Desculpe, o seu navegador não suporta JavaScript!

Criado em 22 de Agosto de 2022 às 11:29

Quem foi Willivane Mello, a educadora que dá nome a 1ª afroteca do Pará

21/08/2022 - Jeso Carneiro - Ufopa citada

22 de Agosto de 2022 às 11:29

Quem foi Willivane Mello, a educadora que dá nome a 1ª afroteca do Pará
por Da Redação em Educação, Memória, Santarém

Quem foi Willivane Melo, a educadora que dá nome a 1ª afroteca do Pará
Willivane Mello foi psicóloga e viveu em Santarém até 2017. Montagem: JC
Inaugurada no dia 11 de agosto em Santarém, a primeira afroteca do Pará ganhou destaque na imprensa devido a sua importância para a educação de crianças e jovens, principalmente para a luta antirracista no município. Também chamou atenção o nome dado à afroteca: Williane Mello. Afinal, quem foi essa mulher?

Nascida em Imperatriz (MA), Willivane Ferreira Mello foi psicóloga, educadora e militante do movimento negro com grande contribuição na luta antirracista na educação, para as relações raciais e quilombola e na organização das mulheres negras da região. Viveu em Santarém, no oeste do Pará, durante 18 anos – de 1999 a 2017. Faleceu, em Belém, no dia 5 de dezembro de 2018.

Nas suas práticas profissionais, sempre trouxe para o centro dos debates as pautas raciais, defendendo os direitos humanos e sendo peça fundamental na implementação de politicas públicas e escolares referentes à história e cultura afrobrasileira


Foi a primeira coordenadora de Educação e Diversidade da Secretaria Municipal de Educação (Semed), com o objetivo de estruturar a educação quilombola em Santarém.

— ARTIGOS RELACIONADOS
Líder do movimento negro no Brasil dá palestra em Santarém nesta 6ª

A afroteca fica nas dependências do Theatro Victória, anexa ao MPPA. Foto: Divulgação
“Willivane foi um ser de luz que passou pela vida de tantas pessoas, transformou lugares e distribuiu sorrisos. Uma mulher acolhedora, corajosa que enxergava nas pessoas suas potencialidades”, descreve Alessandra Capiruna, coordenadora do coletivo Kitanda Preta.

Em 2017, a psicóloga, junto com um grupo de mulheres negras em Santarém, criou a 1ª Feira Afrobrasileira do Oeste do Pará, a Kitanda Preta. A proposta foi de ser um espaço para exposição e venda de produtos e serviços, para incentivar o empreendedorismo negro na Amazônia.


“O Kitanda Preta virou coletivo e se tornou um espaço para além das vendas. Hoje é um lugar de encontros, formação política acolhimento, fortalecimento e de muito afeto, exatamente como era a Willi”, destaca Alessandra Caripuna.


Afroteca

Com livros, jogos, brinquedos e instrumentos musicais para uma educação antirracista, a proposta é reunir crianças, mães, pais, cuidadores e demais interessados nas infâncias em torno de atividades que proporcionem reflexões sobre a importância de uma educação afrocentrada e conectada com as questões envolvidas nos cuidados, tanto em casa quanto na escola, de uma criança negra, como autoestima, representatividade e pertencimento.

A iniciativa é do Núcleo de Promoção da Igualdade Étnico-Racial (Nierac), vinculado ao MPPA (Ministério Público do Pará), da coordenação do AFROLIQ (Ufopa) e do projeto Kiriku (Ufopa) e que faz parte de um coletivo que nasceu em São Paulo, com objetivo de promover encontros sobre protagonismo de crianças pretas e que vem desenvolvendo atividades nos Centros Municipais de Educação Infantil (Cemeis).


A afroteca Willivane Mello servirá também como espaço de apoio às ações afirmativas do Nierac/MPPA, sobretudo no desenvolvimento de atividades de formação continuada, em conjunto com o AFROLIQ/Ufopa, com destaque para os alunos e profissionais da educação básica do município e região.


Mesa que comandou a cerimônia de inauguração da afroteca Willivane Mello, no dia 11 de agosto. Foto: JC