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Ultima atualização em 12 de Agosto de 2020 às 18:38

LABIMOL e PSA anunciam testagens em massa para o controle epidemiológico da Covid-19 em aldeias e comunidades ribeirinhas

6/8/2020 - RD notícias - Ufopa citada

12 de Agosto de 2020 às 17:42

LABIMOL e PSA anunciam testagens em massa para o controle epidemiológico da Covid-19 em aldeias e comunidades ribeirinhas

Convênio do Projeto Saúde e Alegria com Laboratório de Biologia Molecular – LABIMOL da Ufopa, Sespa e HRBA tem viabilizado testagens de moradores da floresta Amazônica por meio de testes moleculares e testes rápidos. Coletas em pool também são realizadas e enviadas à laboratório em SC para ampliar capacidade de testagem.

Crédito: PSA

Convênio do Projeto Saúde e Alegria com Laboratório de Biologia Molecular – LABIMOL da Ufopa, Sespa e HRBA tem viabilizado testagens de moradores da floresta Amazônica por meio de testes moleculares e testes rápidos. Coletas em pool também são realizadas e enviadas à laboratório em SC para ampliar capacidade de testagem. Entenda;

Durante expedição do Barco Hospital Abaré à Floresta Nacional do Tapajós, o início do processo de testagens em massa teve mais de 70% de resultados positivos, o que mantém a preocupação com a pandemia, sobretudo nas regiões de floresta.

“De fato a doença está avançando nas pequenas comunidades da região. É algo preocupante, e é preciso estabelecer estratégias de atendimentos a essas comunidades. Esse atendimento é diferente do realizado nos centros urbanos, tem que ser uma estratégia direcionada, utilizando Unidades Básicas de Saúde Fluvial para que se possa chegar aos ribeirinhos e realizar a atenção médica” – disse o Prof. da Ufopa e coordenador do LABIMOL, Marcos Prado.

Coleta realizada durante expedição do Barco Hospital Abaré na Flona. Foto: Walter Oliveira/PSA.

O percentual foi identificado na coleta de 122 pessoas com sintomas de síndrome gripal que foram atendidas pela equipe de médicos, enfermeiros e residentes da UFOPA  — também houve testagem numa amostragem de 112 comunitários assintomáticos, cujos resultados serão divulgados em breve. Das 122 pessoas com sintomas de síndrome gripal, foram realizados 25 testes de PCR e 97 testes sorológicos. Ao todo, foram 87 resultados positivos (71,3%) e 35 negativos (28,7%). “Uma análise mais específica dos resultados ainda está sendo realizada e em breve será elaborado um relatório completo com os resultados desta viagem” – explicou a professora do Instituto de Saúde Coletiva – ISCO/ Ufopa, Heloisa Nascimento.

Sobre o indicativo de 70% de contaminação a professora avaliou que o número pode ser maior: “isso, epidemiologicamente falando é um dado importante porque mostra que a gente tem que ter um olhar especial para a região de rios, porque é uma área que está tendo uma transmissão alta. A gente ainda não finalizou os resultados dos assintomáticos, mas acreditamos que vai ter algo parecido”.

Testes em processamento no LABIMOL. Foto: Ascom/HRBA.

Uma das maiores dificuldades no monitoramento da pandemia de Covid-19 é a subnotificação. Para entender o ritmo em que a doença está se espalhando e poder planejar uma reabertura segura, é necessário ampliar a testagem da população e o Brasil tem tido dificuldades nessa área. Por isso a iniciativa do LABIMOL é de suma importância, pois traz para o Oeste do Pará a tecnologia que antes estava concentrada nas capitais, e assim  permite atenção também à população rural.

Parceria entre Ufopa e Saúde e Alegria.

O LABIMOL instalado no Hospital Regional do Baixo Amazonas foi inaugurado em 10 de julho para realização de testes da Covid-19 na população da região Oeste do Pará e é fruto de uma parceria entre a Sespa, Secretaria Regional de Governo, Ufopa, Fundação Osvaldo Cruz,  e Pró-Saude/HRBA. Para o diretor Hospitalar HRBA, Hebert Moreschi, o espaço cumpre a função do processamento que era exclusividade de Belém: “Esse laboratório representa a descentralização da realização do teste PCR que antes era realizado apenas na capital. Outras parcerias estão surgindo, uma delas do Projeto Saúde e Alegria. Essa parceria vai permitir que essa população que tem uma maior dificuldade de acesso, possa realizar os testes PCR de maneira rápida com seu processamento no LABIMOL”.

“O PSA participou dessa iniciativa no sentido de conseguir recursos complementares para ampliar as testagens nas áreas ribeirinhas que têm sido feitas através do Barco Hospital Abaré e conseguimos uma disponibilidade de cerca de mil testes PCR e mais mil testes rápidos que, somados aos PCRs, dá para traçar uma mapa do que está acontecendo nas comunidades” – disse o médico e coordenador do PSA Eugênio Scannavino.  Os recursos tiveram o patrocínio da Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável, por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) e doações da União Amazônia Viva.

TESTES EM POOL

Testagem em pool, considerada uma estratégia moderna para o enfrentamento da Covid-19,  é uma forma de testagem por agrupamento de amostras de 16 pessoas em média. Isso permite uma redução de custo e atendimento de  um número maior de pessoas.

