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Ultima atualização em 10 de Julho de 2019 às 15:14

Felinos ameaçados de extinção e peixes estão entre espécies que sofrem com impactos ambientais na área do Juá, em Santarém

13/5/2019- O Estado Net - Positivo- UFOPA SENDO CITADA

10 de Julho de 2019 às 15:13

O Ministério Público Federal (MPF) aponta que as obras de construção do Residencial Cidade Jardim, localizado às margens da Rodovia Fernando Guilhon e nas proximidades do Lago Juá teriam causado diversos impactos ambientais: elevação de temperatura, mudanças na característica da água e redução de pescado. Além da perda de boa parte da flora que foi suprimida, a fauna terrestre também foi afetada. Alguns felinos, como o Gato Mourisco, que ameaçado de extinção fazem parte do ecossistema. O acordo homologado entre o poder público e a empresa Sisa Salvação Empreendimentos Imobiliários prevê a adoção de diversas medidas para reverter a situação.

Os que mais sofrem são os animais aquáticos. O Lago Juá acaba sendo o destino final de grande parte dos sedimentos originados a partir da supressão vegetal na área. Foram identificados dezenas de espécies, exemplares típicos da bacia amazônica: Tucunaré, Mapará, Charutinho, Aracu e Pescada estão na lista e muitas delas utilizam o local como berçário. O dado é baseado em um estudo realizado por profissionais da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), um ano após a ação humana na área em que se encontra o empreendimento.

O estudo não chegou a identificar a extinção de espécies, mas constatou um ambiente bastante impactado. Medidas de desassoreamento do lago, repovoamento do estoque pesqueiro, controle de desertificação do entorno foram estabelecidas pelo acordo e devem ser executadas pela empresa.

“A gente sabe que partículas inorgânicas foram para o ambiente e de fato pode ter causado a extinção local de espécies, ou seja, o bicho ocorria ali e após o impacto não é mais encontrado na área. É preciso ter informações sobre o local antes do ocorrido para verificar se haverá a necessidade de repovoamento e quais as espécies”, declarou o ictiólogo Frank Ribeiro

Na parte terrestre, segundo apurou o Portal OESTADONET, há um corredor que está relativamente preservado por conta da proximidade com as instalações da Infraero e do Aeroporto Internacional de Santarém, onde o acesso é restrito. Nele é possível constatar a presença de muitos animais. Motoristas que circulam em direção ao Aeroporto relatam tamanduás atravessando a estrada com frequência. Felinos, como o gato mourisco, já foram resgatados na área. Segundo biólogos, trata-se de um animal com incidência em diversos pontos da América do Sul, entre eles o Brasil. Porém corre o risco de ser extinto e a Bacia Amazônica é provavelmente uma das únicas áreas de conservação capazes de sustentar populações viáveis a longo prazo da espécie.

“Alguns meses atrás, capturamos um gato mourisco que havia sido atropelado. Isso é o indicativo de que há uma fauna interessante que habita aquela área”, destaca o biólogo Sidcley Matos.

Ainda segundo o documento protocolado na justiça, o controle de desertificação do entorno, recomposição da mata ciliar da área de preservação permanente, e relocação de estradas, carreadores e caminhos nessa área também devem ser executados pela Sisa.

Link:https://www.oestadonet.com.br/noticia/14808/felinos-ameacados-de-extincao-e-peixes-estao-entre-especies-que-sofrem-com-impactos-ambientais-na-area-do-jua-em-santarem/