Desculpe, o seu navegador não suporta JavaScript!

Ultima atualização em 10 de Julho de 2019 às 14:51

Mães universitárias’: a difícil missão de conciliar trabalho, estudo e maternidade

10/5/2019- G1 Santarém- Positivo- UFOPA SENDO CITADA

10 de Julho de 2019 às 14:49

Sempre ocupadas com tantos afazeres, seja em casa, no trabalho, na família e também nos estudos, as mães são os únicos seres que conseguem lidar com o tempo como ninguém. Atarefadas, cada uma tem um repertório de história que constroem ao longo dos anos com os filhos.

A realização de um sonho requer grandes responsabilidades e missões. O G1 conversou com dois exemplos de mulheres que apesar das dificuldades se formaram na universidade e não abriram mão da maternidade.

Com a empresária Luciana Ludgerio Nogueira, de 45 anos, foi assim. Mãe de três filhas e avó de um menino, ela teve que levar a família para dentro da sala de aula, encarar os obstáculos à sua frente.

Acadêmica do último período de pedagogia, Luciana ingressou na Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) em Santarém, no ano de 2013. Nada foi fácil e tampouco simples. Todos se engajaram para que a família alcançasse os objetivos.

 

À época, a filha mais velha tinha entrado para universidade no ano anterior. Encorajada pela mãe, uma foi o suporte a outra nessa fase para que nenhuma desistisse.

“No início era complicado porque era muita gente para administrar em casa, eu ainda tomava conta do meu netinho e da minha filha de 3 anos, para a minha filha mais velha estudar. Quando ela chegava eu ia para a Ufopa”, contou.

O marido também teve papel fundamental. Ele trabalhava e estudava durante o dia e à noite assumia os afazeres domésticos. Com o passar do tempo, Luciana começou a conciliar família, faculdade e trabalho, pois fazia cupcakes e salgadinhos para vender na Ufopa.

 

“É muito difícil, tudo fica complicado. As crianças eram pequenas e eu levava para dentro da sala de aula. Ficava toda a minha família na sala, os professores já estavam acostumados. Toda a família teve aquela união para que tudo acontecesse”, contou.

 

Na turma, Luciana não era exceção e muito menos um caso incomum. Grande parte das colegas tinham filhos ou conciliavam os estudos com outras coisas. Em meio a elas, Célia Guimarães Santos, de 45 anos, também batalhava.

Na segunda graduação e mãe de quatro filhos, a mestranda já havia levado as duas primeiras filhas para dentro da faculdade em 1993 e 1995, quando cursava Letras na Universidade Federal do Pará (UFPA).

 

 

O terceiro filho nasceu em 2001 e Célia não estava na universidade. Em 2013, ao entrar para cursar Pedagogia, o quarto filho com quase 5 anos o acompanhou e acompanha até hoje nas aulas de mestrado.

Por crescerem no ambiente acadêmico, as crianças criaram laços além dos familiares, tiveram contato com muitas pessoas e aprenderam desde cedo como a figura de mãe, que parece frágil, pode ser bem mais forte que qualquer coisa.

A biblioteca virou parque de diversão de saberes, a cantina o lugar para saciar a fome, os outros espaços da universidade uma extensão da casa. Tudo para que as mães não desistissem de sonhar.

Por ter tido a experiência com as duas primeiras filhas, Célia contou que foi mais fácil lidar com a situação com o caçula.

 

 

“Minha primeira filha veio para a sala logo nos primeiros dias de vida. A segunda eu ainda não havia concluído o curso. Já com último foi fácil pelo fato de ser na área da pedagogia e pela experiência com as rotinas que tive com as meninas”.

 

Os caminhos não foram fáceis, abrir mão de muitas coisas era algo recorrente. O apoio familiar, inclusive dos companheiros, favoreceu para que os bons frutos fossem colhidos.

Não há arrependimentos

O tempo passou, as crianças cresceram e os obstáculos foram superados. O que as duas tiraram de lição? Superação. Mesmo muitas vezes fraquejando no caminho, olhar nos olhos dos pequenos era o gás que Luciana e Célia precisavam para continuar a caminhar.

 

“Não me arrependo de nada. Pelo contrário, os meus filhos foram incentivos para que eu buscasse coisas melhores. Só não foi fácil, mas no final é recompensador”, enfatizou Célia.

 

“Quando a gente é mãe tem que ser integralmente. Não é porque somos mães que devemos desistir de nossas vidas. É um exemplo para eles [filhos] a nossa luta e conquistas. Somos espelho de vida, a base que vai dar coragem para os filhos seguirem em frente”, completou Luciana.

Link:https://g1.globo.com/pa/santarem-regiao/noticia/2019/05/10/maes-universitarias-a-dificil-missao-de-conciliar-trabalho-estudo-e-maternidade.ghtml