Norte, somente quatro equipes já participaram, mas todas de capitais de estado.
Avaliação na competição
Na competição o protótipo de veículo será avaliado como uma proposta de produto a ser vendido no mercado, segundo o coordenador do projeto. Por isso o uso de fibras naturais conta pontuação. Além disso, o carro será avaliado com relação ao projeto, segurança/conforto, velocidade, tração, suspensão, qualidade e resistência estrutural. “A última prova da competição consiste em um Enduro de resistência com duração de 3h, com a finalidade de avaliar a resistência a falhas do protótipo”.
Link: http://g1.globo.com/pa/santarem-regiao/noticia/2015/12/estudantes-montam-carro-com-fibras-da-amazonia-para-evento-nacional.html