Criado em 11 de Julho de 2019 às 17:25
31/5/2019- O Estado Net- Positiva
11 de Julho de 2019 às 17:25
Instigar o debate sobre os grandes projetos na Amazônia. Esse é o objetivo do o seminário "Reflexões sobre os grandes projetos na Amazônia: de Belo Monte à Teles Pires-Tapajós. Durante os dias 30 e 31 de maio, sociedade e comunidade acadêmica debatem o tema na Universidade Federal da Oeste do Pará (UFOPA) que reúne participantes dos polos Xingu e Tapajós. Na ocasião, foram apresentadas metodologias de pesquisa de monitoramento de grandes projetos analisando os processos de construção de hidrelétricas no Oeste do Pará.
“Foi um encontro para debater o desenvolvimento regional e compartilhar as experiências das hidrelétricas na Amazônia, sendo muito importante e proveitoso, porque temos que abordar e analisar este empreendimentos, refletindo sobre o que eles representam e pensar de que forma eles podem trazer a melhora efetiva da população”, ressalta o palestrante Gilberto Marques.
Segundo o economista e professor, os indicadores sociais de desenvolvimento humano apontam o sentindo inverso. Tais empreendimentos trazem um grande investimento no sentido financeiro, com grande impacto ambiental e com pouquíssima capacidade de gerar indicadores positivos de desenvolvimento social.
Ainda segundo Gilberto, assim como Tucuruí e Belo Monte, os projetos de construção das hidrelétricas no rio Tapajós podem causar impactos ambientais e sociais irreversíveis até mesmo em Santarém, que está longe das áreas de implantação mas também sofrerá com os impactos.
“Afeta diretamente a população como um todo, não só quem está na área do empreendimento. Santarém também é afetada, por conta dos crescimento das demandas e da migração que eles geram, isso causa impactos. A construção de Belo Monte fez com que a população de Altamira crescesse em dois anos. Isso impacta diretamente no orçamento da cidade que precisa de mais saúde e educação e os governos não dão conta disso. Precisamos refletir esses empreendimentos não só no presente como também para o futuro”, conclui Gilberto.
O evento é uma parceria dos cursos de Economia e Gestão Pública, vinculados ao Instituto de Ciências da Sociedade (ICS) da Ufopa, com o Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (FGV).