Ultima atualização em 22 de Julho de 2020 às 21:54
08/09/2016 - G1 Santarém-Pa - Positiva
22 de Junho de 2020 às 17:15
Pesquisa comprova eficácia do óleo de copaíba no tratamento da malária
Planta utilizada por populações tradicionais foi testada em camundongos.
Estudo foi realizado por pesquisadores da Ufopa, em Santarém.
Ana Carolina MaiaDo G1 Santarém
Pesquisadora testou óleo-resina da copaíba da
Flona do Tapajós (Foto: Reprodução/TV Tapajós)
Professores e estudantes da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), em Santarém realizaram uma pesquisa que avaliou o potencial terapêutico das substâncias existentes no óleo-resina de copaíba, planta nativa da Amazônia, utilizada pelas populações locais como medicamento, e obteve resultados promissores no tratamento da malária.
A malária é uma doença tropical, transmitida pelos parasitas do gênero Plasmodium, e com alta incidência no Brasil, principalmente na região Amazônica. A infecção pelo plasmódio pode seguir dois cursos clínicos de evolução. Na forma simples, o paciente apresenta um quadro clínico clássico de febre cíclica, seguido de intenso calafrio e suor profundo, náuseas, vômito, palidez e debilidade física,
O estudo, que é fruto da dissertação de mestrado de Giovanna de Souza, ex-aluna do Programa de Pós-Graduação em Biociências da Ufopa, comprovou a eficácia do óleo-resina da copaíba em testes realizados com camundongos infectados pelo parasita Plasmodium. As análises mostraram que a copaíba foi capaz de reduzir a quantidade de parasitas no sangue dos animais infectados.
A pesquisadora testou o óleo-resina da copaíba, da Floresta Naconal do Tapajós (Flona). “Concluímos que o tratamento é capaz de melhorar assim a atividade antimalárica no organismo das cobaias testados", afirma Giovana de Souza autora da dissertação.
Trabalhos realizados anteriormente por diversos pesquisadores apontaram as propriedades medicinais anti-inflamatórias, anestésicas, antimicrobianas e antiparasitária da copaíba. "Por atingir regiões pobres, a malária está no grupo de doenças que não são prioritárias para indústria farmacêutica. O papel da academia é realizar pesquisas que beneficiem toda a comunidade”, explica o diretor do Instituto de Saúde Coletiva (Isco), Waldiney Moraes.
No Brasil, as copaibeiras são encontradas principalmente na região Amazônica. As árvores de copaíba podem chegar até 40 metros de altura. A partir dos 5 anos de idade, elas começam a florir e a frutificar.Seu tempo de vida está estimado em 400 anos.