Ultima atualização em 21 de Julho de 2020 às 22:44
26/05/2020 - G1 Santarém- Pa - Positiva
15 de Junho de 2020 às 13:55
Ufopa recebe encomenda de capsúlas respiratórias para hospitais de vários municípios paraenses
Alenquer, Belterra, Rurópolis, Trairão, Tucuruí e Breves aguardam produção dos equipamentos que ajudam a salvar vidas de pacientes com covid-19.
Por G1 Santarém — PA
26/05/2020 17h10
Professores trabalham no LTM respeitando normas de segurança — Foto: Roberto Branco Filho/Arquivo pessoal
A “cápsula de respiração não invasiva” tem sido a alternativa encontrada por hospitais pelo Brasil afora para driblar a escassez de respiradores. Em Santarém, oeste do Pará, a produção das cápsulas (parte do Hospital regional do Baixo Amazonas e parte no Laboratório de Tecnologia da Madeira - LTM), da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), não pára e as encomendas têm aumentado. São vários os municípios do Baixo Amazonas e de outras regiões do estado à procura do equipamento.
A Prefeitura Municipal de Santarém procurou os técnicos da Ufopa para a fabricação de exemplares para o Hospital Municipal e a Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
“O prefeito de Santarém soube dos bons resultados dos equipamentos e solicitou uma demonstração. Isso resultou em encomendas. Estamos produzindo para a Prefeitura três novas cápsulas”, contou o professor doutor Roberto Branco Filho. Essas cápsulas foram entregues nesta terça-feira (26).
Por intermédio da promotoria de Justiça de Prainha, a Prefeitura daquela cidade vai receber cinco cápsulas produzidas em parceria com a Ufopa e o HRBA para atender a pacientes com Covid-19 daquele município. A logística de entrega de cápsulas para a cidade de Prainha está sendo viabilizada pela prefeitura local, que vai mandar buscar os equipamentos em Santarém.
E a produção continua. Mais 30 cápsulas serão produzidas para o HRBA segundo Branco Filho. O material para fabricação é doado pelo próprio Hospital Regional e também por empresários e pela Prefeitura Municipal de Santarém. “O material está sendo usado há várias semanas, com excelentes resultados”, explicou.
As solicitações estão chegando de várias partes da região oeste do Pará e até de outras cidades do estado. A Prefeitura de Belterra encomendou oito cápsulas, seguida de Alenquer, Rurópolis, Tucuruí e Breves, na ilha do Marajó. “Além de produzir novos equipamentos, estamos compartilhando informações técnicas com várias pessoas que estão nos procurando”, disse Branco Filho.
O Hospital São Camilo é outra unidade que deve receber, em breve, cápsulas para atender a seus pacientes. “As cápsulas precisam de aparelho de BiPap, um ventilador, para funcionar, e algumas cidades não possuem esse equipamento. Para evitar o problema de chegar o respirador e ficar sem funcionar, nós solicitamos a ajuda ao governo do estado para fazer um levantamento”, informou o professor.
Protótipo de capsula respiratória — Foto: Divulgação
A ideia inicial de produção local das cápsulas respiradoras não invasivas foi do fisioterapeuta Jonas Rocha, que atua no HRBA, que adaptou uma tecnologia desenvolvida por profissionais do estado do Amazonas.
“Nós da Ufopa ajudamos a finalizar a estrutura de tubo de PVC que é feita lá no Hospital Regional; criamos uma entrada e saída de ar e o exaustor, que é capaz de renovar o ar dentro da cápsula”, explicou Branco Filho.
O exaustor foi desenvolvido pelos técnicos da Ufopa a partir de um modelo de exaustor instalado em banheiros, que é feito com reduções e conexões de PVC, produtos facilmente encontrados em lojas de material de construção da cidade.
Cartilha
Segundo a Ufopa, já está em fase final de produção uma cartilha para ser compartilhada com os interessados em produzir novas unidades de cápsulas de respiração não invasiva. “A professora Paula Renata (IEG) está à frente desta ação. A ideia é descomplicar o modo de fabricação com informações detalhadas”, disse Branco Filho.
O professor ressaltou que, embora todas as cápsulas estejam funcionando bem, a cada lote são feitas adaptações a partir do feedback dos usuários.