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Ultima atualização em 29 de Janeiro de 2020 às 17:50

Municípios do Baixo Amazonas se destacam no uso de biotecnologias na pecuária bovina

G1 Santarém e Região-Positiva

29 de Janeiro de 2020 às 17:50

g1.globo.com

Municípios do Baixo Amazonas se destacam no uso de biotecnologias na pecuária bovina

Estudo realizado pelo Grupo de Sanidade e Reprodução Animal, que reúne professores do curso de Zootecnia da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), mostra que os municípios de Santarém, Monte Alegre e Alenquer vêm se destacando na utilização de biotecnologias reprodutivas na pecuária bovina

Segundo o professor Kedson Neves, doutor em Reprodução Animal, os acadêmicos que se interessam por essa área animal, quando retornam para os seus municípios, têm sido difusores de tecnologia no campo, e isso está melhorando a região como um todo.

O grupo de sanidade animal quer a partir de seus pesquisas, incentivar o uso de biotecnologias reprodutivas em Santarém, bem como no município de Monte Alegre que possui o maior rebanho do Baixo Amazonas, seguido de Alenquer.

“Todos estão utilizando biotecnologias, ainda em escala pequena. Nós queremos ampliar esse uso. É isso que a Universidade vem fazendo, junto com os veterinários de campo, agrônomos e zootecnistas, parceiros que nos apoiam, passando informações e recebendo qualificação pela Universidade. Esses parceiros têm sido pontas de lança nos municípios, levado essa informação e divulgado bastante. A gente espera que, em um breve intervalo de tempo, a pecuária na região tenha uma outra cara”, declarou Kedson Neves.

O professor ressalta que a inseminação artificial possibilita hoje a utilização de touros que, comprovadamente, produzirão descendentes mais eficientes e precoces, ou seja, machos que irão para o abate mais cedo e fêmeas que também vão ficar prenhes mais cedo.

Na Amazônia, a média de ocupação é de 1,06 cabeça de animal por hectare. O desafio dos pesquisadores e produtores rurais é dobrar essa quantidade para duas cabeças por hectare. “Posso diminuir a área de pastagem pela metade e ceder para a agricultura e o reflorestamento”, afirma Neves.

A média nacional hoje para o abate está em torno de 40 a 46 meses. Segundo o professor, os produtos das inseminações têm condições de ir para o abate com 24 meses, porque são animais melhorados geneticamente. “Com a inseminação posso utilizar sêmen de outras raças mais produtivas, como a Angus, para dar o choque genético”.

Além da inseminação artificial, outros experimentos de campo estão sendo realizados pelos professores da Ufopa. A professora Lana Lima Silva, que coordena o curso de Zootecnia, está avaliando a puberdade em tourinhos Nelore através da ultrassonografia Doppler, para identificar mais precocemente a puberdade desses tourinhos. O estudo tem por objetivo identificar os animais que produzem sêmen mais precocemente e coletar esse material para difundir na região, possibilitando avanço genético importante no rebanho regional.

Outra pesquisa coordenada pelo professor Neves visa a identificar as condições necessárias para se produzir uma prenhez em novilhas de 14 meses. “A média nacional de prenhez se dá em torno de 24 a 36 meses. Queremos antecipar esse período e, para isso, estamos avaliando o diâmetro de útero e o ovário, e testando alguns protocolos. Agora em maio vai ocorrer a inseminação dessas fêmeas e, em breve, teremos alguns resultados com relação a isso”, frisou.

A pesquisa inclui ainda a pesagem das matrizes antes de elas parirem, no parto (pesa a matriz e o bezerro) e a cada 30 dias. "Queremos ver a curva de perda de peso para identificar quando a vaca começa a se recuperar para poder emprenhar novamente”, esclarece o pesquisador.

 

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