Criado em 23 de Dezembro de 2019 às 12:42
13/12/2019 - G1 Santarém - Positivo
23 de Dezembro de 2019 às 12:42
As professoras Graciene Fernandes e Katrine Rabelo em avaliação ao trabalho na Ufopa — Foto: Ascom Ufopa/Divulgação
Uma pesquisa que, brevemente, será fundamental para impulsionar o lançamento de um produto no mercado e que vai contribuir para a melhoria de vida de quem optar por seu consumo, foi apresentada por um acadêmico da Universidade Federal do Oeste do Pará, na quarta-feira (11), em Santarém, no oeste paraense.
O projeto foi defendido por Lucas Alvarenga da Silva, acadêmico de Biotecnologia da Ufopa, como trabalho de conclusão de curso (TCC). O resultado direciona para a elaboração de um produto a partir do suco do cupuaçu, fruto originário da Amazônia.
Com o tema “Suco de cupuaçu (Theobroma grandiflorum) como veículo para administração do probiótico Lactobacillus platarum Lp62: otimização, potencial antioxidante e estabilidade”, Lucas se organiza, agora, para a publicação do trabalho em uma revista científica.
De acordo com o discente, todo o levantamento começou em março deste ano, finalizado após aproximadamente 8 meses e todo trabalho é baseado na produção de um suco fermentado de cupuaçu, utilizando uma bactéria probiótica.
"Um micro-organismo que influencia positivamente na saúde de quem ingerir. Basicamente passamos uns 8 meses trabalhando esse experimento, realizando a produção do suco, fazendo o processo de otimização da fermentação e diversos outros testes de qualidade, referentes ao potencial antioxidante, e nosso resultado foi bastante otimista”, explicou.
Segundo dados da pesquisa, o suco de cupuaçu com a adição da bactéria teve um aumento significativo na quantidade de antioxidantes. São essas substâncias que contribuirão com a saúde e bem-estar dos consumidores. A bactéria também consegue inibir outros micro-organismos causadores de doenças.
O pesquisador assegura que o lançamento de um produto a partir do suco do cupuaçu deverá ocorrer, inicialmente, em nível regional. “Com essa finalidade, esse produto a partir do suco de cupuaçu, até então, é inédito. Já existem outros, mas com uso de outras frutas. Pretendemos fazer esse lançamento, a nível regional, se tudo der certo, em pouco tempo”, ressaltou.
O TCC foi orientado pelo professor Dr. Thalis Ferreira dos Santos e coorientado pela professora Dra. Débora Kono Taketa Moreira, vinculados ao Instituto de Biodiversidade e Florestas (Ibef) e Instituto de Saúde Coletiva (ISCO), respectivamente, da Ufopa.
O professor Thalis destacou que o próximo passo será otimização para garantir o melhor sabor. Para isso, será feita uma análise sensorial, para fazer com que as pessoas experimentem e vejam se gostam ou se não gostam, se está ácido, se está amargo, se está doce, entre outros.
"Tentar fazer esses ajustes para chegar em um produto que possa ser comercializado. A gente vai estudar, ainda, qual a forma de apresentar esse produto, que pode ser um suco em pó ou líquido, em caixinha. Ainda não sabemos, mas o importante é que já temos um protótipo de um produto que a gente sabe que tem potencial para ser utilizado”, assegurou.
Thalis também explicou que o suco de cupuaçu em conjunto com a bactéria probiótica tem o potencial de promover melhorias à saúde humana porque pode, por exemplo, contribuir na inibição do envelhecimento precoce, de doenças crônico-degenerativas, ajudar na prevenção do câncer e de doenças do trato intestinal, entre outros benefícios
“A gente descobriu que essa nova forma de apresentar o suco de cupuaçu faz bem à saúde, em vários aspectos. Só precisamos, agora, dar continuidade aos trabalhos para viabilizar o produto e a melhor forma de disponibilizar isso no mercado”, enfatizou.
A defesa de Lucas Alvarenga da Silva foi muito elogiada pelas professoras Katrine Rabelo e Graciene Fernandes, ambas da Ufopa, que fizeram parte da banca de avaliação e não pouparam incentivos à continuidade do trabalho.