Em entrevista à Tv Tapajós, a delegada Géssica Araruna disse que Hilderley contou que no dia 23 de agosto, teve uma discussão com a mulher, mas que estava perturbado com outros problemas. E que tinha um revólver em casa para se proteger da ação de criminosos, por já ter sido vítima de vários roubos, mas nunca precisou utilizá-la.
“O investigado foi ouvido esta semana e a versão dele é que o disparo aconteceu de forma acidental quando ele tentava sair de casa após uma briga com a companheira. Nesse dia específico, ele disse que estava passando por problemas emocionais relacionados às filhas que ele tem com outras mulheres, que ele estava bem conturbado, pensando em fazer besteira com a própria vida. Disse que não houve nenhuma briga ferrenha entre ele e a companheira. Então, ele pegou o revólver que estava no quarto e resolveu sair. Aí, ela teria tentado pegar essa arma da mão dele. No momento em que ele puxou para evitar que ela pegasse houve o disparo”, relatou a delegada.
Ainda segundo a delegada Géssica, a versão de Poliana sobre os fatos é diferente da que foi contada por Hilderley. “A gente conversou brevemente com a vítima, tendo em vista que ela está hospitalizada ainda. O disparo atingiu a região do olho direito, não foi grave, graças a Deus. Considerando as circunstâncias, ela está muito bem. O que ela fala é que ele apontou a arma pra ela e tentou fazer dois disparos, mas somente no terceiro é que efetivamente concluiu e a atingiu. A gente imagina que uma pessoa que aponta uma arma para outra não está de brincadeira”, disse.
Além da vítima e do suspeito, a delegada também ouviu uma vizinha do casal, que foi quem prestou socorro à Poliana, porém, ela não presenciou o fato. Também foi ouvido o irmão da vítima, que alega que tem conhecimento de que o relacionamento de Poliana e Hilderley era conturbado por questões de ciúmes.
Géssica Araruna disse que Hilderley tem colaborado com as investigações prestando as informações necessárias. “Hoje ele estava prestando mais um depoimento para informações complementares. Ele vai ser recolhido diante do mandado de prisão preventiva e vai passar por audiência de custódia, onde a justiça vai decidir se mantém a prisão ou se ele responderá em liberdade”, ressaltou.
Violência contra a mulher
Segundo dados da Deam, somente no mês de agosto foram registrados 179 boletins de ocorrências relacionados à violência doméstica. Em 95% dos casos, houve necessidade de solicitação de medidas protetivas.
Em agosto, a Deam abriu 72 inquéritos, fez 19 prisões em flagrante e registrou dois casos de tentativa de feminicídio. O mais recente foi o caso que teve como vítima a servidora da Ufopa, Poliana Stabenow.
*Colaborou Débora Rodrigues/Tv Tapajós