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Ultima atualização em 12 de Agosto de 2020 às 18:19

Testagens em massa são realizadas em aldeias e comunidades para o controle epidemiológico da covid-19

07/08/2020-G1 Santarém-PA - Positiva

12 de Agosto de 2020 às 18:18

Testagens em massa são realizadas em aldeias e comunidades para o controle epidemiológico da covid-19

Convênio entre o PSA e Labimol tem viabilizado testagens para moradores da floresta Amazônica por meio de testes moleculares e testes rápidos.

Testagens estão sendo realizadas em aldeias e comunidades ribeirinhas da região de Santarém — Foto: PSA/Divulgação

Testagens estão sendo realizadas em aldeias e comunidades ribeirinhas da região de Santarém — Foto: PSA/Divulgação

Mais de 70% dos moradores de aldeias e comunidades ribeirinhas da região da Floresta Nacional do Tapajós (Flona) que foram testados para covid-19 apresentaram resultado positivo. As testagens foram realizadas durante expedição do barco hospital Abaré, no início de um processo para o controle epidemiológico da doença.

Convênio entre o Projeto Saúde e Alegria (PSA) e Laboratório de Biologia Molecular (Labimol) tem viabilizado testagens para moradores da floresta Amazônica por meio de testes moleculares e testes rápidos.

Segundo o professor da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) e coordenador do Labimol, Marcos Prado, a doença está avançando nas pequenas comunidades da região de Santarém.

 

"É algo preocupante, é preciso estabelecer estratégias de atendimentos a essas comunidades. Esse atendimento é diferente do realizado nos centros urbanos, tem que ser uma estratégia direcionada, utilizando Unidades Básicas de Saúde Fluvial para chegar aos ribeirinhos e realizar a atenção médica”, disse.

 

O percentual se refere a coleta do material de 122 pessoas com sintomas de síndrome gripal que foram atendidas pela equipe de médicos, enfermeiros e residentes da Ufopa, também houve testagem numa amostragem de 112 comunitários assintomáticos, cujos resultados ainda não foram divulgados. Das 122 pessoas com sintomas, foram realizados 25 testes de PCR e 97 testes sorológicos. Ao todo, foram 87 resultados positivos (71,3%) e 35 negativos (28,7%).

Sobre o indicativo de 70% de contaminação a professora do Instituto de Saúde Coletiva (Isco/Ufopa), Heloisa Nascimento, o número de infectados pode ser maior.

Testes rápidos são aplicados durante ação do Barco Abaré na região de Santarém — Foto: PSA/Divulgação

Testes rápidos são aplicados durante ação do Barco Abaré na região de Santarém — Foto: PSA/Divulgação

Uma das maiores dificuldades no monitoramento da pandemia de covid-19 é a subnotificação. Para entender o ritmo em que a doença está se espalhando e poder planejar uma reabertura segura, é necessário ampliar a testagem da população, e o Brasil tem tido dificuldades nessa área.

Cerca de mil testes PCR e mais mil testes rápidos serão usados para traçar uma mapa de como estão os casos de covid-19 nas comunidades. Os recursos tiveram o patrocínio da Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável, por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) e doações da União Amazônia Viva.

Através dessa estratégia as amostras coletadas em locais remotos e distantes, podem chegar ao laboratório em Santa Catarina, sem danos aos resultados.

 

Covid-19 em Santarém

 

Os dados mostram que a situação no município de Santarém ainda são preocupantes, segundo análise de Heloísa Nascimento. Até 24 de junho, antes da reabertura de academias, restaurantes e shoppings, tinham sido confirmados em Santarém 3.626 casos de covid-19 e 201 óbitos.

Já de acordo com o boletim epidemiológico da Prefeitura Municipal, até o dia 28 de julho, eram em Santarém 7.126 casos confirmados (3.500 casos a mais) e 322 óbitos. Em relação aos novos casos, há uma média 62,3 casos novos no mês de junho e uma média de 111,5 casos novos no mês de julho. Não se observa ainda uma redução no número de casos novos.

Talvez uma estabilização: não aumenta, mas também não diminui, mas para afirmar isso é preciso uma análise mais aprofundada dos dados epidemiológicos. O que revela que o vírus ainda está circulando e mais pessoas podem ficar doentes. Principalmente se houver relaxamento do isolamento social e demais medidas preventivas.

Diante do cenário ainda crítico, as ações do PSA serão estendidas por mais um período com ênfase em uma nova frente de trabalho. No campo assistencial, as atividades serão focadas nas zonas mais críticas, identificadas pelo sistema de testagens como ferramenta de vigilância e prevenção. Com relação aos investimentos, a ideia é deixar um legado infraestrutural que ajude tanto no enfrentamento da Covid-19, como também na atenção básica em geral.

"Estaremos implantando duas Unidades de Atendimento Ambulatorial e Farmacêutico em UBSs remotas do Território Munduruku, aumentando a resolutividade local dos serviços. Estamos também retomando com mais intensidade a implantação de banheiros e sistemas comunitários de abastecimento de água para as famílias do Tapajós, Arapiuns, Maró, das várzeas do Amazonas, essencial pra redução das doenças de veiculação hídrica e da mortalidade infantil, disse o coordenador do PSA, Caetano Scannavino.

Além da saúde e saneamento, também devem ser retomados de maneira gradual e segura os demais programas do PSA, especialmente aqueles que apoiam as comunidades em relação a pandemia, como as ações de revitalização econômica a partir do Programa Floresta Ativa, voltadas para o empreendedorismo, geração de renda e estruturação de cadeias produtivas sustentáveis.

 

Labimol

 

Material sendo analisado no Labimol, no HRBA, em Santarém — Foto: PSA/Divulgação

O Laboratório de Biologia Molecular (Labimol), está instalado no Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA) e foi inaugurado em 10 de julho para realização de testes da covid-19 na população da região do oeste paraense.

O Labimol é fruto de uma parceria entre a Secretaria Estadual de Saúde (Sespa), Secretaria Regional de Governo, Ufopa, Fundação Osvaldo Cruz, e Pró-Saude/HRBA. O espaço cumpre a função do processamento que era exclusividade de Belém.

 

Testagem em pool

 

Testagem em pool, considerada uma estratégia moderna para o enfrentamento da Covid-19, é uma forma de testagem por agrupamento de amostras de 16 pessoas em média, o que permite uma redução de custo e atendimento de um número maior de pessoas.

Indicado para os casos assintomáticos, o procedimento se baseia na coleta de amostras de diferentes pessoas pelo método RT-PCR, considerado o mais preciso para diagnóstico, que são posteriormente misturadas em um único pool.

Este pool é testado de forma única e um resultado negativo indica que nenhum dos indivíduos estava contaminado. No caso de um resultado positivo, isso indica que pelo menos um dos indivíduos do está infectado, e assim são realizadas análises individuais para identificação da pessoa contaminada com a covid-19.

 

Link: https://g1.globo.com/pa/santarem-regiao/noticia/2020/08/07/testagens-em-massa-sao-realizadas-em-aldeias-e-comunidades-para-o-controle-epidemiologico-da-covid-19.ghtml