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Criado em 15 de Outubro de 2020 às 13:09

Pesquisa que dá esperança de cura a paraplégicos e tetraplégicos pode ser realizada em laboratórios da Ufopa

08/10/2020 - G1 Santarém-PA - Positiva

15 de Outubro de 2020 às 13:09

Pesquisa que dá esperança de cura a paraplégicos e tetraplégicos pode ser realizada em laboratórios da Ufopa

Neurociestista que também é professor na Ufopa participa dos estudos revolucionários que marcam uma fase nunca vista na história da neurociência.

Estudo de células tronco — Foto: Getty Images via BBC

Estudo de células tronco — Foto: Getty Images via BBC

 

Um projeto para o novo edital de terapia celular já foi enviado ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e concorre a recursos para estudos de transplantes de células-tronco neurais e do relé neuronal, em modelos de doenças neurológicas. Caso aprovado, os estudos serão desenvolvidos na Universidade Federal do oeste do Pará (Ufopa) em colaboração com a Universidade da Califórnia em San Diego (USCD).

A iniciativa é do pesquisador paraense Walace Gomes Leal e do pesquisador chinês Paul Lu, da USCD. Walace que é neurocientista e professor da Ufopa em Santarém, oeste paraense, participa da pesquisa que estuda o transplante de células-tronco neurais (geralmente responsáveis por produzir três tipos de células diferentes: neurônios, astrócitos e oligodendrócitos), e que poderá fazer paraplégicos e tetraplégicos voltar a andar.

O estudo na Ufopa irá utilizar o enxerto de progenitores neurais derivados de células-tronco pluripotentes induzidas (na sigla inglesa, IPSCs), uma técnica criada em 2006 pelo pesquisador japonês Shinya Yamanaka, na Universidade de Kyoto, no Japão. Ele ganhou o prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina em 2012, juntamente com o pesquisador inglês John Gurdo. Segundo o professor Walace Gomes, existem empresas que vendem essas células para o uso em pesquisa científica.

 

Esse tipo de células foi escolhido para a pesquisa no sentido de evitar problemas éticos do uso de células-tronco embrionárias. De acordo com Gomes, para aplicações futuras em humanos as IPSCs podem ser derivadas de células somáticas (adultas) oriundas dos próprios pacientes que receberão os transplantes, mas ainda estão em fase de estudos em animais.

Na Ufopa, a ideia do estudo é usar a técnica do relé neuronal desenvolvida por Paul Lu, na UCSD, em uma outra doença neurológica de grande importância clínica, já que os estudos na medula espinhal estão bem avançados na Universidade da Califórnia. Além disso, será testado o modelo do relé neuronal com o arcabouço de fibrina e fatores tróficos desenvolvido por Paul Lu em animais de maior porte da Amazônia, como a cutia, por exemplo. Os estudos devem ser feitos por meio de dissertações e teses de neurologistas e cirurgiões de Santarém.

Walace Gomes, neurocientista e professor da Ufopa participa dos estudos — Foto: Arquivo

Walace Gomes, neurocientista e professor da Ufopa participa dos estudos — Foto: Arquivo

Walace Gomes assegura que, com o recurso obtido, serão feitas adequações da estrutura em laboratório na Ufopa, para permitir a execução das atividades. “Por exemplo, precisamos de uma sala de cultura de células, ainda não disponível na Ufopa. Independente do recurso do CNPq, já possuímos uma promessa de um aporte de recursos de uma fundação externa à instituição para o nosso projeto", disse.

 

O neurocientista explicou que os estudos serão feitos, inicialmente, em animais de experimentação. No entanto, quando o grupo da Universidade da Califórnia começar os estudos multicêntricos (vários hospitais) em humanos com trauma da medula espinhal, pretendemos fazer negociações para incluir pacientes do Hospital Regional ou do Hospital Municipal de Santarém nos ensaios clínicos.

Foco

Os estudos, desde que tiveram início pelo pesquisador Paul Lu, em 1998, têm o objetivo de desenvolver uma terapia para o trauma experimental da medula espinhal em humanos, ou seja, representam o tratamento com possibilidade de cura de trauma raquimedular, lesão da medula espinhal que provoca alterações temporárias ou permanentes na função motora, sensibilidade ou função autonômica, o que acaba gerando a paralisia parcial ou total de membros inferiores e/ou superiores do corpo.

Mais informações sobre a pesquisa e suas metodologias estão disponíveis neste link.

Link: https://g1.globo.com/pa/santarem-regiao/noticia/2020/10/08/pesquisa-que-da-esperanca-de-cura-a-paraplegicos-e-tetraplegicos-pode-ser-realizada-em-laboratorios-da-ufopa.ghtml