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Criado em 30 de Setembro de 2021 às 17:07

Doença de Haff é debatida na Alepa

22/09/2021 - ALEPA - Ufopa citada

30 de Setembro de 2021 às 17:07

Doença de Haff é debatida na Alepa

Por Andrea Santos - AID Comunicação Social


Foto: Balthazar Costa (AID/Alepa)
A doença de Haff, mais conhecida como "doença da urina preta" foi tema de debate da Audiência Pública semipresencial que ocorreu na manhã desta quarta-feira (22), no auditório João Batista, na Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa).

O evento foi solicitado pela Comissão Permanente de Apoio ao Desenvolvimento da Pesca e Aquicultura da Alepa, presidida pelo deputado Orlando Lobato.

"Tratamos aqui as possíveis incidências da doença de Haff no Pará. Tiramos uns encaminhamentos que levaremos ao governo do Estado e o ambiente de trabalho adequado é um dos pontos no documento. O local de trabalho e como é feita a comercialização do pescado devem ser levados em consideração. Fazer infraestrutura em uma feira é obrigação do gestor e não de quem vende o produto. Nesse momento, é necessário que o governo dê uma proteção emergencial a esses trabalhadores. Não devemos decretar no Estado qualquer situação de alerta. É preciso observar as condições sanitárias, mas não significa que temos que parar de comer peixe", disse o deputado Orlando Lobato, que também criticou Fake News. "É preciso ter cautela em divulgar informações infundadas sem comprovação científica", finalizou.

Deputado Orlando Lobato
Foto: Balthazar Costa (AID/Alepa)

 

Para o deputado Dr. Jaques Neves, presidente da Comissão Permanente de Saúde, que esteve de forma virtual, a população não deve se alarmar. "Não é preciso se alarmar, porque não é todo tipo de peixe, alguns peixes de água salgada estão isentos disso. Não tem nada comprovado, mas a população deve saber que o diagnóstico precoce é importante", pontuou.
Foto: Balthazar Costa (AID/Alepa)

 

O pesquisador Marcos Mota, do Instituto Evandro Chagas, disse que "a incidência dessa doença é muito pequena na população, considerada inusitada. Elaboramos um grupo de trabalho, e neste grupo há representantes de todas as áreas cientificas do Instituto Evandro Chagas. Estamos em alerta para contribuir com o que de fato está  ocorrendo. Temos pessoas trabalhando nos dados epidemiológicos, que é voltado para a caracterização da população. Não há elemento que possa dizer o que é o responsável pela doença, e como órgão de investigação, apoiamos integralmente as investigações do governo do Pará, nos municípios que estão com pessoas suspeitas, que até o momento são dez", destacou.

"Sou um dos trabalhadores mais afetados, trabalho diretamente com os peixes tambaqui e Piratinga. Queria saber das autoridades daqui de Belém como serei ajudado. Pago para cada colaborador meu em média de R$ 100 a R$150, mas nos últimos dias não tenho como. Vendia três toneladas de peixe por semana, mas agora nem 300 quilos de peixe por semana tenho conseguido vender. As contas estão chegando e preciso alimentar minha família", contou Walmir de Souza Barbosa, 46 anos, balanceiro há 35, morador do distrito de Icoaraci.

Daniel Matos, presidente da Associação dos Balanceiros do Ver-O-Peso
Foto: Divulgação (AID/Alepa)

 

Daniel Matos, presidente da Associação dos Balanceiros do Ver-O-Peso disse que seria muito importante que antes de estudos, algumas autoridades se pronunciassem. "Queríamos que nossos representantes falassem algo para nós, para a população que está deixando de comprar nosso produto. Para que esse encontro aqui pudesse ocorrer, tivemos que fechar avenidas, mas não era isso que nossa categoria queria. No entanto, infelizmente foi necessário. Sabemos que prejudicamos muitos trabalhadores comercias, mas só assim fomos ouvidos. Ninguém nos procurou e ficamos a 'ver navios'. Foram muitos peixes voltando para o barco pelo fato de não termos vendido. Estamos perdendo e pedimos ajuda para solucionar esse fato", afirmou.

 

A Audiência Pública contou com representantes da Secretaria de Saúde do Estado do Pará (Sespa), Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Agencia de Defesa Agropecuária do Pará (ADEPARÁ) e o Sindicato dos peixeiros de Belém (Sindpeixe).
Foto: Balthazar Costa (AID/Alepa)

Doença de Haff

A doença de Haff é causada por uma toxina encontrada em algumas espécies de peixes, como o Tambaqui, Badejo e a Arabaiana, ou crustáceos (lagosta, lagostim, camarão). Os sintomas da doença são dores musculares, dor torácica, dificuldade para respirar, dormência, perda de força em todo o corpo e urina na cor de café, pois o rim tenta limpar as impurezas, o que causa uma lesão na musculatura.

A doença causa muitas dores musculares, lembrando a dengue, porém sem febre. Os sintomas costumam aparecer entre 2 e 24 horas após o consumo dos peixes ou crustáceos.

O tratamento se faz com hidratação intensa nas horas seguintes ao aparecimento dos sintomas, uma vez que assim é possível diminuir a concentração da toxina no sangue, favorecendo a eliminação através da urina.

Nos casos graves, pode ser necessário fazer hemodiálise. O ideal é comprar esses produtos em locais com garantia de segurança.

 

Link: https://www.alepa.pa.gov.br/noticia/6576/