Indicado para os casos assintomáticos, o procedimento se baseia na coleta de amostras de diferentes pessoas pelo método RT-PCR, considerado o mais preciso para diagnóstico, que são posteriormente misturadas em um único pool. Este pool é testado de forma única e um resultado negativo indica que nenhum dos indivíduos do pool estava contaminado. No caso de um resultado positivo, isso indica que pelo menos um dos indivíduos do pool está infectado, e assim sendo, são realizadas análises individuais para identificação da pessoa contaminada com a covid-19.

Com o apoio das empresas  Neoprospecta e  Certi serão usados kits que poderão cobrir aproximadamente 12 mil pessoas nas regiões ribeirinhas do  Baixo Amazonas.

O método de triagem molecular foi desenvolvido pela Neoprospecta, com a intenção de ampliar a capacidade de testagem, explicou o fundador da empresa, biólogo, doutor em genética e biologia molecular, Luiz Felipe Valter de Oliveira: “pensando em desafios como esse de analisar em massa que a gente desenvolveu o método chamado triagem molecular no qual a gente consegue analisar vários indivíduos ao mesmo tempo, identificar dentro desses grupos, indivíduos assintomáticos contaminados com o vírus e ajudar no controle ajudando a isolar essas pessoas de forma preventiva antes mesmo delas chegarem a ter qualquer tipo de sintoma’.

Através dessa estratégia as amostras coletadas em locais remotos e distantes, podem chegar no laboratório em Santa Catarina, sem danos aos resultados. Oliveira ressaltou ainda a relevância dessa forma de testagem que contou com o apoio da Vale S.A e da ABDI: “Pra nós é bem importante poder contribuir com o projeto de monitoramento das comunidades ribeirinhas do interior da Amazônia porque a gente sabe que são áreas de difícil acesso, comunidades que têm dificuldade em acessar saúde. Quanto mais a gente puder dar suporte na identificação de indivíduos contaminados, e ajudar em estratégias de prevenção a gente vai certeza salvar vidas”.

COVID-19 EM SANTARÉM

Os dados mostram que a situação no município de Santarém ainda é preocupante, segundo análise de Nascimento. Até 24/06, antes da reabertura de academias, restaurantes e shoppings, tinham sido confirmados em Santarém 3.626 casos de covid-19 e 201 óbitos. De acordo com o boletim epidemiológico da prefeitura municipal até o dia 28/07, foram confirmados em Santarém 7126 casos confirmados (3500 casos a mais) e 322 óbitos. Em relação aos casos novos, observa-se uma média 62,3 casos novos no mês de junho e uma média de 111,5 casos novos no mês de julho. Não se observa ainda uma redução no número de casos novos. Talvez uma estabilização: não aumenta, mas também não diminui, mas para afirmar isso é preciso uma análise mais aprofundada dos dados epidemiológicos. E estabilizar com esta quantidade de casos é preocupante porque significa que o vírus ainda está circulando e que as pessoas ainda podem ficar doentes. Principalmente se tiver relaxamento do isolamento social e das medidas preventivas.

#ComSaudeeAlegriaSemCorona

Lançada no início do mês de maio, a campanha Com Saúde e Alegria sem Corona realizou, até julho, ações de apoio ao sistema público e suporte direto às comunidades. Com grande adesão dos parceiros, as metas foram atingidas e a grande maioria, superadas.

Foram entregues:

Diante do cenário ainda crítico, as ações serão estendidas por mais um período com ênfase em uma nova frente de trabalho: “No campo assistencial, as atividades serão focadas nas zonas mais críticas, identificadas pelo sistema de testagens como ferramenta de vigilância e prevenção. No campo de investimentos, a ideia é deixar um legado infraestrutural que ajude tanto no enfrentamento da Covid-19, como também na atenção básica em geral. Por exemplo, estaremos implantando duas Unidades de Atendimento Ambulatorial e Farmacêutico em UBSs remotas do Território Munduruku, aumentando a resolutividade local dos serviços. Estamos também retomando com mais intensidade a implantação de banheiros e sistemas comunitários de abastecimento de água para as famílias do Tapajós, Arapiuns, Maró, das várzeas do Amazonas, essencial pra redução das doenças de veiculação hídrica e da mortalidade infantil.” – esclareceu o coordenador do PSA, Caetano Scannavino.

Além da saúde e saneamento, o PSA passa a focar seus esforços também para a retomada gradual e segura de seus demais programas, especialmente aqueles que são importantes para apoiar as comunidades ainda no contexto da pandemia, como as ações de revitalização econômica a partir do Programa Floresta Ativa, voltadas para o empreendedorismo, geração de renda e estruturação de cadeias produtivas sustentáveis.

“O Saúde e Alegria entra numa segunda fase da campanha, mas com o Abaré mantendo a frequência  de atendimentos com o calendário definido para agosto na região do Rio Arapiuns, setembro no Tapajós, outubro cumpre novamente atendimentos no Arapiuns e novembro Tapajós” – acrescentou Eugênio Scannavino.

Fonte: Projeto Saúde & Alegria -PSA

link:https://rdnoticias.blog.br/2020/08/06/labimol-e-psa-anunciam-testagens-em-massa-para-o-controle-epidemiologico-da-covid-19-em-aldeias-e-comunidades-ribeirinhas/