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Ultima atualização em 15 de Junho de 2021 às 20:40

Ufopa desenvolve sistema de desinfecção de ar de baixo custo e distribui para os campi

06/05/2021 - G1 Santarém — PA - Positiva

25 de Maio de 2021 às 13:14

Ufopa desenvolve sistema de desinfecção de ar de baixo custo e distribui para os campi

Criado a partir de pesquisas do LAE, equipamento dará segurança às atividades presenciais da Universidade.

 Em menos de um ano, pesquisadores do Instituto de Engenharia e Geociências (IEG) da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) desenvolveram um equipamento que desinfecta ambientes com até 60 metros quadrados, o que equivale ao tamanho de uma sala de aula localizada na Unidade Tapajós.

O equipamento que é uma das ferramentas da Ufopa no combate ao coronavírus - que de acordo com pesquisas científicas, está mais presente no ar do que nas superfícies -, está sendo produzido com recursos do Programa de Ações Emergenciais da Ufopa (Paem), que apoia ações de enfrentamento à Covid-19 no âmbito da instituição.

A lâmpada UV-C-TUV é a base do equipamento, chamado carinhosamente de “LAE”. Essa lâmpada tem uma vida últil de pelo menos 11 mil horas.

De acordo com a Ufopa, já foram produzidos e distribuídos para os campi fora de sede 12 equipamentos. O diretor do Campus Itaituba e presidente do Fórum de Diretores de Campi Fora de Sede, Prof. Dr. Luamim Tapajós, veio a Santarém ajudar na logística de distribuição. “Sabemos que é bem complicado, nossa região é bem grande e as distâncias são grandes, o transporte é feito por terra, por água, então vim pessoalmente para agilizar e fazer com que esse material chegue logo nos campi da Ufopa”, disse.

Um dos responsáveis pela fabricação é o físico e professor Dr. Manoel Maria Bezerra Neto (IEG). Ele explica que, depois da elaboração do protótipo em junho de 2020, e de passar por testes biológicos, entrou na fase de produção.

“O sistema utiliza a propriedade da lâmpada germicida. É uma lâmpada com um comprimento de onda em torno de 254 nm [nm = nanômetro, que é uma unidade de medida que equivale a 1 bilionésimo de 1 metro]. Essa lâmpada possui a propriedade de matar, ou mesmo inativar microorganismos como vírus, bactérias, fungos. Nós adaptamos essa tecnologia para fazer a desinfecção de ar em ambientes fechados”, contou.

O equipamento funciona a partir do sistema de exaustor de ar. “O exaustor vai forçar o ar a passar por dentro desse sistema e a lâmpada germicida vai fazer o trabalho de matar e inativar o vírus do coronavírus ou qualquer outro micro-organismo como bactéria, fungos. Então ele vai ser últil mesmo para uma época pós-covid", explicou o físico.

O equipamento garante uma probabilidade menor de infecção, segundo professor Neto. “Não garantimos que a pessoa que estiver lá dentro, com um sistema desse, não vá ser infectada, mas garantimos que o vírus irá ficar circulando por um tempo menor, o que diminui a carga viral do ambiente.”

Neto alertou para as regras de ouro dos cuidados para evitar a covid-19: lavagem das mãos, uso de máscara, limpeza de superfícies, etc.

 

A professora Katrine Rabelo da Silva (Isco) foi responsável pelos testes biológicos do aparelho. Segundo ela, os primeiros experimentos foram feitos ainda no ano passado, quando a equipe elaborou dois protótipos. Depois de submeter o ar a esse tratamento com o equipamento, ela avaliou a qualidade microbiológica do ar, expondo placas de Petri abertas nesse ambiente. O que tinha de particulado no ar ia naturalmente se depositando no chão.

"Como as placas estavam no chão, também na mesma altura, o que era particulado ia sendo coletado e ficava sob a superfície do meio de cultura que estava dentro das plaquinhas. Essas placas eu levei para o laboratório, deixei em condições de incubação. Assim como, antes do tratamento do ar, eu fiz o mesmo procedimento. Coloquei essas placas para coletar o que tinha de suspensão no ar e eu esperava que crescessem bactérias e fungos, sim. Esse foi o meu controle; e depois de incubação eu observei e fiz a contagem de micro-organismos totais (fungos e bactérias)", explicou.

Katrine observou que o tratamento do ar dentro da câmara com a irradiação ultravioleta reduzia significativamente o número de micro-organismos, especialmente fungos, que estavam circulando no ambiente.

Apesar de não ter passado por testes com vírus, de acordo com o professor Manoel Neto, é possível afirmar que o equipamento é eficiente no combate a esse microrganismo, pois a dosagem para inocular vírus é bem menor que para fungos e bactérias.

Link: https://g1.globo.com/pa/santarem-regiao/noticia/2021/05/06/ufopa-desenvolve-sistema-de-desinfeccao-de-ar-de-baixo-custo-e-distribui-para-os-campi.ghtml