Ultima atualização em 9 de Julho de 2019 às 14:31
18/6/2019-G1- Santarém-Positivo- UFOPA SENDO CITADA
9 de Julho de 2019 às 14:28
A comunidade conhecida como Ipaupixuna, localizada a 1h30, por via terrestre, da sede da cidade de Santarém, tem mantido as origens e a prova maior disso foi a realização, no sábado (15), do 1º Festival Afroindígena da região do baixo Tapajós. A programação foi organizada por aldeias e quilombos em parceria com professores do Ensino Médio Modular Indígena.
“O objetivo do trabalho foi retratar um pouco da cultura desses povos por meio daquilo que produzem”, contou a professora Tatiane Rabelo, que também planejou o festival com os docentes Adriano Borari e Marcelo Borari, naturais de Alter do Chão e representantes daquela comunidade.
Quem esteve no Ipaupixuna conferiu a exposição de comidas, bebidas, remédios caseiros e artesanatos por meio de linguagens próprias. A etnia presente no Ipaupixuna é a munduruku. No local existem 282 habitantes com 32 alunos matriculados no ensino médio.
Os professores já adiantaram que o festival vai assumir um papel itinerante em 2020. “Ano que vem, alguma outra aldeia ou quilombo podem tomar a iniciativa de chamar o festival, e aí levaremos o público para essas localidades”, contou o docente Adriano Borari, do Modular Indígena. O evento serviu ainda para chamar a atenção para problemas antigos como a exploração madeireira, os garimpos e o avanço da soja em área de preservação.
"O evento foi projetado em caráter de urgência, já que essas comunidades têm suas etinicidades constantemente negadas devido aos interesses que alguns grupos menores têm por suas terras", afirmou Marcelo Borari.
O ápice do festival se deu com as apresentações das danças dos quilombos e indígenas. Foi um dia de celebração e mostra de afirmação étnica para aqueles que têm, constantemente, sua existência negada.
Além de alunos da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), estiveram presentes representantes da Funai, os vereadores Júnior Tapajós (MDB) e Maria José Maia (DEM) e integrantes da Comissão Pastoral da Terra (CPT).
*Colaborou Sérgio Chêne
