Criado em 9 de Julho de 2019 às 14:59
12/6/2019-G1 Santarém-Positivo
9 de Julho de 2019 às 14:59
Na abertura da oficina "Viver Abaré: todos por uma ideia", promovida pela Universidade Federal do Oeste do Pará, em Santarém, na terça-feira (11), o reitor Hugo Alex Diniz assegurou que a instituição não vai desistir do barco hospital, mas para que a unidade continue levando serviços às populações ribeirinhos, precisa de parcerias.
Hugo Diniz falou que o barco hospital Abaré, que também funciona como escola, é uma ferramenta, um instrumento, um projeto e um sonho estratégico para a universidade. Segundo ele, a Ufopa tem investido, dentro das suas possibilidades, e quer investir mais.
“Não vamos recuar dessa decisão. Nós precisamos de vocês, não temos como administrar esse barco de forma isolada, sozinhos. O Abaré não é da Ufopa, pertence às comunidades, às instituições parceiras”, pontuou o reitor.
O evento que é realizado por meio da Pró-Reitoria da Cultura, Comunidade e Extensão (Procce), com apoio das prefeituras de Santarém e Belterra, reúne entidades que já atuam como parceiras e outras, que pretendem integrar a parceria com as ações desenvolvidas pelo barco escola Abaré. Os debates ocorrem no auditório da unidade Tapajós da Ufopa e no anexo da unidade Amazônia.
Da mesa de abertura, cujo tema foi "A importância do Abaré para a região do Baixo Tapajós, todos por uma ideia", além do reitor da Ufopa, Hugo Diniz, também participaram a promotora de Justiça Lilian Braga, a secretária de Saúde de Belterra, Alzenir Monteiro, a representante da Secretaria Municipal de Saúde de Santarém, Antonia Bomfim e o fundador do Projeto Saúde e Alegria e também idealizador do Abaré, o médico Eugênio Scanavino.
Durante suas falas, todos foram unânimes em ressaltar o papel relevante da embarcação para promover a saúde de comunidades ribeirinhas que vivem na região do Tapajós.
O pró-reitor da Cultura, Comunidade e Extensão (Procce), Marcos Prado, esclareceu que o objetivo da oficina é congregar diversas entidades do primeiro, segundo e terceiro setor para juntos pensar qual o melhor caminho para o Abaré, qual o objetivo da embarcação no Oeste do Pará, como ela pode atender mais e melhor as populações ribeirinhas, indígenas e quilombolas. E ao mesmo tempo, poder possibilitar tanto ações de saúde a essas populações, quanto também uma melhor formação acadêmica para os alunos da Ufopa, congregando ações de ensino pesquisa e extensão.
Eugênio Scanavino relembrou o ano de 2006, quando a embarcação iniciou suas atividades, por meio de parceria com uma ONG holandesa, e também a importância do barco como tecnologia social de baixo custo e alto impacto. “Abaré significa ‘o amigo que cuida’, portanto hoje todos nós aqui, estamos sendo Abaré do Abaré”, disse.
A oficina encerra nesta quarta-feira (12), com a apresentação de um plano de ação para potencializar a atuação do Abaré.
Integração
A organização Expedicionários da Saúde trouxe para a Amazônia o Dr. Teixeira, integrante da Faculdade de Medicina e Ciências Médicas da Unicamp (SP), que veio por conta própria e agora quer convencer os colegas da universidade a se integrarem ao projeto.
"Eu vi a importância, tanto do ponto de vista assistencial para a população ribeirinha, como também uma oportunidade de formação do pessoal de saúde, que sempre esteve presente nas atividades de formação do Abaré. Por isso, nós estamos aqui para saber como nós vamos voltar a participar", disse Teixeira.
A coordenadora geral da ONG Expedicionários da Amazônia, que já participou de sete expedições com a embarcação, agora pretende retornar. "A nossa intenção é, talvez este ano ainda, ou no ano que vem, fazer uma parceria e retornar para cá. O nosso diferencial é um hospital móvel que a gente monta nas comunidades. Nós somos todos voluntários, temos diversas parcerias, inclusive com o Ministério da Saúde, Ministério da Defesa, porque temos muito material com o qual podemos realizar cirurgias de pequena e média complexidade", explicou Teixeira.