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Criado em 25 de Setembro de 2020 às 17:03

Ufopa e USP estudam tipo grave de toxoplasmose na Amazônia

02/03/2015 - G1 Santarém e Região-Positiva

25 de Setembro de 2020 às 17:03

02/03/2015 07h32 - Atualizado em 02/03/2015 08h14

Ufopa e USP estudam tipo grave de toxoplasmose na Amazônia  Pesquisa é feita a partir de amostras coletadas na região oeste do PA.
Suspeita é que forma mais grave tenha origem de um ciclo silvestre.

Do G1 Santarém


Pesquisador Antônio Minervino (Foto: Reprodução/TV Tapajós)
Segundo Minervino, na Amazônia há casos de morte
por causa da toxoplasmose
(Foto: Reprodução/TV Tapajós)
Pesquisadores estão estudando o motivo de a doença toxoplasmose poder desenvolver uma forma mais grave na Amazônia. O estudo está sendo realizado há dois anos e várias análises estão sendo feitas a partir de amostras coletadas em cidades do oeste do Pará.

A toxoplasmose é  uma doença que pode ser adquirida pela ingestão de alimentos e o contato com as fezes de gatos contaminados pelo parasita toxoplasma gondii.

De acordo com o pesquisador Antônio Minervino, na Amazônia a doença tem apresentado sintomas diferentes, por isso decidiu iniciar um estudo para entender porque nessa região o toxoplasma gondii é mais grave no ser humano se comparado com as outras regiões do Brasil. “O que acontece é que o toxoplasma gondii, que causa a toxoplasmose, geralmente não causa a doença. A pessoa se contamina, mas não sabe que se contaminou, não tem sintomas e quando tem sintomas são muito brandos e a pessoa acha que é uma gripe, uma dor, não acontece nada. Mas na Amazônia temos casos clínicos de a pessoa estar ficando muito doente, casos de internamento e até mesmo de morte por causa da toxoplasmose”, conta o pesquisador.

Minervino acredita que essa forma mais grave da doença tenha origem de um ciclo silvestre. “O que a gente suspeita é que essa toxoplasmose, que causa sintomatologia clínica no ser humano, vem de um ciclo silvestre. Os principais estudos relatam que o ser humano ao adentrar em área de floresta, áreas inabitadas e que consumam carne de animais silvestres, principalmente carne mal assada eles vãos se contaminar com essa outra variante de toxoplasma que não é essa variante que temos na cidade”, aponta.

A médica veterinária Sâmia Castro ressalta que as pessoas só vão se contaminar com a toxoplasmose se tiverem contato com as fezes de um animal doente . “O gato para transmitir a toxoplasmose tem que ser doente. A pessoa vai [se contaminar se] ter contato com as fezes, ou seja, se ingerir as fezes ou devido a falta de higiene pega no gato, faz carinho e na mão acaba vindo fezes, e a pessoa não lava as maõs e leva à boca”, explica a veterinária.

cerimonialista Vera Navarro  (Foto: Reprodução/TV Tapajós)
Vera Navarro tem três gatos em casa
(Foto: Reprodução/TV Tapajós)
A cerimonialista Vera Navarro tem três gatos em casa e eles são a paixão de Ana, de 3 anos, que ama brincar com os felinos. “Geralmente quando a gente tem gato perguntam ‘mas vocês não têm medo da doença?’, principalmente a toxoplasmose. A  gente tem uma higiene e eles frequentam o veterinário uma vez por mês. A gente tem essa informação que a higiene é dos principais cuidados que a gente tem que ter para que todo animal tenha uma boa saúde. Acredito que tendo cuidado com a alimentação, com a água, o lugar onde eles vão fazer as necessidades deles, o convívio com eles será normal”, conclui Vera.

Sintomas da toxoplasmose
A contaminação da toxoplasmose ocorre pela ingestão de fezes de gatos infectados, consumo de carne crua ou mal cozida (de porco, carneiro ou vaca) que contenha cistos e pela placenta, na gestação.

Os sintomas da doença, que na maioria dos casos não se manifestam, incluem febre, cansaço, mal estar e gânglios inflamados.

O período de incubação da toxoplasmose vai de 10 a 23 dias quando a causa é a ingestão de carne; e de 5 a 20 dias quando o motivo é o contato com cistos de fezes de gatos. A doença não é transmitida de uma pessoa para outra, exceto na gravidez.

Link: http://g1.globo.com/pa/santarem-regiao/noticia/2015/03/estudo-verifica-tipo-mais-grave-de-toxoplasmose-na-amazonia.html