O relatório do estudo técnico foi apresentado a membros dos conselhos de pesca ligados à Colônia de Pescadores Z-20, na manhã desta terça-feira (15), em Santarém, oeste do Pará.
Segundo a professora Isaura Costa, que participou da coordenação dos estudos, o EIA não atende o que o termo de referência emitido pela Semas (Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade) propõe. “Ele possui muitas fragilidades metodológicas que precisam ser revistas para que nós possamos mensurar os impactos do empreendimento. Nessa análise, não levamos em consideração o mérito do empreendimento. A gente sabe que tem uma importância para a economia. A maior preocupação é com a forma como ele vai ser implantado e a grandiosidade da área de impacto ambiental. Esses são os aspectos que o EIA precisa considerar”, pontuou.
De acordo com a professora Daniele Wagner, do IBEF, que também participou dos estudos, ressaltou que o EIA como está feito, não possibilita apontar os reais impactos e quais seriam as medidas para diminuir os impactos causados pela construção de um porto de grãos no Maicá.
Daniele Wagner disse que as fragilidades do EIA vão desde explicar o local da implantação do porto porque o empreendimento não pode ser analisado só pelo porto em si. “Para o porto funcionar vai demandar abertura de estrada, construção de pátio regulador de carretas. O porto só vai funcionar junto com outras infraestruturas que vão possibilitar que a produção de grãos chegue até ele. Sentimos falta também de um estudo mais aprofundado sobre a reprodução dos peixes”, frisou.
Reprodução de peixes no lago