Ultima atualização em 3 de Fevereiro de 2020 às 13:58
18/6/2018-G1 Santarém e Região-Neutra
3 de Fevereiro de 2020 às 13:58
Indígenas e quilombolas protestam na Ufopa contra corte de bolsa permanência
Sem garantia do aumento de vagas para os calouros de 2019, os alunos matriculados fazem atos nas unidades de Santarém.
Manifestação de estudantes indígenas e quilombolas na Unidade Rondon, da Ufopa, em Santarém — Foto: Karo Munduruku/Arquivo pessoal
Indígenas e quilombolas matriculados na Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), ocuparam a Unidade Rondon, em Santarém, no oeste paraense, na manhã deste segunda-feira (18) para protestar contra a redução de vagas no Programa Bolsa Permanência, anunciada pelo governo federal no início de junho.
Segundo um dos manifestantes, Karo Munduruku, hoje começa a nível nacional o ato em favor da ‘permanência já’. Em Santarém, a manifestação mobiliza não só estudantes, como também professores que são sensíveis à causa.
“Aqui a gente se organizou e conseguiu o apoio de professores para fazer essa mobilização. Existe um decreto que autoriza o MEC a conceder a bolsa permanência a estudantes universitário indígenas e quilombolas, que hoje é de R$ 900. Como na semana passada o governo anunciou o corte desse auxílio, o movimento nacional indígena e quilombola se mobilizou. Cada universidade conseguiu enviar um representante a Brasília para reunir com o ministro e negociar”, relatou.
Ainda de acordo com Karo Munduruku, já houve um recuo do governo federal que reabriu o cadastro de indígenas e quilombolas para 2018, mas isso não garante que em 2019, eles terão acesso a esse auxílio. “A Bolsa Permanência de R$ 900 é a oportunidade que muitos estudantes têm para custear seus estudos, sejam alunos que moram no estado do Pará ou então são de outros estados.
O movimento que conta com estudantes de 17 povos indígenas e diversas comunidades quilombolas de Santarém e região, também aproveita o ato para cobrar da administração superior da Ufopa, pautas como a entrada de indígenas pelo processo seletivo e progressão para pós graduação. “Nós vamos para o campus Tapajós, vamos fazer ritual, cantar e construir uma carta com as demandas para de mais de 17 povos e comunidades quilombolas que hoje têm estudantes na universidade”, disse Karo Munduruku.