Ultima atualização em 22 de Julho de 2020 às 21:49
28/07/2016 - G1 Santarém-PA - Ufopa sendo citada
22 de Junho de 2020 às 16:59
Professor explica causas de vendaval que atingiu zona rural de Santarém
Fenômeno atingiu comunidade São José na tarde de quarta-feira.
Segundo professor da Ufopa, ventos podem ter alcançado média de 80km/h.
Adonias SilvaDo G1 Santarém
Mesmo a previsão do tempo apontando muitos dias de sol neste mês de julho em Santarém, no oeste do Pará, na região pode ocorrer a formação de nuvens carregadas de ar, água, e acompanhadas de ventos intensos, segundo informou professor de física da atmosfera, João Feitosa, da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA). O G1 buscou explicações sobre a mudança climática, depois que um vendaval atingiu o município, mais precisamente na comunidade São José, que fica às margens da BR-163, zona rural na tarde de quarta-feira (27). (Veja fotos dos estragos)
Professor de física da atmosfera, João Feitosa
(Foto: Geovane Brito/G1)
O vendaval derrubou tetos de casas e de postos de combustíveis e arrancou árvores. Segundo Feitosa, o fenômeno teve ação imediata, com duração de dois a três minutos. Apesar dos estragos, os ventos não foram tão fortes como ocorre em outras regiões do país. O especialista informou que os ventos se formaram na própria região, nas proximidades da BR-163. O fenômeno é inevitável e ocorre quando há formação do tipo de nuvem, conhecida como “Cumulonimbus”, que é uma nuvem que traz rajadas de ventos de alta velocidade.
Isso ocorre quando há uma quantidade de calor muito forte na superfície. O ar sobe e ocorre a formação de nuvens carregadas, causando pancadas de chuvas intensas e com rajadas de vento. Em Santarém, não há um aparelho que possa medir a velocidade dos ventos. A estimativa é de o vendaval que atingiu a comunidade de São José tenha alcançado a média de 80 km/h.
Dois funcionários estavam no posto no momento do vendaval e sairam ilesos (Foto: Weldon Luciano/G1)
Ainda conforme o professor, geralmente o fenômeno ocorre quando se tem a passagem das estações na região, do período chuvoso para o período seco, ou vice-versa. “Isso são consequências de um aquecimento muito forte da superfície. Isso pode voltar a ocorrer, não é comum acontecer um em seguida do outro, mas pode voltar por conta do aquecimento da superfície e da formação das nuvens. É um evento muito pontual, não tão raro de acontecer, pode voltar a ocorrer de novo”, explica.
A formação de nuvens ocorre em áreas isoladas e pode afetar apenas parte de uma região. Nas áreas descampadas, por exemplo, é mais comum acontecer a formação das nuvens por conta do aquecimento. Na zona urbana, é provável que ocorra em cidades onde há problemas geográficos, ou seja, na superfície do solo. A posição de prédios e casas acelera e potencializa a formação de nuvens.
(Veja no vídeo abaixo a ventania que atingiu o São José na tarde de quarta)
