Criado em 13 de Junho de 2022 às 12:58
10/06/2022 - TAPAJÓS DE FATO - Positiva
13 de Junho de 2022 às 12:58
Santarém sedia o I Seminário de Saneamento Básico do Baixo Amazonas
A ideia de realizar o seminário partiu do Conselho Municipal de Saneamento Básico de Santarém, para debater políticas públicas diretamente com a sociedade.
Foto: Tapajós de Fato Foto: Tapajós de Fato
Nesta quinta-feira (9), no auditório Tapajós, da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), ocorreu o I Seminário de Meio Ambiente e Saneamento no Baixo Amazonas. O objetivo do evento foi diagnosticar as demandas sobre saneamento básico, e como a qualidade de vida e o meio ambiente sofrem com a ausência de saneamento básico na região do Baixo Amazonas.
O evento foi aberto para toda a sociedade civil e, por ser um evento regional, outras cidades do Baixo Amazonas foram convidadas. A programação contou com participação de outras organizações, como o Sindicato do Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Santarém (STTR); Fase, Federação das Associações Comunitárias de Santarém, Cosanpa, Prefeitura de Santarém, o Sindicato dos Urbanitários, Federação Nacional do Urbanitários. Todas as secretarias municipais foram convidadas, no entanto, apenas a Secretaria Municipal de Urbanismo compareceu.
A ideia de realizar o seminário partiu do Conselho Municipal de Saneamento Básico de Santarém, para debater políticas públicas diretamente com a sociedade. O presidente do Conselho Municipal de Saúde, Narciso Senna, conta que percebe “uma contradição na Amazônia, em questão de saneamento, é a região que tem menos investimentos, os piores índices estão na Amazônia”, comentou.
Durante a entrevista, Narciso trouxe também questionamentos, como, “por que que somos da região que tem a maior reserva de água potável do mundo, tanto na superfície, quanto no subterrâneo, mas temos falta de água nas nossas torneiras? Por que uma região tão importante, que a gente discute a questão ambiental, tem o lixão do Perema provocando um grande impacto ambiental pra nós?”.
O coordenador traz ainda a situação das ruas da cidade de Santarém quando chove, deixando bairros isolados e causando prejuízos a população. “As nossas ruas deveriam ter drenagem, hoje estão alagando tudo e parece que não tem solução? Isso nos leva a fazer o debate e tentar discutir com a sociedade civil organizada para tentar encontrar soluções”.
Claudia Santana, presidente da Federação das Associações Comunitárias de Santarém (FAMCOS), organização que estava na mobilização do evento, relata como a Federação contribui para o seminário. “A gente vê a importância de se tratar sobre o saneamento, como também a questão do meio ambiente, como forma de discutir e defender a qualidade de vida da nossa sociedade, do povo de Santarém, e a FAMCOS, não poderia ficar de fora desse debate, porque temos a nossa realidade, vivenciada das nossas comunidades e bairros, e nós tivemos a preocupação de estar mobilizando a nossa categoria para estar participando”.
Sara Pereira, da Fase Amazônia, conversou com o Tapajós de Fato, sobre a precarização do serviço público, já que nos bastidores há uma possível privatização do serviço de saneamento no município, com a esperança que o serviço vá solucionar os problemas no setor para a população.
“ A Cosanpa é um clássico exemplo de uma empresa pública, que fornece um serviço essencial, que é o abastecimento de água e esgoto, que ao longo dos anos tem sido sucateada e fragilizada, por falta de investimento público e essa precarização na oferta de serviço, causa claro, uma insatisfação na população, porque o que as pessoas querem, é água na torneira, água de qualidade”
Sara comenta ainda que, “infelizmente isso é uma realidade de muitos anos em Santarém, a precariedade do sistema, a gente tem até nos bairros centrais da cidade, que tem até um atendimento bom, no entanto as periferias padecem com a falta de água, e alguns bairros nem tem sistema da Cosanpa, porém a solução apresentada é a privatização, uma falsa solução”.
E ela finaliza, “falsa solução, pois a privatização de um serviço essencial como água, só vai melhorar pra quem pode pagar, porque a água deixa de ser um direito de todos e passa ser um bem de consumo, ou seja, quem tem dinheiro para pagar a água vai ser melhor atendido, aquelas pessoas que moram nos bairros mais afastados, que têm dificuldade, que ganham em média um salário mínimo, o que nem possuem renda. Essas pessoas vão continuar com muita dificuldade de acesso, então a privatização não é a saída, a saída é exigir investimento público para a Cosanpa, do governo estadual, municipal e federal”.
Link: https://www.tapajosdefato.com.br/noticia/843/santarem-sedia-o-i-seminario-de-saneamento-basico-do-baixo-amazonas