Ultima atualização em 5 de Junho de 2020 às 22:08
25/2/2015-Gazeta de Santarém-Positiva
5 de Junho de 2020 às 22:08
BELTERRA – Um acordo de cooperação técnica entre Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), Universidade de Brasília (UNB) e Instituto de Estudos Integrados Cidadão da Amazônia (INEA), viabilizou que os comunitários que extraem o látex dos seringais da comunidade Jamaraquá, unidade na Floresta Nacional do Tapajós, em Belterra, façam o beneficiamento da matéria-prima para a produção de tecidos emborrachados e outros produtos ecológicos, que aumentaram a renda das famílias que vivem da atividade extrativista.
Para que a comunidade produzisse o tecido emborrachado de forma sustentável, agregando valor tanto ao látex extraído pelos seringueiros quanto ao artesanato produzido pelas mulheres da comunidade, a realização do inventário dos seringais era fundamental, comenta o engenheiro florestal João Ricardo Gama, professor da Ufopa que participa do projeto.
“Nós fizemos o inventário florestal dos seringais localizados na Serra, Quintal e Igapó, com a finalidade de analisar parâmetros silviculturais e quantificar o potencial de produção de látex; para isso mensuramos as árvores e acompanhamos a coleta do látex na época de produção (janeiro a agosto), verificamos que os seringais da comunidade têm capacidade para produzir 2,6 toneladas de látex por ano, todo esse estudo foi fundamental, pois os comunitários não tinham noção da capacidade produtiva de látex dos seringais, e por isso não conseguiam dimensionar o potencial de fabricação de borracha da comunidade”, explica.
“Com a parceria e a tecnologia, melhorou a nossa sobrevivência, nossa qualidade de vida, porque antes nós trabalhávamos com a borracha bruta (cernambi), e ela não tinha muito mercado, o preço era muito baixo, R$1,20 o quilo. Agora com as mantas de borracha, chamadas de folhas semiartefato (FSA) e folha defumada líquida (FDL), o quilo é vendido por R$16,00, e começamos a fabricar o tecido emborrachado que será vendido por R$80,00 o metro quadrado”, conta Pedro Pantoja, o seu Pedrinho, seringueiro da Jamaraquá.
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