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Criado em 29 de Janeiro de 2020 às 17:49

Ufopa promove o lançamento do filme-documentário “Ex-Pajé” em Santarém

23/5/2018-O Impacto-Positiva

29 de Janeiro de 2020 às 17:49

Duas sessões ocorrerão nesta quarta-feira, 30/05, às 15h e às 18h30min no Auditório Wilson Fonseca da Ufopa – Unidade Rondon, com entrada franca

O Grupo de Consciência Indígena – GCI e a Universidade Federal do oeste do Pará – Ufopa, por meio e o Programa de Antropologia e Arqueologia – PAA, em parceria com o Projeto Iurupari – Grupo de Teatro, o Cerimonial da Ufopa e a Pró-Reitoria da Cultura, Comunidade e Extensão – Procce, promovem o lançamento do filme-documentário “EX-PAJÉ (EX-SHAMAN)” do diretor Luiz Bolognesi, em formato de Cine Debate nesta quarta, 30 de maio, em duas sessões, uma as 15h e outra as 18h30min, no Auditório Wilson Fonseca da Unidade Rondon da Ufopa, Campus de Santarém, seguidas de roda de conversas. As seções são abertas e gratuitas aos interessados em prestigiar o filme e participar da roda de debates. A inscrição poderá será feita com 30 minutos de antecedência, no dia e local, dos horários previstos, pois haverá certificação de 4 horas aos participantes.

Este evento se inclui nas comemorações pelos 20 anos do falecimento do Pajé Laurelino da Cruz (povo Munduruku, a aldeia Takaura), que foi fundamental para a resistencia e reorganização dos povos do baixo rio Tapajós.

“Em 1 hora e 21 minutos o documentário Ex-pajé, dirigido por Luiz Bolognesi, consegue fazer uma espécie de história dos pajés frente ao cristianismo e à colonização. E faz isso muito bem, sem cansar o espectador, com uma bela fotografia e enredo que prende a atenção”, diz o professor doutor Florêncio Almeida Vaz, em crítica ao filme.

Ataques a templos religiosos, contra o candomblé, linchamento de mulheres acusadas de bruxaria, e agressões a pajés, homens e mulheres, tem sido crescente nos últimos anos deste Brasil que retrocede às trevas da Idade Média. “uma nova Inquisição”, como declarou Bolognesi em entrevista recente.

RODA DE CONVERSA

A exibição e lançamento do Filme-Documentário “Ex-Pajé” promoverá uma prazerosa roda de conversa, entre lideranças indígenas, previamente convidadas pela organização do evento, com os espectadores em geral, para aguçar ainda mais a temática exibida. Dentre os convidados teremos a presença de Paulinho Borari, Roque Waiwai, Fábiana Almeida Borari, Edicley Munduruku (neto do Pajé Laurelino de Takuara), e dos Professores Florêncio Vaz, Miguel Aparício e Helena Schiel.

SINOPSE DO FILME-DOCUMENTÁRIO

Um poderoso pajé passa a questionar sua fé depois do primeiro contato com brancos que julgam sua religião como demoníaca. No entanto, a missão evangelizadora comandada por pastor intolerante é posta em cheque quando a morte passa a rondar a aldeia e a sensibilidade do índio em relação aos espíritos da floresta mostra-se indispensável.

MAIS SOBRE O FILME

Pajé, entre os nossos povos, é a palavra usada para se referir a uma pessoa especial que vê além do que alcança a visão dos demais. Pajé é alguém reconhecido por ter poderes sobrenaturais para curar, por meio dos encantados e de benzições e remédios feitos com produtos da floresta. Nas sessões de cura os pajés cantam, tocam maracá, fumam cigarro tauarí, defumam os doentes, ingerem alguma bebida e, eventualmente, fazem sucção para retirar do corpo do enfermo o objeto causador da doença. Os pajés aprendem a curar através, principalmente, de sonhos e de inspirações. Não aprendem em livros ou escolas. Os pajés são pessoas humildes, discretas, falam mansamente, moram em casas simples e vestem-se da mesma forma que os demais moradores. Pajés não oferecem seus serviços, no sentido de fazer propaganda. Os outros é que os procuram e divulgam a sua fama. E os serviços não são cobrados, pois essa é uma exigência da ética de quem recebeu o “dom” de ser pajé. Só é pajé quem recebe o dom. E o dom vem de nascença, ainda que sua manifestação possa vir aos poucos, na adolescência ou até na fase adulta.

Há dois caminhos para quem nasce com o dom: passar por processo de iniciação para se preparar para atuar como pajé ou neutralizar o dom. Quem tem o dom, mas não quer atuar como pajé, precisa se tratar, para depois não sofrer pela ação dos espíritos. Normalmente, aquelas pessoas que não querem desenvolver o seu dom de pajé têm receio do preconceito e vergonha da condenação que recai sobre os pajés. Pois durante séculos o cristianismo pregou que os pajés são ligados ao diabo ou à feitiçaria. O que não é verdade. (GCI).

Fonte: RG 15/O Impacto e Ascom/Ufopa

 
link:https://oimpacto.com.br/2018/05/23/ufopa-promove-o-lancamento-do-filme-documentario-ex-paje-em-santarem/