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Criado em 24 de Outubro de 2019 às 16:59

Estudo aponta que unidades de conservação do Baixo Amazonas têm maior potencial de proteção de estoques pesqueiros

09/10/2019 - G1 Santarém - Positivo

24 de Outubro de 2019 às 16:59

Estudo inédito é liderado por professor da Ufopa de Oriximiná, no oeste do Pará.

 

Uso de bajaras contribuiu para o aumento da captura de peixes em canais de acesso mais difícil — Foto: Ascom/Ufopa

Uso de bajaras contribuiu para o aumento da captura de peixes em canais de acesso mais difícil — Foto: Ascom/Ufopa

Unidades de conservação de diferentes categorias do baixo Tapajós têm potencial maior de proteção de estoques pesqueiros, é o que revela um estudo inédito liderado por professor da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) de Oriximiná, no oeste do Pará.

O estudo verificou mudanças na composição e abundância dos recursos pesqueiros ao longo do tempo na Floresta Nacional (Flona) do Tapajós, Reserva Extrativista (Resex) Tapajós-Arapiuns e Área de Proteção Ambiental (APA) Alter do Chão.

A pesquisa dirigida pelo professor Gustavo Hallwass, que coordena o Laboratório de Ecologia Humana, Peixes, Pesca e Conservação (LEHPPEC) da Ufopa em Oriximiná, recebeu apoio dos professores Renato Silvano, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e Alexandre Schiavetti, da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), da Bahia.

Ao longo dos anos houve redução na captura de peixes maiores como tambaqui, pirarucu e tucunaré, entretanto, a captura de peixes médios como a pescada, mapará e jaraqui, aumentou, aponta o estudo. Grandes bagres como a dourada e o filhote também foram mais capturados, e os pesquisadores atribuem esse aumento ao uso de bajaras (canoas motorizadas) que facilitou o deslocamento até o canal do rio Tapajós onde esses peixes estão.

 

Resultados da pesquisa

Dentre as áreas protegidas analisadas, a Flona é a que possui níveis de conservação dos recursos pesqueiros maiores que as demais. Criada há mais de 40 anos, possui regras mais rigorosas quanto a comercialização de peixes capturados na área. A Resex, criada há cerca de 15 anos, apresentou nível intermediário de conservação dos peixes explorados e por fim, a APA Alter do Chão foi a região com menor nível de proteção aos estoques pesqueiros.

Para o coordenador da pesquisa, Gustavo Hallwass, as unidades de conservação na Amazônia, mesmo que tenham foco prioritariamente terrestre, influenciam diretamente na conservação de recursos pesqueiros que são essenciais na renda das populações ribeirinhas, além da manutenção da segurança alimentar.

O estudo também sugere que essas unidades de conservação ampliem seu foco na proteção dos ecossistemas aquáticos, pois grande parte da população da Amazônia vive de forma interligada a esses recursos naturais.

Link: https://g1.globo.com/pa/santarem-regiao/noticia/2019/10/09/estudo-aponta-que-unidades-de-conservacao-do-baixo-amazonas-tem-maior-potencial-de-protecao-de-estoques-pesqueiros.ghtml